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VEJA MACHISTA
Marcela Temer, o machismo da Veja e a impopularidade do governo golpista
Cássia Silva

Diante do “desempenho fraco na economia”, avanço da Lava Jato na denúncia dos PMDBistas e impopularidade estourando os 90%, o governo pretende melhorar a imagem de Michel Temer, uma das apostas foi a criação de políticas para crianças com Marcela Temer. A Veja noticiou a estreia da primeira-dama com teor nitidamente machista, ao colocar Marcela no papel de “bela, recatada e do lar”. Governo e Veja utilizam da objetificação mulher e sua imagem estereotipada para legitimar que se aprofundem os ataques antipopulares do golpista.

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Todos sabemos como o governo golpista de Michel Temer (PMDB) vem recebendo cada vez mais escoriações do gosto popular. A popularidade de Temer não chega a 10% e não é como se ele não estivesse aproveitando a deixa para implementar os ataques de maneira mais livre, como vemos com a Reforma da Previdência e a dança da aprovação das novas leis trabalhistas, que flexibilizam mais ainda o trabalho e rasgam a CLT. Isso sem contar a ostensiva propaganda nas televisões, nas revistas, nos jornais, nos panfletos do governo, sobre a Reforma do Ensino Médio, com a máscara de que nós jovens teremos a “oportunidade” de “escolher” nossa profissão ou faculdade.

Perante essa lama impopular e o desgosto da população brasileira com qualquer partido envolvido no atual regime político, o Planalto pretende lançar políticas para crianças de primeira infância em janeiro, que estrearão com um discurso de Marcela Temer, a embaixadora do projeto Criança Feliz, na próxima quarta feira, 4 de janeiro de 2017. O projeto é coordenado pelo ministro do Desenvolvimento Social, Osmar Terra.

Marcela Temer, com seus 33 anos, representa hoje o modelo de mulher a se seguir. Com a imagem preservada até o golpista assumir, em agosto de 2016, agora ela ocupa um gabinete no Palácio do Planalto como embaixadora do Projeto Criança Feliz. E, no cumprimento do papel de mídia golpista, a Veja noticiou o lançamento do projeto em janeiro de forma a reforçar o estereótipo de “bela, recatada e do lar”, apoiando o projeto e aprovando as posturas que vêm sendo tomadas tanto por Marcela, quanto pela equipe do governo.

E, ainda mais, a revista faz questão de afirmar a posição “decorativa” de Marcela, ao citar um cientista político, que diz: “Pelo perfil que o presidencialismo tem, mesmo uma primeira-dama que tenha muito preparo e que seja muito querida não atinge mais de 5% da visibilidade do presidente. É uma posição muito mais decorativa que qualquer coisa”.

Mais uma vez a Veja expressa que o lugar das mulheres na política burguesa e especialmente no governo golpista é fazendo filantropia, inofensivas e "decorativas". E ainda se utiliza do padrão imposto e espelhado na imagem de Marcela Temer para tentar dar fôlego a um governo enfraquecido e sem respaldo popular. Por trás de todo esse machismo está a necessidade de legitimar os ataques profundos à classe trabalhadora e à juventude que o governo precisa impôr.

“O estereótipo da primei­ra-dama dedicada a cuidar apenas do marido e da família parecia encaixar-se perfeitamente no perfil de Marcela Temer. Em 2010, quando Michel Temer foi eleito vice-presidente da República, ela nem sequer quis morar em Brasília. Tímida e avessa a badalações, preferiu ficar em São Paulo, longe dos holofotes, dedicando-se ao filho, Michelzinho, hoje com 7 anos”, começa a matéria da Veja, já reforçando e aprovando que uma mulher deve, sim, ser dedicada ao marido e aos filhos e não chamar a atenção, ou seja, se comportar de maneira recatada.

Na verdade, é de conhecimento geral que os objetivos de lançar a figura de Marcela num projeto para crianças de 0 a 4 anos são nitidamente assistencialistas, para maquiar os ataques dos golpistas, além de reforçar ideologicamente a figura da mulher passiva, que toma lugar na política onde convém para os interesses da classe dominante. E, de fato, também de conhecimento geral os objetivos de existência da Veja na crise de governo que vivemos hoje: desde o apoio até o convencimento da população pelo governo golpista. Nada seria tão mais óbvio do que a publicação de uma matéria que já lança ideias de promoção de Temer, mas inclusive impõe um padrão feminino a ser seguido, meramente decorativo no Planalto, como o próprio presidente golpista disse que se sentia em sua carta à Dilma, meses antes do golpe.

Diferente da Veja, o Esquerda Diário cumpre o papel de fortalecer o clamor da classe trabalhadora e da juventude pelos seus direitos, com o front da batalha tomado por mulheres, negros e LGBTs, nunca fazendo coro com qualquer tipo de opressão. Muito pelo contrário, queremos dar voz a quem luta contra a direita no Brasil e no mundo, de forma independente da burguesia imperialista e nacional, do PT, para combater de fato a opressão, que é apropriada pelo sistema capitalista para aprofundar a exploração, afinal são os setores oprimidos que estão nos postos mais precarizados de trabalho. Queremos sair da vida privada, do lar, para arrancar nossos direitos e lutar por conquistas! Chega da direita, seja ela na forma de governo ou da Veja, que só serve para impor padrões, objetificar nossos corpos e mentes e revigorar um sistema para a burguesia!

 
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