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GOVERNO TEMER
Temer responde, Padilha abandona o barco e crise aumenta pós declarações de Yunes
Tatiane Lopes
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Para se posicionar em relação às declarações do ex-assessor especial José Yunes, que disse ter sido "intermediador" do ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, o presidente Michel Temer decidiu soltar uma nota pública para reiterar que não tem participação no episódio.

“Quando presidente do PMDB, Michel Temer pediu auxílio formal e oficial à Construtora Norberto Odebrecht. Não autorizou, nem solicitou que nada fosse feito sem amparo nas regras da Lei Eleitoral", diz o texto, divulgado nesta sexta-feira, 24, pela Secretaria de Comunicação da Presidência. "A Odebrecht doou R$ 11,3 milhões ao PMDB em 2014. Tudo declarado na prestação de contas ao Tribunal Superior Eleitoral. É essa a única e exclusiva participação do presidente no episódio", completa o texto.

Assessor especial da Presidência da República até o final do ano passado e amigo pessoal do presidente Michel Temer há mais de 40 anos, o advogado José Yunes confirmou nesta sexta-feira em entrevista à Rádio Estadão que recebeu um pacote do doleiro Lúcio Funaro, a pedido do hoje ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, um mês antes da eleição presidencial de 2014 que reelegeu a chapa Dilma Rousseff e Michel Temer, mas alegou que não viu o conteúdo. Apesar da afirmativa, Yunes negou que tenha atuado como operador dos recursos de campanha do PMDB.

"Nunca operei dinheiro de campanha para o PMDB. Nego peremptoriamente que recebi dinheiro para a campanha do PMDB", reiterou, ironizando que, se isso fosse verdade, conforme relatos de delatores da Operação Lava Jato que Padilha teria sido o destinatário de R$ 4 milhões em caixa dois para a campanha, "o dinheiro não iria em um envelope, mas num caixa forte".

Yunes disse que conversou na quinta-feira, 23, pessoalmente com o presidente Michel Temer e falou sobre o depoimento espontâneo que fez à Procuradoria-Geral da República sobre o imbróglio, em razão da delação premiada de Claudio Melo, lobista da Odebrecht, que disse que ele teria recebido dinheiro vivo em seu escritório de advocacia, em São Paulo. Segundo ele, Temer não demonstrou preocupação com o fato e lhe disse que "o melhor é sempre contar a verdade".

Diferente da aparente tranquilidade de Temer ao conversar com o velho amigo Yunes, Padilha se apressou e abandonou o barco às vésperas do carnaval. Coincidência ou não o ministro de Temer que é acusado de envolvimento com armas, trabalho escravo e ameaças de morte está de “licença informal” para fazer uma cirurgia de próstata.

Este novo episódio das tensões no governo Temer com seus ministros e acusações de corrupção, pouco antes da homologação oficial das delações da Odebrecht vir à tona, sem dúvidas atinge em cheio a já sempre vacilante manutenção do golpista impopular. Temer correu tudo que pode até aqui para garantir os ataques que possibilitaram um concenso das eleites para o manter no poder. PEC do fim do mundo, Reforma do Ensino Médio, estrangulamento dos Estados em crise... Tem cumprido bem seu papel de carrasco do povo trabalhador, legítimo golpista. Resta saber se, mesmo com a aceleração dos preparativos para mais um grande ataque com a Reforma da Previdência, seu esforço já não seja suficiente.

Temer ainda pode "errar a mão" e combinado ao avanço da crise política que atinge o núcleo duro do governo causar mais instabilidade social. Não vai ser simples passar a reforma da previdência e mesmo o plano junto aos governos dos Estados em crise para sangrar o funcionalismo, como Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, pode encontrar percalços na resistência dos trabalhadores. Nos resta alentar a força da mobilização independente e unificada dos que hoje são atingidos pelos planos dos governos e empresários confiando que não será pelas mãos dos juízes arbitrários e cheios de privilégios que virá uma saída contra esse governo e seus ataques.

 
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