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BARACK OBAMA
O último discurso da era Obama
Anália Micheloud

Em Chicago, 20 mil pessoas testemunharam o último discurso de Obama como presidente americano. Ele abordou a transição para o mandato de Trump e o mito da sociedade “pós-racial”. Em matéria de política exterior afirmou que Estados Unidos deve estar “vigilante, mas não assustado”, em relação a Rússia e China.

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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, proferiu a noite em Chicago, cidade na qual se alçou a política, seu discurso de despedida agradecendo a todos os seus compatriotas por terem lhe feito um mandatário “melhor” e um “homem melhor” durante estes últimos oito anos.

O discurso foi antecedido pela apresentação do músico americano Eddie Vedder, da banda de rock Pearl Jam

Obama foi recebido com uma grande ovação no centro de convenções McCormick de Chicago, com capacidade para umas 20 mil pessoas, e foi interrompido no começo de seu discurso com gritos de “Four more years” (“Mais quatro anos”).

Defendeu que seu país é atualmente “um lugar melhor e mais forte” do que quando chegou ao poder em 2009, e atribuiu esses avanços aos esforços do povo americano que confiou em sua mensagem de esperança e mudança há oito anos atrás. “Vocês foram a mudança”, disse. Deveria se questionar se a mensagem de esperança também era dirigida, por exemplo, aos mais de 3 milhões de imigrantes deportados durante seu mandato.

Além disso, reiterou seu compromisso com uma transferência de poder “pacífica”, como já havia transmitido seu sucessor na Casa Branca, Donald Trump, durante seu discurso. E expressou que “Depende de todos nós assegurarmos que nosso governo possa nos ajudar a superar os muitos desafios que enfrentamos”. Desafios que devem enfrentar os democratas que ainda não conseguiram digerir a derrota para Trump, expressão da escassa, ou melhor ainda, nula popularidade de Hillary Clinton, apesar de haver ganho em quantidade de votos.

“Rússia e China não podem nos superar”

Sobre política exterior, afirmou que os EUA deve se manter “vigilante, mas não assustado” na esfera mundial. “Rivais como Rússia ou China não podem superar nossa influência em todo o mundo, a não ser que renunciemos ao que defendemos, e nos convertamos em outro país grande que abusa de seus vizinhos menores”. Parece inverossímil que estas palavras sejam pronunciadas pelo presidente do imperialismo americano que soube, e ainda sabe muito bem, submeter os países pequenos (e mesmo os nem tão “pequenos” assim) a seus interesses de dominação.

Além disso, fez menção a que nenhuma organização “terrorista” estrangeira conseguiu executar um atentado no país durante seus oito anos na Casa Branca e assegurou que o Estado Islâmico “será destruído”. “Ainda que Boston, Orlando ou San Bernadino nos recordem o perigo que pode ser a radicalização, nossos agentes estão mais atentos e são mais efetivos que nunca”. Entretanto, esteve longe de admitir a intromissão americana no Iraque e Afeganistão, para não mencionar sua intervenção na Síria.

O mito da sociedade pós-racial

Barack Obama reconheceu que, ainda que se pese o caráter histórico que representou sua eleição como primeiro presidente americano negro dos EUA, o racismo segue vivo no país e permanece “mais trabalho a ser feito” para eliminar os prejuízos contra as minorias e os imigrantes.

“Depois de minha eleição, muito se falou de um Estados Unidos pós-racial. Essa visão, ainda que bem-intencionada, nunca foi realista. Porque a raça segue sendo uma força potente e constante na divisão de nossa sociedade”, disse Obama sobre a ideia da sociedade pós-racial que o mesmo ajudou a cultivar, e que não condiz com uma sociedade onde uma pessoa negra possui 3 vezes mais probabilidade de ser assassinada que uma pessoa branca.

No momento dos agradecimentos, Obama começa pela sua esposa, Michele. “Durante os últimos 25 anos não só foi minha esposa e a mãe de minhas filhas, mas também minha melhor amiga. Fez com que a Casa Branca pertença a todos e uma nova geração tenha um horizonte mais amplo porque lhe tem modelo a seguir. Me faz sentir orgulho e deste país também. ”

Por fim, remarcou que cabe a “todos” os cidadãos ser “guardião” da democracia, não somente quando há uma eleição, mas “durante toda a vida”. “Nossa democracia se vê ameaçada se a temos como assegurada”.

Tradução: Yuri Marcolino

 
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