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ATO DA ESQUERDA E DOS TRABALHADORES
Multidão no ato da Frente de Esquerda em Atlanta
Redação

Com delegações massivas de todo o país, mais de 20.000 pessoas encheram o estádio. Nicolas Del Caño, ex-candidato à presidente da FIT (Frente da Esquerda e dos Trabalhadores em espanhol), encerrou o ato.

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A Frente de Esquerda acaba de encerrar o ato mais importante da esquerda em três décadas. O grande ato convocado pela FIT no estádio de Atlanta, na cidade de Buenos Aires, foi o lugar aonde se deu o encontro de milhares de pessoas vindas de todo o país.

Mais de 20.000 pessoas foram parte de um emocionante ato, que ocupou as arquibancadas e o campo do estádio da Cidade de Buenos Aires. A convocatória teve um claro caráter nacional, com massivas delegações vindas de todas as províncias.

O início do ato foi precedido pela entra de numerosas colunas das diversas organizações. O Partido dos Trabalhadores Socialistas, o Partido Obrero e a Esquerda Socialista ingressaram ao estádio por diferentes entradas e ocuparam todo o estádio.

Os locutores – vários por cada força política – deram início ao ato. Antes de iniciar os discursos centrais, subiram ao palco referências dos setores combativos da classe trabalhadores, referências da juventude e da luta pelos direitos das mulheres.

O ato, que começou após as 17:30 e teve seu encerramento político por Nicolas Del Caño, ex-candidato à presidente da Frente de esquerda, contou com outros oradores antes.

Um chamado à organização e à luta

O primeiro a fazer uso da palavra foi Rubén “Pollo” Sobrero, dirigente ferroviário e secretario geral da setorial Haedo do Trem Sarmiento. Em seu discurso, chamou à enfrentar a burocracia sindical e avançar na organização dos setores combativos da classe trabalhadora.

Myriam Bregman, deputada nacional do PTS/FIT, despertou um massivo aplauso dos milhares presentes, quando subiu ao palco para fazer seu discurso.

Bregman centrou seu discurso no ascendente movimento de mulheres em luta. Um discurso que começou denunciando o triunfo de Donald Trump, defendendo que “a força das mulheres irrompe de forma explosiva em diferentes partes do mundo”.

O fervilhante discurso, que arrancou aplauso em múltiplas ocasiões-, serviu também para denunciar que “mais de 300 mulheres morrem anualmente por abortos clandestinos”. Bregman afirmou que “tanto o governo macrista, como o anterior dos Kirchner, se negaram a resolver a atender as demandas mais elementares, como a construção de abrigos para as vítimas de feminicídios, garantir a igualdade salarial entre mulheres e homens e creches em todos os locais de trabalho”.

Neste marco, denunciou a hipocrisia de muitos os quais dizem enfrentar a violência de gênero. “Muitos tiram a foto com o cartaz ‘Ni una menos’, mas condenam milhares de mulheres a ocupar os piores postos de trabalho, à miséria e ao desemprego” afirmou Bregman.

A dirigente nacional do PTS e FIT convocou a seguir fortalecendo a luta pelos direitos das mulheres, convocando a erguer colunas unitárias para a marcha do 25 de novembro, o dia da Não violência contra a mulher e, ao dia seguinte, a uma nova mobilização na Marcha do Orgulho Gay.

Soledade Sosa, deputada nacional do PO e da Frente de Esquerda foi quem em seguida teve a palavra. Sosa além de denunciar os funcionários e a casta política, recordou da “demanda” da deputada do Cambiemos de Mendoza, Susana Balbo, que pediu para que os deputados nacionais recebessem salários ainda maiores do que já o recebem.

Liliana Olivero, ex-deputada nacional da Frente de Esquerda em Córdoba, começou assinalando que “as mulheres encheram este estádio por nossos direitos. Os feminicídios são um dos piores males deste sistema patriarcal”.

Olivero denunciou também “esta aliança entre o Papa e os Governos para impedir que tenhamos o direito ao aborto legal”, que evitaria centenas de mortes todo ano.

Depois de saudações de diversas organizações internacionais ao ato da FIT, foi a vez de Claudio Dellacarbonara. O dirigente do sindicato Metroviário começou saudando o triunfo dos trabalhadores da fábrica de pneu contra a burocracia sindical kirchnerista na disputa pela comissão interna (Sutna). Saudou também aos trabalhadores da fábrica Guma (Córdoba) e da Stani, na zona norte da Grande Buenos Aires. Después de saludos de diversas organizaciones internacionales al acto del FIT, fue el turno de Claudio Dellecarbonara.

“Que vivam a gestões operárias” desejou com força. Um pedido repetido por muitas vozes e seguido de milhares de vivas. Foi em referência às fábricas ocupadas sob gestão operária como Zanón, MadyGraf e La Litoraleña, entre outras. “Vim falar como dirigente socialista revolucionário – afirmou Dellacarbonara- os sindicatos não podem ser um fim, mas um meio para organizar os trabalhadores e colocar-se à serviço de derrotar os capitalistas e seus Governos”.

Agregou que “precisamos derrubar a burocracia sindical e lutar por sindicatos, comissões internas e corpos de delegados democráticos e independentes do Estado, aonde os que decidam sejam os trabalhadores em suas assembleias; aonde setores minoritários possam ter pleno direito, aonde não existam burocratas pregados em suas poltronas, senão dirigentes que voltem a seus postos de trabalho depois de um período”.

Alejandro Crespo, secretário geral do Sutna recuperado, reivindicou “a todos aqueles que fizeram possível a recuperação desta associação” das mãos da burocracia. Além disso, também chamou a organizar-se para seguir avançando contra as direções sindicais burocráticas.

Juan Carlos Giordano, dirigente da Esquerda Socialista, reivindicou “este ato unitário contra o ajuste de Macri e os Governadores com a vergonhosa trégua da CGT, e por uma greve geral”.

Néstor Pitrola, dirigente do Partido Obrero e também deputado nacional da FIT, depois de analisar as consequências do triunfo de Trump nos EUA, afirmou que na Argentina “o grande potencial da Frente de Esquerda é oferecer um canal de independência de classe para enfrentar os capitalistas”.

Pitrola denunciou também a política levada adiante pelos chamados movimentos sociais e a condução da CGT que mantém uma trégua duradoura com o Governo. Em contraposição à esta prostração, reivindicou o avanço da esquerda e de setores combativos da classe trabalhadora recuperando organizações sindicais como ocorreu na comissão interna Suta Aten Capital e outras organizações.

Encerramento com chamado

O último dos oradores, encerrando o ato, foi Nicolas Del Caño, ex-candidato presidencial pela esquerda. O dirigente da FIT começou seu discurso enviando um abraço a toda a militância do PTS, do PO e da Esquerda Socialista.

Depois de denunciar o significado da vitória de do Trump nos EUA, afirmou que "nossa luta não é apenas para acabar com o capitalismo nacional, mas sim para acabar com o imperialismo em todo o mundo."

Del Caño, conhecido por seu apoio ativo por cada luta ou reivindicação operária e popular, destacou em seu discurso que este ato demonstra "o enorme desenvolvimento e avanço político da Frente de Esquerda (FIT)".

Como tem feito em inumeráveis ocasiões, Del Caño novamente denunciou a casta política que se enriquece nas funções públicas. "Não sabem o que é viver com o salário de um trabalhador", denunciou.

Del Caño acrescentou que "com exceção dos sindicatos e outras organizações sociais, nenhuma força política tradicional tem a capacidade de realizar ato massivos e militantes com esse perfil, sem recorrer a mecanismos clientelistas ou sendo bancados pelo Estado. Isso é duplamente significativo e coloca a FIT como uma das forças de peso político no cenário nacional ".

Em seu discurso, o dirigente da FIT fez um forte chamado para fortalecer a Frente de Esquerda. Um chamado para somar figuras de referência e outras forças, para promovê-la como uma alternativa política.
"Um programa como o que convocamos com esse ato tem que ser a base para fortalecer a FIT, abrindo a discussão com todas as organizações que concordarem com este ponto de vista, sem excluir a prática política de cada organização" disse Del Caño.

Del Caño caracterizou não só o atual governo nacional, como também a oposição peronista: "Se Macri pôde avançar foi graças ao apoio que deu a “Frente Renovadora de Massas de Deputados” e a“Frente para a Vitória no Senado”, que votaram a favor dele todas as leis. Também foram cúmplices os governadores e a burocracia sindical da CGT, que deixaram passar as demissões e a perda salarial sem sequer chamar uma paralisação de 24 horas. Cada dia cresce a raiva contra o governo, mas não vamos permitir que isso seja utilizado para impulsionar o retorno do peronismo ao poder. Milhares depositam suas expectativas no kirchnerismoe a resposta que se depararam foram os “bolsos de Lopez”; acreditaram no discurso dos direitos humanos e se depararam com Milani e o Project X ".

 
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