As categorias dos trabalhadores de transportes ainda terão assembleias para decidir, separadamente, se fazem greve devido suas campanhas, ou se paralisarão no dia 29 contra as PL4330, 664 e 665. A possibilidade de greve ainda é incerta.
Em 29 de maio está marcado o Dia Nacional de Paralisações, promovido por diversas centrais sindicais para tentar barrar os projetos de lei que retiram os limites da terceirização e impõe duros ajustes fiscais aos direitos dos trabalhadores - no caso, o Projeto de Lei 4330 (que tramita no Senado como Projeto de Lei Complementar 30/2015) e as Medidas Provisórias 664 e 665 - que modificam as regras para acesso a benefícios como seguro-desemprego, abono salarial e pensão por morte.
"É muito importante para os metroviários e para os ferroviários a nossa paralisação, porque, na verdade, vai significar a paralisação de oito milhões de usuários. E pela primeira vez juntos. Achamos que essa paralisação, se for vitoriosa, fortalece a perspectiva da greve do dia 29. Claro que se a categoria for vitoriosa, entra com mais força ainda no dia 29 para derrotar o PL 4330", afirmou Paulo Pasin, presidente da Federação Nacional dos Metroviários e um dos demitidos de 2014.
(Entrevista do Presidente da Federação Nacional dos Metroviários, Paulo Pasin)
O Presidente do Sindicato dos Metroviários, Altino Melo, disse que a intenção é que a categoria também pare com outras na próxima sexta-feira: "A nossa intenção é que o dia 29 seja um dia de paralisação mais forte possível para tentar barrar o projeto 4330 e também o 664 e 665. Temos várias dificuldades, foi difícil unir as centrais, mas acho que foi um passo muito grande", relatou Altino. "O papel dos metroviários é fazer todo o esforço para participar do dia 29, mas a decisão será toda da categoria no dia 28", finalizou. Com greve marcada para a quarta-feira, 27, os metroviários realizarão nova assembleia no dia 26 para confirmar a decisão - que se somaria à paralisação da CPTM, marcada para o mesmo dia por todos três sindicatos dos ferroviários nesta semana. Será feita uma assembleia no dia 28 para definir o que fazer no dia 29.
(Entrevista do Presidente do Sindicato dos Metroviários de SP, Altino Melo Prazeres Jr.)
Marília Rocha, integrante do grupo Metroviários pela Base e operadora de trem demitida em 2014, ressaltou que “No dia 29, temos que unificar os trabalhadores na luta contra a terceirização e as MP´s do ajuste e não em defesa do governo Dilma como quer a CUT. Nossa luta não é só contra o PSDB, mas também contra os governos do PT que também reprimem e demitem os lutadores. Hoje, os mesmos deputados que atacam nossos direitos votaram um aumento de 26% para seus próprios salários, enquanto isso milhares de professores em greve vêm negadas suas reivindicações. Tudo isso com a conivência do governo do PT”.
"A mobilização na CPTM está forte. Estamos visitando todas as bases das linhas 11 e 12 sem exceção. As áreas referentes à Operação são as maiores, então a gente tem um enfoque maior. Nós temos nos reunido com outras centrais e mobilizando também nas áreas deles", disse Leonildo Canabrava, presidente do Sindicato Central do Brasil (que comanda as linhas 11 e 12, ambos na zona leste de Sâo Paulo), afirmando que a disposição dos trabalhadores da empresa para a greve está grande.
(Entrevista de Leonildo Canabrava, Presidente do Sindicato Ferroviário Central do Brasil)
Os ferroviários da CPTM estão divididos entre três sindicatos. Além da Central do Brasil - que reúne os trabalhadores das linhas entre Brás e Estudantes e Brás e Calmon Viana -, os trabalhadores se dividem entre Sindicato dos Ferroviários da Zona Sorocabana, que comanda as linhas 8 (entre Júlio Prestes e Itapevi) e 9 (entre Osasco e Grajaú), e o Sindicato dos Ferroviários de São Paulo, que abrange trabalhadores das linhas 7 (Luz a Jundiaí) e 10 (Brás à Rio Grande da Serra). Em Assembleia Conjunta, os três sindicatos decidiram pela greve unificada a partir do dia 27 de maio.