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POSSE TRUMP
Amplo rechaço de artistas do mundo todo a participar do ato de posse de Donald Trump
Gloria Grinberg

Chega o dia do novo presidente dos EUA assumir, e isso ocorre em meio a gigantesco repúdio nas ruas durante todo o final de semana. Numerosos artistas somaram-se ao rechaço e não serão parte do ato de posse.

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O comitê de posse presidencial nos Estados Unidos teve semanas difíceis buscando quem aceitasse participar da cerimônia.

A lista de artistas, comediantes e músicos que falaram publicamente sobre o rechaço ao convite para celebrar o presidente eleito foi crescendo nos últimos dias, ainda que a equipe de Trump negue esta situação, afirmando inclusive que “os artistas de primeira classe estão dispostos a participar dos eventos de posse”.

Quem fez seu rechaço público, manifestaram-se em declarações na imprensa ou através das redes sociais com mensagens contra os planos e políticas anunciadas por Donald Trump ou também por ironias e piadas. Entre eles estão a cantora Celine Dion, Kiss, Bruce Springsteen e Andrea Bocelli.

Antes da eleição, Beyonce disse porque apoiava Clinton “Há menos de 100 anos as mulheres não tinham direito ao voto. Olhe quão longe chegamos para ficarmos à beira de fazer história mais uma vez, pela eleição da primeira mulher presidente. Temos que votar”.

Katy Perry também acompanhou Hillary Clinton em sua campanha eleitoral, assim como Jennifer Lopes ao atuar durante um ato da campanha. Outros artistas que também acompanharam a candidata democrata foram Lady Gaga e Jon Bom Jovi.

Mick Jagger disse publicamente “Estou olhando as notícias... talvez me peçam que cante ‘You Can’t Always Get What You Want’ (Você não pode ter sempre o que quer) na posse presidencial, já!”

O novo single da banda Green Day, “Troubled Times” (Tempos preocupantes), que fala do mundo atual, dos Direitos Humanos, da paz e o amor no qual, apesar de não fazerem referência direta à Trump, pode-se ver no vídeo um homem falando que muito provavelmente seja uma paródia do novo presidente dos Estados Unidos. Martin Luther King é outro protagonista do vídeo que, entre as imagens, aparece derramando lágrimas. Green Day se manifestou em repetidas ocasiões contra Donald Trump, um dos componentes Billie Joe Armstrong gritou durante a premiação do American Music Awards: “Não Trump! Não KKK! Nenhum fascista nos EUA! ”

A cantora Fionna Apple também lhe dedicou um tema Tiny Hands" Women’s March Chant frente a marcha de mulheres anunciada para este fim de semana em Washington e em todo o país. A canção que compôs com Michael Whalen diz “não queremos tuas pequenas mão sob nossa roupa interior”.

Por sua vez, Elton John disse “Não quero que minha música tenha algo a ver com uma campanha eleitoral americana, sou britânico. Conheci Donald Trump e foi amável comigo, não é pessoal, o problema são seus pontos de vista políticos, os meus são muito diferentes, não serei um republicano nem em um milhão de anos. Por que não convidam um “Ted fucking Nugent”? Ou alguma dessas maldita estrelas do country? Eles poderão fazer.

Moby disse que aceitaria o convite para tocar na posse “se como forma de pagamento recebesse os impostos que Trump sonegou, além disso, tocaria os temas ‘inimigo público’ e o remix Stockhousen para entreter os republicanos”. Logo compartilhou uma longa lista de canções de protesto que tinha preparada em seu computador como se fosse uma banda que tocaria no evento, com músicas de Rage Against the Machine e ‘American Idiot’ de Green Day.

Nas palavras de Moby: “Esta é a América que agora elegou um mesquinho, racista, misógino que arruinou empresas e não tem mais propostas políticas que “construir um muro”.

Quando a equipe de Trump anunciou que Jennifer Holliday cantaria na Celebração de Recepção, um dia depois Holliday se retirou, após ver a dor que estava causando em seus fãs. Numa carta aberta se desculpou publicamente diante da comunidade LGBT.

Holliday escreveu que ela “não tinha educação sobre os temas que afetam todos os estadunidenses neste momento crucial da história” e pediu desculpas “por causar tanta consternação e angústia a meus fãs... Por favor, saibam que escuto e sinto sua dor. A comunidade LGBT foi a principal responsável por dar luz a minha carreira e estou profundamente em dívida com vocês.”

Idina Menzel, rechaçou o convite dizendo que todos os artistas no mundo apoiaram Hillary Clinton e ela não ganhou, ainda estão saindo dessa decepção.

O rapper Ice T tweetou “acabo de receber um chamado para atuar na posse, não atendi e bloqueei o número”. Depois das declarações de Donald Trump sobre o hip-hop e o movimento Black Lives Matter, é estranho pensar que um artista como Ice T poderia querer acompanha-lo na cerimônia. Sem dúvida, o rapper disse que o convidaram, ou pelo menos disse o que faria caso fosse convidado.

John Legend disse “Sinto que é muito perigoso ser complacente. É perigoso pensar que não pode acontecer o mesmo que na Alemanha dos anos 30 e 40. Trump fez declarações públicas do nível de Hitler. No mundo e na América aconteceram atrocidades no passado e poderia se repetir caso tenhamos uma liderança equivocada e caso as pessoas conscientes não digam o que pensa”.

O empresário do grupo The Dixie Chicks disse que apesar de que não serão parte do show, “ninguém está preparado para naturalizar o que está sucedendo no país agora”.

A banda Mötley Crüe foi convidada antes da vitória de Trump, sem dúvida, ao ganhar, esse convite foi retirado. O cantor Vince Neil disse “não sei quem vai tocar na festa de Trump, mas que deus os abençoe”.

Zara Larsson disse que muitos artistas se dedicaram para que Hillary ganhasse a eleição contra a possibilidade de vitória de Donald Trump.

A cantora britânica Jennifer Hudson disse que cantaria com uma condição: “Fui convidada e esta é minha resposta: Se me deixarem cantar ‘Strange Fruit’, uma canção de grande importância histórica e que foi proibida nos Estados Unidos por ser tão controversa. Uma canção que fala a todas as pessoas negras que foram depreciadas e pisoteadas nos Estados Unidos. É uma recordação de como o amor é o único que poderá conquistar a todo o ódio deste mundo, nesse caso, aceito o convite com muito gosto e nos vemos em Washington”.

A cantora galesa Charlotte Church rechaçou sua participação com um tweet “Uma simples busca na internet mostraria que para mim você é um tirano”, escreveu marcando o presidente eleito e terminou seu tweet com uma sequência emojis.

A B Street Band, a banda cover de Bruce Springsteen foi reservada inicialmente para estar na Gala de Posse do Garden State, mas por respeito à Springsteen, que frequentemente manifesta antipatia por Trump, se retirou.

À lista de rechaços, somou-se Garth Brooks, The Chainsmokers, Adam Lambert, David Fostes, The 1975, George Lopez e Rebecca Ferguson entre outros.

Os que disseram sim

Jackie Evancho, de 16 anos e desde os 10 tornou-se conhecido nos EUA por participar do reality show America’s Got Talent, foi uma das confirmações junto ao coro dos mórmons, The Mormot Tabernacle Choir, o coro do estado do Missouri e as míticas bailarinas da rádio City Hall, The Rockettes estão encarregados de animar o ato de Trump.

A participação no ato de posse dividiu os membros do coro conformado por 360 membros da congregação religiosa Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Foram coletadas 30 mil assinatura solicitando que não se apresentassem no evento.

Também uma das bailarinas da The Rockettes disse que eram obrigadas a assistir ainda que no estivessem de acordo e esta polêmica foi debatida no sindicato dos bailarinos, o American Guild of Variety Artists, que contribuiu para chegar no acordo de que os integrantes do grupo poderiam decidir individualmente atuar ou não.
Trump minimizou, depois que circulou a notícia de que os principais nomes se negaram a atuar na posse em 20 de janeiro, tweetou que preferia festejar com “o povo”.

 
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