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Renan tenta votação surpresa e é derrotado, hoje sua cabeça que vai a prêmio
Vanessa Oliveira
Professora do ABC

Numa tentativa desesperada Renan Calheiros (PMDB-AL) , presidente do Senado, colocou no dia de ontem em votação em caráter de urgência o projeto "anticorrupção" e sua emenda para garantir impunidade dos políticos, mas foi derrotado. Hoje mesmo senta para negociar com Moro algum acordo sobre os temas que estão gerando divergência, bem como terá um caso, onde poderá tornar-se réu, levado a julgamento no STF.

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Dos senadores presentes na câmara 44 votaram contra a urgência e 14 a favor.

Diante de tal rejeição o projeto foi encaminhado para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, onde será discutido antes de uma votação no plenário.

Lideres do PMDB e PSD, articularam para que o projeto fosse votado na ordem do dia de ontem. A atitude de Calheiros causou certa revolta dos parlamentares contrários à forma que se encaminhou o projeto apresentado, com várias modificações se comparado ao original do Ministério Público.

Renan Calheiros muito astuto ao terminar a sessão alegou que apenas colocou como urgência, e disse que “ Foi muito bom o plenário decidir que essa matéria não requer um tratamento de urgência, porque ela vai tramitar demoradamente na CCJ”.

Diante das críticas ao parlamentar o Líder do Governo no Senado, Aloysio Antunes Ferreira (PSDB-SP), afirmou: “não nos coloquemos hoje na contramão da opinião pública brasileira. Vamos verificar que existe vida lá fora, que não há apenas vida no plenário [..] Eu peço aos meus colegas o voto contra a urgência, para que nós possamos analisar essa matéria com o devido cuidado”.

Ora, é claro que está colocado o covil de cobras que se instaura na duas casas do Congresso, onde Renan Calheiros , como manobreiro de seus interesses políticos tenta incansavelmente abusar mais uma vez do seu poder.

Os "indignados" senadores por sua vez não se indignaram com votar no dia anterior mediante bombas que ainda explodiam, mediante um luto oficial desrespeitado, um ataque a saúde e educação nos próximos vinte anos. Também não se indignaram com sequestrar o voto popular com impeachment.

Como do outro lado, não se indignam os hoje indignados promotores do ministério público diante de sua própria arbitrariedade que faz variar os pesos das provas e convicções conforme o jogo político.

Diante desse jogo de interesses, o Senador Federal Renan Calheiros, pode hoje quinta-feira (1) se tornar réu perante o Supremo Tribunal Federal (STF) , o caso tramita desde 2007 , onde ele é acusado de receber propina da Construtora Mendes Junior para pagamentos de despesas pessoais da jornalista Monica Veloso, com quem mantinha um relacionamento extraconjugal.

Mesmo apresentando ao Conselho de Ética do Senado os recibos de venda de gado em Alagoas para comprovar o ganho de 1,9 milhão, esses documentos foram considerados como notas frias pelos investigadores , por esse motivo foi denunciado ao Supremo.

O caso é investigado desde 2007, porém a denúncia só foi feita pela Procuradoria-Geral da Republica (PGR) em 2013. Desde então o caso passou por várias mãos, sempre sendo prorrogado, na conhecida dinâmica de nem sempre ter "convicções" à flor da pele mesmo havendo provas em abundância.

Caso Renan se torne de fato réu hoje, ainda será poupado pelo Supremo e não precisará deixar a cadeira de presidente do Senado, pois o ministro Dias Toffoli pediu vista e interrompeu o julgamento sobre a linha sucessória, que não será finalizada antes que Renan encerre seu período frente ao Senado, em fevereiro de 2017, supõem a maioria dos analistas, pois o pedido de Toffoli teve um caráter claramente protelatório já que já havia uma maioria se pronunciando que um réu não pode estar na linha sucessória, portanto não pode ocupar a presidência nem da Câmara, do Senado nem do STF.

No Supremo espera-se que hoje seja definido o recebimento da denúncia contra Calheiros, mesmo sendo vista pelo STF como a “pior data”, diante das atuais discussões contra crimes de abuso de autoridade a integrantes do judiciário. Juízes e promotores veem nesse projeto uma certa “retaliação” as investigações em curso.
A inclusão do julgamento da denúncia de Renan na pauta do STF foi feito pela presidente da Corte, Cármen Lúcia, após o relator, ministro Edson Fachin, liberar o caso para o plenário.

 
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