A decisão judicial favorável à suspensão do aumento das tarifas, em ação proposta pela bancada do PT na Assembleia Legislativa, se baseou no fato de que o aumento não era compatível com o índice de inflação 2016 e, além disso, penalizaria a população que realiza os maiores deslocamentos e que dependem de integração entre as modalidades de transporte, ou seja, a população mais pobre.
Batalha de demagogias: de um lado tucanos, do outro a bancada petista
Se por um lado os tucanos Alckmin e Dória quiseram manter “congelada” a tarifa unitária dos transportes urbanos metropolitanos às custas de aumentar o valor da integração, por outro vemos os mesmos hábitos do PT de “lutar” apenas nas cúpulas do legislativo e do judiciário. O mesmo PT que aumentou tarifas quando estava no poder, beneficiando as máfias dos transportes.
É evidente que se trata de uma derrota importante de Alckmin e Dória, da qual não se pode negar que beneficia os milhões que dependem do transporte público para trabalhar, estudar entre outras razões.
Mas a população não pode depositar ilusões de que essa justiça está pensando em seus interesses quando toma essa decisão. As disputas de cúpula podem se apoiar em decisões mais ou menos populares para angariar apoio para seus interesses estritos, enquanto os barões do transporte seguem com seus privilégios intocados bancados pelos recursos públicos.
Os trabalhadores e juventude, que são os maiores afetados com as já altas tarifas, péssima qualidade do transporte e uma rede totalmente insuficiente pra atender suas demandas, não podem confiar que está nas mãos dos “de cima” a solução pra um problema que se arrasta há tempos e que rouba horas preciosas de nossas vidas.
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