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CÂMARA DOS DEPUTADOS
Quem compõe a bancada da Bala e da Jaula que aplaudiram a chacina de Amazonas e Roraima
Guilherme de Almeida Soares
São Paulo

Após as chacinas que chocaram o Brasil e o mundo com o tamanho de sua brutalidade, parlamentares aplaudiram os eventos ocorridos no Amazonas e Roraima. Quem são os deputados que compõe a "bancada da Bala e da Jaula"?

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De acordo com o Congresso em Foco em base ao levamento exclusivo do Instituto Sou da Paz, mais de 70% dos candidatos receberam doações de campanha da industria armamentista e munições conseguiram se eleger em outubro. Dos 30 nomes que receberam dinheiro do setor, 21 saíram vitoriosos. No total, as industrias de armas e munições enviaram R$ 1,73 milhão para políticos de 12 partidos em 15 estados.

O deputado estadual que mais recebeu doações foi o paranaense Pedro Deboni Lupion Mello, que ganhou R$ 149,8 mil de duas empresas. O segundo foi o deputado federal Arnaldo Faria de Sá, que ficou com R$130 mil, mas apenas da CBC.

Quem mais recebeu doações do setor foi o deputado estadual paranaense Pedro Deboni Lupion Mello (DEM), que foi contemplado com R$ 149,8 mil das duas empresas (R$ 74,9 mil de cada). O segundo maior beneficiário foi o deputado federal Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), que ficou com R$ 130 mil, mas apenas da CBC. De acordo com a Folha de São Paulo, Arnaldo Faria de Sá está sendo investigado pela Lava Jato junto a um grupo de 9 ex-deputados federais aliados a Cunha por achacar o grupo Schahin.

O crime contra o deputado consiste em corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro. De acordo com o G1, o empresário Milton Schahin pagou propina para os funcionários da Petrobrás.

O site Congresso em Foco afirma que estas campanhas foram financiadas apenas pelas duas maiores empresas de armas e munições do país: a Companhia Brasileira de Cartuchos e a Forjas Taurus S.A. De acordo com o levantamento do Sou da Paz, apenas a CBC repassou R$ 1,04 milhão, enquanto a Taurus desembolsou R$ 870 mil nas eleições de 2014. Em setembro do ano passado, a Folha de São Paulo publicou uma matéria afirmando em base a investigação do Ministério Público Federal que a Taurus vendeu armamento a um conhecido traficante iemenita. Já a Companhia Brasileira de Cartuchos está sendo acusada pela Advocacia Geral da União por crime de "lesão ao sistema financeiro" ao registrar o patrimônio próprio em nome de laranjas.

Além dos deputados estaduais e federais, estas industrias também financiaram a campanha de 36 candidatos a cargo eletivos. Deste número, apenas três não conseguiram se eleger sendo eles: ex - deputado Viera Cunha que disputou a vaga de governador do Rio Grande do Sul, Paulo Skaf presidente da FIESP que tentou se candidatar ao mesmo cargo em São Paulo e Moreira Mendes que disputou uma vaga no Senado.

Estão nessa lista de beneficiários nomes conhecidos como Onyx Lorenzoni, com R$ 100 mil em doação; Alberto Fraga, com R$ 80 mil da Taurus e Pompeo de Mattos, que recebeu R$ 70 mil da CBC e da Taurus.

De acordo com o Estadão, Alberto Fraga foi acusado pelo Ministério Público do Destrito Federal em 2008, por ter exigido e recebido o valor de R$ 350 mil - quando era secretário de Transporte do Destrito Federal - para firmar um contrato com uma cooperativa de transporte. Além disso, de acordo com o G1, o deputado foi punido pelo Supremo Tribunal Federal a mando de Rodrigo Janot por porte ilegal de arma. Ele foi condenado a quatro anos de prisão, mas teve sua pena revertida para prestação de serviços a comunidade.

Além de Alberto Fraga, outros deputados da bancada da bala também estão envolvidos em crimes. Um deles é o deputado federal Éder Mauro (PSD-PA) que de acordo com o mesmo Estadão está sendo investigado pelo Supremo Tribunal Federal pelos crimes de extorsão e tortura. O deputado e outros cincos policiais foram denunciados por tortura e também por forjar um flagrante de extorsão contra uma mulher.

A mulher teria sido atraída ao escritório do então prefeito da cidade de Santa Izabel do Pará, Mario Kató, para ser pagar por uma dívida contraída pelo juiz do municipio, Augusto Cavalcante, quando foi abordada e agredida pelos policiais. A vítima e dois filhos que a acompanhavam teriam sido ameaçados de execução sob a mira de arma de fogo. O relatório do Ministério Público sobre o epsódio afirma que houve “intensa sessão de espancamento” e “violento sofrimento físico e mental, conforme comprovado pelo exame de corpo de delito realizado nas vítimas”.

Além da existência da bancada da bala, depois da votação que ocorreu na Câmara dos Deputados em 2015 sobre a redução da maioridade penal, também podemos observar a existência da bancada da Jaula. De acordo com o site Carta Maior ligado a Carta Capital, a expressão mais clara desta bancada é o deputado federal Silas Camara do Amazonas que recebeu 200 mil da empresa Umanizzare Gestão Prisional e Serviços Ltda da campanha eleitoral. Lembrando sempre que Umanizzare é a empresa que gere o presídio do estado de Amazonas que ocorreu a chacina.

A Umanizzare também escolheu dois candidatos para fazer doações. A esposa de Silas, Antônia Lúcia Câmara recebeu 400 mil, e a filha do casal, Gabriela Ramos Câmara recebeu outros 150 mil.

Câmara é um dos 17 deputados e senadores apontados pela ONG Transparência Brasil que poderia ser barrado nas eleições de 2014 por causa da Lei da Ficha Limpa. Ele e Antônia Lúcia Câmara, foram condenados pelo Tribunal Regional Eleitoral do Acre por abuso de poder econômico nas eleições de 2010 e declarados inelegíveis por três anos.

Silas Câmara também recebeu R$ 210 mil da empresa Fiel Vigilância Ltda e R$ 190 mil da Total Vigilância Ltda. Além de Silas, as empresas de segurança também financiam os parlamentares Bruno Covas, o pastor evangélico João Campos e Felipe Maia. Ambas empresas trabalham com serviço de escolta armada e vigilância ostensiva.

Dos 43 deputados ligado a empresas que administram presídios e de segurança, 25 tem problemas na justiça e estão envolvidos em algum processo criminal.

Discursos de ódio esbravejando que ’’bandido bom é bandido morto’’ e ’’tinha que matar mais’’, como fizeram os deputados Major Olímpio e o deputado Fernando Francischini, mas também do ex-secretário da juventude do governo de Temer estão a serviço de defender estes interesses que rondam por trás da bancada da bala e da arma. Afinal se ’’bandido bom é bandido morto’’, que seja então assassinado por uma bala CBC ou por uma arma feita pela Taurus para que estes grandes empresários corruptos possam continuar lucrando de forma criminosa com o sangue da juventude negra da periférica.

Enquanto isso, Major Olímpio e Francischini fazem acordos espúrios com estes "criminosos de colarinho branco" para poder manter os seus privilégios em detrimento da miséria social que vivem milhares de pessoas. Estes acordos só acontecem, porque tanto Olímpio e Francischini, mas também Bruno Silva na qual Temer convenientemente o manteve desde do inicio do seu governo golpista fazem parte de jogo sujo.

A classe trabalhadora e os demais setores populares da sociedade precisam rechaçar estes reacionários, pois enquanto falam que defendem "os homens de bem" contra os "bandidos" são os mesmos que defendem os ataques do governo Temer contra setores populares da sociedade como a PEC 55, reforma da previdência e a trabalhista e são contra qualquer luta justa que se levante contra estas medidas.

 
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