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CULTURA DO ESTUPRO
O ano de 2015 registrou um estupro a cada 12 minutos no Brasil
Artemis Lyrae

Segundo a 10ª edição do anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em 2015 foram registrados em média cinco estupros por hora no Brasil, num total de 45460 boletins de ocorrência, além do registro de 6988 tentativas de estupro no mesmo ano. Os dados são da 10ª edição do anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

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Imagem: O Globo

Um estudo divulgado pelo Ipea em 2014 estima que apenas 10% dos casos de estupro são denunciados. Assim, o número de estupros ocorridos em 2015 é na verdade de mais de 450 mil. Essas pesquisas expressam o que é a cultura do estupro e a violência à qual as mulheres estão submetidas diariamente, fruto de uma ideologia patriarcal e burguesa que é reproduzida e legitimada pelos governos, Igrejas e patrões. Isso porque a opressão é funcional para a manutenção do capitalismo, dividindo a classe trabalhadora e mantendo as mulheres nos postos de trabalho mais precarizados.

Foi no ano de 2016 que uma jovem de 17 anos foi estuprada por 33 homens. É o ano em que outra jovem foi estuprada, torturada e assassinada por dois homens na Argentina. O ano está próximo do final e o número de casos de estupro não deve diferir muito de 2015. 2016 é também o ano em que ocorreu um golpe no país, levado a cabo por setores que querem rifar os direitos dos setores oprimidos e explorados um a um, implementar projetos como o Escola Sem Partido, retirar das escolas a discussão de gênero e sexualidade, com ministérios que recebem estupradores como Alexandre Frota. Além disso, a polícia não responde a casos de violência (pelo contrário, é responsável por ela a mando do Estado), e com um sistema Judiciário tão reacionário quanto o governo, a primeiro momento pode parecer que não existe uma saída dessa realidade. Mas isso é justamente porque não é por meio desse Estado burguês, machista, racista e LGBTfóbico por excelência, que se alcançará a emancipação das mulheres.

2016 também é o ano em que milhares de mulheres saímos às ruas em defesa de nossos direitos ao próprio corpo, e contra os ataques desse governo golpista. E é aí que se encontra a saída rumo a uma sociedade livre do machismo. Nos atos de milhares de mulheres nas ruas em resposta ao estupro coletivo no Rio de Janeiro e ao estupro e assassinato de Lucía na Argentina. E também nas mais de mil ocupações de escolas, cuja linha de frente é composta por maioria feminina e negra.

A luta das mulheres é a mesma da classe trabalhadora e da juventude por uma vida plena de direitos, sem nenhuma forma de opressão e exploração, e portanto contra o estado capitalista.

 
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