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ELEIÇÕES DCE USP
A tentativa do PT de se recompor na juventude e o DCE da USP
João Alberto

Como os setores petistas dentro da USP vão tentar usar as eleições do DCE para ser um ponto de apoio, na tentativa de recomposição do PT em meio ao fenômeno da juventude? E como devemos batalhar para construção de uma alternativa a esquerda desse partido e sua falida estratégia de conciliação de classes.

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Durante esse ano, conforme o golpe institucional ia se consolidando, o PT dava mostras de que sua "resistência" ao processo de impeachment seria meramente formal. Dias de manifestação sem a presença das bases sindical e estudantil da CUT, CTB e da UNE, UBES contando com apenas alguns poucos representantes das entidades dirigidas pelos petistas. Dias de paralisação contra as medidas do governo golpista também formais, com baixa adesão causada pela não construção da mobilização nos locais de trabalho e estudo.

Essa não-luta do PT seguiu perfeitamente a orientação de Lula, de que o partido faria oposição sem "incendiar" o país. A abertura de espaço para a direita em seu governo e a adoção dos métodos de corrupção da velha direita, combinada ao resultado concreto dessa inércia culminou na consumação do golpe, e a derrocada eleitoral petista nas eleições municipais.

A passagem para a oposição no âmbito federal e a perda de inúmeras prefeituras (incluindo a da cidade de São Paulo), está fazendo o PT planejar se relocalizar politicamente. Dada a enorme campanha da mídia golpista contra o partido, e os ataques que Dilma fez aos trabalhadores, neste setor a reconstrução tem se mostrado mais difícil. Por isso, o carro-chefe da iniciativa de tentar pintar o PT de vermelho novamente, tem sido a juventude.

Nas ocupações de escolas, nos atos contra os ataques de Temer, bandeiras da UNE e de suas ramificações locais dirigidas pelos petistas têm se tornado mais frequentes. A burocracia estudantil, que nos 13 anos dos governos de Lula e Dilma serviu pra frear as mobilizações, agora tenta aparecer como combativa, porém sua estratégia é a de conciliar com os inimigos da juventude. Por 13 anos, o PT governou coligado com diversos partidos da direita, incluindo o PRB do arquireacionário Marcelo Crivella, recém-eleito prefeito do Rio de Janeiro. No caso da direção da UNE, é impossível esquecer a sorridente foto da presidente dessa entidade com Kátia Abreu, representante do agronegócio no Congresso e no governo Dilma.

Na USP, o PT também tenta se reconstruir. Há muitos anos longe da direção do DCE (Diretório Central dos Estudantes), e após as mudanças na conjuntura nacional, a imagem que a chapa "Por todos os cantos", impulsionada pelo PT e que está disputando a atual eleição, tenta passar é a de combatividade. Diz que lutou contra o golpe desde o início (uma possível referência aos giros políticos do MES, que é parte da atual gestão), porém o quê o PT fez de verdade, além de dias de mobilização e paralisação tímidos e limitados pelas suas próprias burocracias?

A chapa também diz defender um DCE mais democrático. Nada mais justo e necessário; porém não será do PT que isso virá. Já vimos diversas traições e conciliações vindas da UNE, como as conversações escusas com a prefeitura de São Paulo sobre o passe-livre, ou as negociações para acabar com as ocupações secundaristas sem consultar os estudantes ocupados.

Além disso, em diversos pontos o programa da chapa "Por todos os cantos" apresenta evidentes adaptações à miséria do atual sistema educacional brasileiro. Defende, por exemplo, "linhas de financiamento de extensão"; ou seja, coloca em seu programa uma "solução" para a extensão universitária através do crédito privado. Qualquer semelhança com programas como o FIES, que endivida centenas de milhares de jovens, não é mera coincidência.

O PT é hoje muito menor do que já foi um dia. Perdeu grande parte de sua força militante e de sua base eleitoral ao trair e atacar cada vez mais os trabalhadores e a juventude. Não podemos permitir que esse partido, especialista em fazer acordos com a burguesia e com todo tipo de partido reacionário, volte a se construir. Nessas eleições para o DCE da USP, chamamos os e as estudantes a votarem numa alternativa aos golpistas e aos conciliadores petistas. A votarem num projeto de universidade que questione a atual estrutura de poder e o acesso excludente e elitista. Chamamos todos a conhecerem o programa e votarem na chapa Primavera nos Dentes.

 
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