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SÃO PAULO
Haddad encaminha privatização da Ceagesp
Yuri Capadócia

Em um dos seus últimos atos antes de deixar a Prefeitura de São Paulo, o prefeito Fernando Haddad (PT) assinou decreto que viabilizará a transferência da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) da Vila Leopoldina, zona oeste, para Perus, na zona norte.

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O decreto estabelece as diretrizes do projeto que o grupo econômico interessado em assumir o serviço deve apresentar. A empresa se chama Novo Entreposto de São Paulo (Nesp) e é do grupo Serbom. A ideia é que o grupo assuma os serviços prestados pela Ceagesp, privatizando a ação de entrepostos, que vem sendo executada pela estatal, de controle da União.

Maior entreposto do gênero da América Latina, a Ceagesp registra receita operacional anual de mais de R$ 90 milhões – são 13 unidades no Estado, e a paulistana responde por 80,1% do total. Ali são comercializados produtos oriundos de 1,5 mil municípios, de 22 Estados e 19 países. Ao todo, são vendidas 10 mil toneladas por dia de alimentos no lugar.

O prefeito já havia manifestado o desejo de deixar como o maior legado da sua administração o planejamento a longo prazo da questão urbanística. A mudança da Ceagesp viabiliza a efetivação desse seu projeto para o futuro da cidade, conhecido como “Arco para o Futuro”.

Para Haddad, a mudança da Ceagesp segue as "âncoras" de desenvolvimento planejadas para a cidade. São elas: o terreno da Ceagesp; o complexo do Anhembi, em Santana, na zona norte; o Autódromo de Interlagos, na zona sul; e os Estádios do Pacaembu e do Canindé, ambos na região central.

"São cinco oportunidades de atualizar a cidade do ponto de vista da paisagem e do ponto de vista dos serviços prestados pela municipalidade", avalia o petista.

O projeto de Haddad para a cidade, o qual não à toa conta com a aprovação do futuro prefeito Dória, expõem os interesses que controlam o desenvolvimento urbano. A política urbana de Haddad sempre tentou se recobrir de um viés social, a defesa do direito à cidade com as ciclovias e a liberação da utilização de algumas vias, quando na verdade tudo o que fez foi valorizar preferencialmente áreas centrais da cidade tudo ao gosto da especulação imobiliária.

Seu projeto de privatização da Ceagesp conta com o apoio de 200 comerciantes e já arrecadou cerca de R$200 milhões, e contrapõem-se ao projeto que tinha outra parte dos permissionários que desejavam a autogestão e manutenção da Ceagesp. Numa canetada, mais uma vez Haddad e o PT mostram que entre os interesses dos grandes comerciantes e empresários versus os interesses da população optam sempre pelo benefício dos primeiros em detrimento da garantia de bons serviços à população, rifando um importante patrimônio da cidade de São Paulo em prol da especulação imobiliária.

 
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