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VIOLÊNCIA
Mães choram e amigos procuram os 5 Amarildos da Zona Leste de SP
Cássia Silva

Desde a noite de 21 de outubro, uma sexta-feira, 5 jovens da Zona Leste de São Paulo estão desaparecidos. Eles teriam ido se encontrar com outras jovens e não foram mais vistos. A última mensagem é de Jonathan para uma amiga: “Ei, tio, acabo de tomar um enquadro ali. Os polícia tão me esculachando”. Enquanto as mães choram, amigos procuram os jovens à cavalo.

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César Augusto Gomes Silva, 19, Jonathan Moreira Ferreira e Caique Henrique Machado Silva, 18, Robson Fernando Donato de Paula, 16, e Jonas Ferreira Januário, 30, estão desaparecidos há 14 dias e nem o perfil das garotas com quem iam se encontrar podem ser vistos na internet, assim como a possibilidade da festa realmente ter existido também não é certa.

Eles foram abordados por policiais a caminho da chácara e uma mensagem de Jonathan Moreira Ferreira indica que sofreram violência policial. O carro que estavam foi encontrado abandonado no Rodoanel, perto de Ribeirão Pires.

Na manhã de Finados, 2 de novembro, uma busca incansável pelo paradeiro dos 5 Amarildos: os amigos emprestam cavalos, os moradores do bairro Rodolfo Pirani fazem vaquinha para cobrir a gasolina de carros para vasculhar becos, terrenos baldios, matagais e rodar as cidades próximas, no ABC Paulista. Enquanto isso, Adriana Moreira, 44, e Elzamira de Paula, 34, incorporam-se às buscas e choram a possível perda dos filhos (Jonathan e Robson, respectivamente).

Rodolfo Pirani é um bairro marcado pela perseguição e violência policial cotidiana, na divisa de São Paulo, Mauá e Santo André, tendo em vista reclamações de estudantes pelas abordagens assediadoras da Polícia Militar.

A mãe Adriana expressa sua dor e seu ódio quando diz:

“Às vezes penso que ele está morto, às vezes que está vivo. É uma incerteza. Isso está acabando com a gente. Os dias vão passando e você não sabe de nada. Se fossem cinco filhos de ricos, filhos de deputados, a cidade estava parada, tinha helicóptero procurando. Mas eles são pobres, da periferia e com passagem. Quem é que liga?”

Após 2 duas semanas do desaparecimento, o celular de Robson deu sinal de localização em Atibaia, mas nada foi encontrado.

Assim, depois do caso de desaparecimento do pedreiro Amarildo, o caso dos 5 Amarildos só escancara a violência e a força armada que a polícia representa para a população jovem e negra do país. Chega de polícia, de repressão aos movimentos sociais e extermínio da população jovem e negra! Exigimos justiça, que significa a imediata aparição dos jovens da Zona Leste!

 
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