Nos diferentes campos da disputa interna entre os tucanos, Aécio Neves e Geraldo Alckmin ocupam espaços de destaque em pólos distintos. Por isso, nesta sexta (16) o governador de São Paulo irritou-se com a decisão da cúpula do partido de manter Aécio Neves na presidência por mais um ano.
O governador de São Paulo considerou a decisão um "golpe branco" contra ele, e chegou a falar de "expulsão branca", acusando o partido a forçar sua saída, uma vez que pleiteia se candidatar à presidência em 2018. Do outro lado da disputa está o ministro de Temer, José Serra, e Aécio Neves.
A presidência do partido é um fator de maior importância na escolha dos tucanos. Com a prorrogação de Aécio na presidência por mais um ano, ele estará no cargo durante o período pré-eleitoral, minando as chances de Alckmin se lançar como candidato.
Alckmin vem de uma vitória dentro do partido com a candidatura do milionário João Dória na capital paulista, que levou um setor dos tucanos a apoiar Marta Suplicy (PMDB) nas eleições municipais. Isso porque o setor de figuras como Serra e Fernando Henrique Cardoso defendeu Andrea Matarazzo como candidato pelo PSDB, que depois de perder as prévias deixou o partido para compor o PSD e foi vice de Marta.
Com a prorrogação do mandato de Aécio por mais um ano, novamente as fissuras no partido tucano ficam evidentes. Isso demonstra que a crise política no país, que coloca a necessidade de reorganização da esquerda frente à crise do PT, também gera divisões na direita.
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