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GOVERNO TEMER
Primeira reunião do “Conselhão” é comandada por Temer e marcada pela pressão dos empresários
Rafaella Lafraia
São Paulo

A primeira reunião da nova composição do “Conselhão” foi realizada hoje e o tema central desta e de futuras reuniões, feita entre governo e grandes empresários e figuras nacionais, será a retomada do crescimento econômico do país em base aos ataques contra os trabalhadores e jovens.

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O conselho de desenvolvimento econômico e social (CDES), conhecido como “conselhão”, foi criado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003, e tem por objetivo agrupar “personalidades” da sociedade civil para assessorar, mensalmente, o presidente da República e os demais órgãos do Poder Executivo na elaboração de políticas públicas, articulando as relações do governo com os setores da sociedade civil representados. Em outras palavras, é a agrupação de grandes empresários e figuras públicas que influenciam diretamente na tomada de decisões do governo, pois é a classe que domina economicamente e nas grandes mídias.

Durante a presidência de Dilma Rousseff, estas reuniões tinham perdido sua relevância, mas, nesta segunda-feira (21) o presidente Michel Temer comandou a primeira reunião com sua nova formação do conselho.

Apesar da renovação de 67% dos seus integrantes, o ministro-chefe destacou que critérios técnicos, econômicos e sociais foram priorizados para a escolha dos integrantes do conselho e que esta nova composição é um recorte horizontal, pois esta mais relacionada ao momento atual da sociedade. Ainda sobre a composição do conselho, a assessoria do órgão afirmou que a composição tem representatividade de diferentes regiões e que novos setores também foram contemplados, como por exemplo, a segurança pública. Além disso, os ministros de estado só poderão participar das reuniões mediantes convites, que só poderão ser feitos em determinados momentos para esclarecer situações específicas de suas pastas.

Nesta nova composição do conselho está presente: Eliana Calmon, que foi corregedora-geral de Justiça; Nizan Guanaes, publicitário e sócio-fundador do Grupo ABC de Comunicação; Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp); o técnico de vôlei Bernardinho; o ex-jogador Raí. Economistas como Benjamin Steinbruch (presidente da Companhia Siderúrgica Nacional), Jorge Paulo Lemann (um dos sócios controladores da multinacional AB InBev) e Luiz Carlos Trabuco (diretor-presidente do Bradesco). Luiza Helena Trajano, presidente do Magazine Luiza, e Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores, que já participavam do grupo anterior vão continuar.

O empresário Abílio Diniz, que também é membro do conselho, declarou que é preciso parar de reclamar do governo e do que o poder púbico pode fazer pelas pessoas e pensar no que a população pode fazer para ajudar o governo a tirar o Brasil da crise. "Temos que largar isso de lado e penar: o que podemos fazer para ajudar", claro que o magnata está tratando de convencer a população a pagar pela crise que é dos ricos empresários. No mesmo tom sedento por descarregar a crise nas costas da população trabalhadora o empresário elogiou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que cria um teto para o crescimento dos gastos públicos da União por 20 anos e a reforma da previdência.

O empresário e apresentador de TV Roberto Justos também é novo integrante do conselho e até vislumbra novos passos na política, considerando ser candidato a presidência em 2018. Na opinião de Justus, Temer "foi muito feliz em sua exposição". O executivo também elogiou o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles e fez coro aos entusiastas golpistas que tem pressa em efetivar todos os ataques que o governo planeja contra a população.

Entre os que saíram do "Conselhão", estão o ator Wagner Moura, o escritor Fernando Morais, a presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Carina Vitral, e o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, segundo matéria do G1. A saída destes integrantes não é de se espantar já que eles declaram-se contra o golpe institucional, o que não colaboraria com a imagem do governo.

Ao longo do discurso de abertura do “Conselhão”, Temer disse que só será possível vencer a crise se “trocarmos o ilusionismo pela lucidez”. Também destacou a importância de contar com o apoio do Congresso Nacional para fazer as reformas necessárias para fazer o país voltar a crescer, entretanto, ele disse que isso não basta. Na avaliação do presidente, também é importante o apoio da sociedade. Ainda durante o discurso, o presidente Temer ressalta e dá relevância ao aumento da representação feminina no conselho, o que nem precisamos dizer que é uma forma de tentar disfarçar a composição de seus ministérios e não causar mais problemas com as questões das mulheres.

Na abertura do encontro, além de Temer, os ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e da Casa Civil, Eliseu Padilha, detalharão seus planos para o órgão. Neste primeiro encontro o tema principal foi a retomada do crescimento econômico, buscando ouvir os eixos prioritários que devem ser debatidos nos próximos encontros. Todos os participantes abordarão os principais pontos das medidas econômicas de ajuste fiscal propostas pelo Palácio do Planalto.

Desta forma, com a nova composição do conselho e a presença de um número elevado de empresários que pressionam o governo a aplicar, de forma mais rápida e efetiva, os ataques à classe trabalhadora para que esta pague a crise econômica vigente, já que a aplicação de medidas protecionistas e de aumento de juros nos EUA que elevam o preço do dólar e desvalorizam o real complica a vida dos vários empresários brasileiros que tem dívidas em dólar, junto a queda do preço das commodities que diminui os lucros e desfavorece a balança comercial nacional,, potencializa a pressa na efetividade dos ataques contra os trabalhadores. Também é intenção do "Conselhão" dar um ar de legitimidade aos ataques planejados pelo governo, apelando para uma ideia de representatividade da sociedade civil, quando na verdade vemos empresários pressionando pela efetivação de ataques galgando seu espaço na política.

 
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