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GREVE DE MUNICIPAIS EM CAMPINAS
Servidores municipais de Campinas entram em greve
Redação Campinas e região

No dia 01/06 foi deflagrado o primeiro dia de greve dos servidores municipais de Campinas que estão em Campanha Salarial e exigem a negociação com a prefeitura que deverá ser retomada no dia de hoje pela tarde. Os trabalhadores bloquearam a entrada do Paço Municipal de Campinas desde ontem pela manhã, para exigirem negociação e atendimento das pautas do movimento.

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Os servidores lutam por reajuste de 18,6% nos salários e benefícios, a prefeitura propôs até o momento um reajuste fracionado de 7,21% (data-base de maio) e 1,07% em novembro. Para o auxílio-alimentação, a proposta foi de 15,9%. A prefeitura de Jonas alega necessidade de corte de gastos num momento de ajuste fiscal no país. A proposta foi rejeitada pela categoria, em greve desde a 0h do dia 1 de junho. Para se ter uma comparação, a inflação medida pelo DIEESE, o ICV (Índice do Custo de Vida), com taxa acumulada de maio de 2014 a abril de 2015, foi de 8,36%.

No primeiro dia de greve, das 201 unidades educacionais, 15 estão totalmente paralisadas e 80 parcialmente. No setor da saúde, das 100 unidades, sete estão parcialmente paralisadas. O Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Municipal de Campinas (STMC) informou que a greve praticamente fechou cinco unidades escolares e outras três parcialmente. Há estimativas não oficias que na área da saúde, o atendimento foi afetado em 50% no Pronto Socorro Adulto do Hospital Mário Gatti. Antes da greve, as enormes filas e atrasos nos atendimentos médicos já vinham sendo um escândalo na cidade, a greve é também para que essas condições não se mantenham.

Em frente à prefeitura também houve protesto dos servidores que colocaram no gramado em frente ao Palácio dos Jequitibás cruzes com as fotos de vereadores e do prefeito Jonas Donizette (PSB). Foi um protesto simbólico contra o projeto que autorizou a terceirização de serviços públicos de saúde e educação por meio de Organizações Sociais (OSs). No dia 17 de março, foi realizado ato contra o projeto de lei, que precariza e privatiza os serviços sociais públicos, como o Esquerda Diário já denunciou aqui, a terceirização da saúde vai custar mais caro para os trabalhadores, ao contrário do discurso dos governos.

Contudo, o sindicato dirigido pelo PSB e PCdoB, é um fiel aliado da prefeitura de Jonas Donizette também do PSB. Não à toa, ano passado se organizou um ato com centenas de servidores municipais contra o próprio sindicato.

Prefeitura que apoiou Alckmin para a reeleição no governo de SP e não tem qualquer responsabilidade com os interesses dos trabalhadores, ao contrário, está comprometido até o último fio de cabelo com os lucros das empresas que financiaram sua reeleição, como por exemplo, ao apoiar a aprovação da lei da terceirização da saúde e educação (“Lei da OSs”) na Câmara, no último mês de março.

A intransigência do governo municipal segue o exemplo dado por Alckmin e ao mesmo tempo de Dilma, que está promovendo o ajuste fiscal que joga a conta da crise nas costas dos trabalhadores e dos mais pobres. O ajuste do governo federal já cortou bilhões de reais em investimentos na educação, criou medidas como as MP 664 e 665 que atacam os direitos dos trabalhadores como o abono salarial e o restringe o acesso ao seguro desemprego, e ainda, aumento o custo de vida dos trabalhadores com o aumento nas tarifas de energia elétrica.

A partir do dia 1, a greve dos servidores municipais, na educação, se soma à greve dos professores da rede estadual de SP que já chegou, nesta quarta-feira dia 03, a 81 dias de greve, que continua diante da intransigência do governo Alckmin (aliado do Jonas Donizette) que até o momento, se nega a abrir negociação com a categoria. A greve vem denunciando a precarização e a desvalorização do trabalho docente e do ensino público que sofre com a falta de infraestrutura, superlotação de salas e fechamento de turmas.

O caos na saúde pública em Campinas continua

Também no dia de ontem, dezenas de moradores da região do bairro San Diego, na região do DIC (Distrito Industrial de Campinas), bloquearam durante o começo da noite a Rodovia Santos Dumont. A reivindicação da população da região é longa, são quase oito anos reivindicando a construção de um Centro de Saúde (CS) no bairro.

A PM tentou impedir o bloqueio da pista, mas não conseguiu, os moradores persistiram em continuar o ato. Segundo a prefeitura, a construção do CS deverá começar até o final do ano. Enquanto isto, a população da região do San Diego, continuará tendo de procurar atendimento nos demais CS da cidade, que já se encontram em condições de infraestrutura precária, falta de médicos e leitos e com alguns superlotados, como é o caso hospitais públicos da cidade, como Celso Pierro da PUC e o Mario Gatti.

O sucateamento da saúde pública é flagrante em Campinas. Vários centros de saúde na cidade, como o do Taquaral, sofrem com condições precárias de infraestrutura e atendimento à população, são rachaduras profundas, portas apodrecidas e aparelhos de exames quebrados.
Segundo reportagem da CBN, a manutenção precária dos CS também atinge outros cinco CS: Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Centro, Vila 31 de Março, Jardim Conceição, Vila Costa e Silva, bairro Carlos Gomes.

A luta contra a precarização da saúde e os cortes na educação municipal é junto à população e contra os governos

A greve dos servidores municipais, a mobilização contra projeto de lei machista e homofóbico que proíbe o debate de gênero e sexualidade nas escolas, além dos protestos contra o sucateamento e privatização da saúde pública e do serviço de saúde mental promovido pelo Hospital Cândido Ferreira. Estas lutas dos trabalhadores da segunda região mais importante do estado de SP, mostram que será somente pela mobilização dos trabalhadores junto à população que será possível dar uma resposta para a crise da saúde pública na cidade e a precarização do trabalho dos servidores municipais. A luta contra os ajustes, cortes, privatização contra os direitos sociais de saúde e educação, só poderá ser ganhar força se construída pela base, independente dos governos municipal, estadual e federal e buscando o apoio e a mobilização com o conjunto da população.

 
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