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Sérgio Moro anula os crimes eleitorais de Eduardo Cunha
Matias Aires
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O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato na primeira instância, retomou o processo que corria no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

A ação penal trata da existência de contas na Suíça, em nome do ex-parlamentar. Como o STF já havia aceitado a denúncia, Moro apenas vai continuar o julgamento do caso, a partir de onde o processo parou na Suprema Corte.

No despacho em que recebeu a denúncia, Moro fez questão de lembrar que o MPF retirou a acusação de crime eleitoral contra Eduardo Cunha, pela ocultação. O motivo, segundo o juiz curitibano, foi o fato de que "a Justiça Federal não poderia julgar crimes eleitorais". Isso caberia "apenas" à Justiça Eleitoral.

Nada mais falso. O intervencionismo do MPF e do próprio Supremo Tribunal Federal nas eleições foram vastos. Em todos eles, se privilegiou corruptos confessos e alguns já condenados. Caso exemplar foi o do deputado federal do PRB, Celso Russomanno, candidato a prefeito de São Paulo. Mesmo com provas evidentes de peculato, o STF o absolveu, para que pudesse participar livremente do processos eleitoral. Essa decisão não se modificou nem mesmo quando a Operação Alba Branca - que investiga a máfia da merenda em SP - liberou gravações telefônicas em que dois envolvidos mencionam literalmente o nome de Russomanno como o "mais novo parceiro" dos mafiosos.

Além disso, o judiciário liberou a participação de candidatos a prefeito que possuíam ações penais abertas em outras 7 capitais.

Uma raridade que a todo-poderosa Lava Jato, que definiu o pano de fundo e o rumo das eleições em todo o país, "de repente" se sinta sem braços para julgar os crimes eleitorais de Cunha.

Cunha é acusado de receber propina de contrato de exploração de Petróleo no Bênin, na África, e usar contas na Suíça para lavar o dinheiro.

Cláudia Cruz, esposa de Cunha, já responde por lavagem de dinheiro e evasão de divisa na Justiça Federal do Paraná. De acordo com as investigações, Cláudia Cruz foi favorecida, por meio de contas na Suíça, de parte de valores de propina de cerca de US$ 1,5 milhão recebida pelo marido.

Cada passo detalhado dos procuradores do Ministério Público e da Lava Jato em Curitiba mostra que o objetivo da operação é substituir um esquema de corrupção com a cara petista por um esquema com o rosto da direita, fortalecendo o judiciário como árbitro autoritário da política nacional para implementar os ataques que o governo golpista de Temer não consegue fazer sozinho (como a reforma trabalhista).

Sérgio Moro e seus procuradores ganham medalhas do Exército por saber aproveitar a crise da Petrobrás para criar uma indústria milionária de delações. Faz jus em pertencer ao Judiciário mais rico do mundo: 1,2% do PIB nacional (quase R$70 bilhões) é consumido em salários aos juízes, sem contar os do Supremo, que merecem depois de tão árduos esforços por “extirpar” a corrupção nacional.

O Judiciário - e seus heróis como Moro e Dallagnol - prova uma e outra vez que está “no leme” deste segundo semestre político para resolver os elementos de crise orgânica e de representatividade no Brasil pela direita. Abraçam gente como Eduardo Cunha. Todo espaço aos golpistas da direita, algum espaço menor para os traficantes apáticos de votos dentro do PT, e censura absoluta aos trabalhadores, à juventude e à esquerda.

 
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