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A VIDA DO 1%
Crise? "Tivemos um movimento altíssimo no natal", diz vendedora em shopping de elite
Rafaella Lafraia
São Paulo

Qual o impacto da crise econômica em um shopping de elite em São Paulo? Fomos perguntar aos vendedores de lojas destinadas a um "seleto" público como foram as vendas de natal em um lugar onde há colares mais caros que a maioria dos imóveis financiáveis no "Minha Casa, Minha Vida".

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Foto: Brinco de pérola de mais de 70 mil reais à venda em shopping da elite paulista

Mesmo com o estardalhaço feito pelas mídias tradicionais sobre a crise econômica que atinge o país, há lugares que são verdadeiros oásis. As vendas nas lojas de um dos shoppings de classe alta continuou a todo vapor nestas datas comemorativas, como constatamos em conversas informais feitas com vendedores de diversas lojas do shopping JK–Iguatemi, localizado em região nobre da capital paulista, o Itaim Bibi.

A primeira impressão ao andar pelos corredores largos do shopping JK – Iguatemi neste segundo final de semana da 2017 era de que até mesmo ali a crise econômica havia impactado as vendas, já que não era possível ver muitos consumidores. Mas tratava-se de desconhecimento de como funciona o público do seleto local.

Esta impressão foi sendo modificada com o passar do tempo, pois como uma das vendedoras que conversamos destacou : “A movimentação maior ocorre durante a semana, quando os executivos veem para o período do almoço. Nos finais de semana as pessoas começam a andar aqui lá pelas 15h30”. Com uma pontualidade de relógios Bulgari, ali disponíveis para compra pela bagatela de R$101.176,00, eis que surgiram vários consumidores no horários destacado. Por volta deste horário já era possível verificar maior movimentação de pessoas: principalmente casais com faixa etária que variava entre os 30 a 60 anos, geralmente com seus filhos pequenos, e sua grande maioria – se não sua totalidade, com exceção da babá negra que seguia um casal e seus filhos – branca, esbelta e com várias sacolas em suas mãos.

No mesmo Shopping onde pode-se comprar o par de brincos de pérola que ilustra a matéria por, aproximadamente, R$78.000,00, o comércio não mostrou sofrer impacto com a crise econômica que afeta inúmeras famílias no país e que é usada de justificativa para mais ataques do governo golpista de Michel Temer.

É claro que como todo comércio do país, ali também há promoções, "sales" e outros estangerismos, mas não o motivo é outro: “A promoção é para que as últimas peças da coleção saiam para que a próxima coleção, que chegará no começo desta semana, possa chegar. Mas temos muito poucas peças desta porque tivemos um movimento altíssimo no natal”. Nos contou uma vendedora de uma loja de roupas.

Esse discurso de vendas movimentadas também foi ouvido nas lojas de jóias, roupas infantis de grife e na franquia de rede internacional de maquiagem que tem dentro do shopping.

Assim, entre colares de R$253.630,00, roupas infantis na faixa de R$120,00, perfumes de R$500,00, as vendas em um dos shoppings mais elitistas da cidade de São Paulo foram altas, um natal exemplar, e o comércio movimentado, mostrando que ali nada se sente da crise econômica. Ou melhor ali no cume da pirâmide de renda nacional as nuvens pesadas ainda não chegaram. Uma tremenda diferença com o que constatamos na 25 de Março onde os vendedores relataram ter tempo até para descansar em um fim de ano, algo impensável anos atrás. O 1% vive bem, obrigado, e suas compras, com "sales" ou não, vão de vento em popa.

 
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