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POESIA | lateja

sexta-feira 18 de novembro de 2016 | Edição do dia

I.
tem o corpo, a carne e o sangue
tem o gesto e a palavra.
acorda e levanta,
sente a asa do quadril
tensionando a carne.
fecha os olhos,
formigamento até os pés,
veia expandida.
cada sangue e músculo por baixo da pele
lateja,
contorce um tanto as entranhas,
solta e prende.
conta-gotas estala na água,
olha por entre as pernas,
cerâmica de aquarela.
espera um pouco...
deixa ficar vermelho
puxando por um fio de muco,
sua frio,
um suspiro
e o sangue volta a face.

II.
puxa a calcinha de lado,
as mãos nas coxas
pressionam o corpo gelado.
respira um pouco mais fundo,
perto do pescoço até a ponta da orelha,
encosta cada parte até aderir
toda as costas.
com a boca cheia de água
o lábio corre molhado na pele,
encontra os cabelos na nuca,
mordida no ombro.
a asa do quadril cede,
o espasmo se perde,
confunde,
no ajuste do corpo pra sentir prazer...

Vento, ilustrações livres II, Juli Ribeiro - https://www.instagram.com/juliribeiroc/


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