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COMBATE AO CÂNCER
Avanços científicos no combate ao câncer - uma discussão sobre ciência e saúde
Rafaella Lafraia
São Paulo

A utilização da técnica de edição genética é usada pela primeira vez e para combater o câncer, mas este avanço científico que leva a possibilidade de cura estará à disposição de todos? E o por que tais técnicas são tão valorizadas enquanto outros tratamentos são ignorados?

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No último dia 28 de outubro, a equipe da Universidade Sichuan, em Chengdu – China – e liderada pela oncologista Lu You, afirmou para a revista Nature que o tratamento a um paciente com câncer de pulmão agressivo – a partir da injeção de células contendo genes editados com a técnica CRISPR–Cas9 – ocorreu bem e que o paciente deve receber uma segunda injeção. Tal informação parece ser banal, mas essa forma de tratamento esta sendo testada primeiramente em humanos agora e serve de esperança para tratamentos de câncer de forma menos invasivas, além de mostrar o avanço científico que temos com os nossos modos produtivos.

Essa técnica, usada como teste clínico, é mais simples e mais eficiente do que outras técnicas de edição de células utilizadas anteriormente, e se baseia na remoção das células do sistema imunológico (defesa do corpo presentes no sistema sanguíneo) do paciente e, em seguida, essas células são submetidas a uma combinação de uma enzima de corte (funciona como uma tesoura) de DNA (material genético da célula) com um trecho de RNA (molécula que se pareia de forma complementar com o DNA, servindo como guia ponto guia para indicar o “ponto correto” para o corte enzimático). Essa combinação – a técnica em si – acaba desativando o gene que codifica (leva a produção) da proteína PD-1, que normalmente, ativa a resposta imune destas células de defesa, mas que os cânceres utilizam para proliferar. Em seguida, estas células modificadas são cultivadas para a ampliação de seu número, para então injetá-las no paciente. Para os pesquisadores, esta modificação possibilitará que as células do sistema imune possam combater o cancer ao invés de ”auxiliar” na sua proliferação.

Em matéria da Folha de São Paulo o pesquisador da Universidade Columbia, em Nova York, Naiyer Rizvi, alegou que a tecnologia é promissora, mas questiona o sucesso do estudo chinês, considerando que a técnica não é muito escalável, por ser personalizada. Para ele esse tratamento não será superior aos novos tratamentos imunoterápicos, que já usam como alvo a proteína PD-1 e têm obtido excelentes resultados.

A aplicação de uma técnica biológica tão avançada evidencia o quão avançado estão os modos produtivos que a ciência tem atualmente, mas devemos ter em mente que tais testes são feitos sempre com recursos financeiros de empresas farmacêuticas e que, assim, tem seu interesse por trás de tais resultados. Lembrando que somente as produções de produtos farmacoquímicos e farmacêuticos teve o desempenho de maior importância para a média global para o primeiro semestre deste ano, como apresentado aqui, devemos colocar como ponto de discussão como tais pesquisas e tratamentos são levados à frente, desmerecendo outras formas alternativas de tratamento e a própria vontade do paciente. Ou seja, o interesse ao lucro destes grandes burgueses é o que leva a frente algumas pesquisas, colocando a mercê outras formas de tratamentos e o paciente, atrelando a isso, devemos ressaltar que tais formas de tratamento serão de tão alto custo que a população de modo geral não terá acesso a tal.

Dialeticamente, devemos nos vangloriar dos avanços técnicos científicos, mas devemos entender que dentro do sistema capitalista estes avanços estão entrelaçados a que classe e para que classe.

Imagem de Steve Gschmeissner / Science Photo Library

 
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