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BUENOS AIRES
Mais de cem mil pessoas por #NiUnaMenos no centro político do país
La Izquierda Diario

Uma massiva concentração esteve presente sob intensa chuva. Agrupações e referências da esquerda e setores combativos também se mobilizaram até a Praça de Maio.

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A revolta diante do feminicídio da jovem Lucía Pérez foi a gota que transbordou o vidro. Frente à convocatória do coletivo #NiUnaMenos e outras 50 organizações de mulheres, sociais, sindicais, políticas e de direitos humanos, o rechaço à violência machista se expressou finalmente neste 19 de Outubro com um grande pronunciamento nacional.

Na Cidade de Buenos Aires, a convocatória superou amplamente todas as expectativas. A jornada, que começou com uma histórica paralisação pelos direitos das mulheres, imposta pelas trabalhadoras e trabalhadores à burocracia, culminou em uma massiva mobilização na Praça de Maio, onde se reuniram mais de 100 mil pessoas.

Nem o vento incessante nem a intensa chuva do temporal puderam deter a força dessas dezenas de milhares de pessoas. Em grupos, com amigos, com suas diversas organizações, com seus companheiros, em família, milhares de guarda-chuvas começaram a encher o Obelisco desde às 16h, antes inclusive da convocatória oficial. Mães, avós, tias, crianças. Mulheres de todas as gerações saíram às ruas. “Todas somos Lucía”. “Basta de feminicídios.” “Somos o grito das que não têm voz”. “Mexem com uma, nos organizamos em milhares”, diziam em suas canções e cartazes. A participação de milhares de homens foi notória. Eles também se fizeram presentes para acompanhá-las em sua luta e gritar Ni Uma Menos.

Desde a rua Pellegrini, desde a Diagonal Norte, desde a Avenida 9 de Julho, com faixas pintadas em suas casas, em seus lugares de estudo e de trabalho; com fotos de seus familiares reivindicando justiça; com milhares de guarda-chuvas cobrindo as ruas, uma maré de mulheres e homens de todas as idades começou a avançar até a Praça de Maio em torno das 17h30.

Recém passadas as 19h, a frente da mobilização, na qual participavam referências do movimento de mulheres, chegou à Praça. Ali, em um cenário montado em um caminhão, frente à Casa Rosada, Florencia Minici, Marta Dillon e Florencia Alcaraz leram o documento das jornalistas integrantes do coletivo Ni Una Menos.

“Ni una menos. Vivas nos queremos” foi o grito que unificou esse amplo rechaço social que teve seus antecedentes nas marchas do 3 de Junho de 2015 e em 2016, mais recentemente no Encontro Nacional de Mulheres de Rosário, no qual se reuniram mais de 70 mil mulheres. O grito de “aborto legal para não morrer”, a denúncia ao tráfico e a reivindicação das mulheres trabalhadoras também se fizeram sentir.

Dentre as organizações presentes, encontravam-se a Campaña Nacional por el Derecho al Aborto, a Campaña contra las Violencias, os partidos que integram a Frente de Izquierda (PTS, PO e IS), La Cámpora, Movimiento Evita, CTEP, a CCC, MST, Mala Junta, MAS, entre outras, junto a Centros de Estudiantes e delegações sindicais.

Myriam Bregman (PTS/Frente de Izquierda), que propôs na sessão desta quarta-feira que o Congresso Nacional fosse adiada para poder participar da jornada e, frente à negativa da maioria, retirou-se do recinto para acompanhar a mobilização. “É inadmissível que o governo nacional, os governos provinciais, os partidos do regime e as instituições do Estado sigam dando as costas a essa reivindicação. Ao menos uma mulher é vítima de feminicídios todos os dias, mais de 300 jovens pobres morrem por ano por abortos clandestinos e milhares de mulheres sofrem a política de ajuste, demissões e precarização do trabalho do Governo de Cambiemos”, afirmou.

Junto à deputada da FIT, também estiveram presentes a fundadora do Pan y Rosas, Andrea D’Atri; o ex-candidato à presidência, Nicolás del Caño; o legislador portenho pelo PTS/FIT, Patricio del Corro; e o dirigente do PTS, Christian Castillo.

Dentre as trabalhadoras que se mobilizaram junto ao Pan y Rosas se encontravam referências da Mondelez (ex-Kraft), FeltFort, PepsiCo, Madygraf (ex-Donneley), Procter & Gamble, Cedinsa, Worldcolor, da Aerolíneas e LAN Argentina, do Hospital Alende, Garrahan e outros centros de saúde, trabalhadoras estatais, docentes dos sindicatos combativos como os Suteba da província de Buenos Aires e Ademys (CABA), de Ferrobaires e outros locais de trabalho, que difundiram milhares de cópias da carta que publicaram frente a essa massiva mobilização. Também se fizeram presentes estudantes secundaristas e universitários.

 
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