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CRISE DA SAÚDE EM CAMPINAS | Crise na saúde em Campinas: Hospitais superlotados e situação precária para a população

Os hospitais da cidade de Campinas se encontram em uma verdadeira crise para conseguir atender os casos de covid. Nessa semana, publicamos a denúncia de um trabalhador do Hospital Mário Gatti, em que descrevia as condições sob as quais se dá o atendimento no hospital, que estão precárias e desumanas para os pacientes. Segundo ele, há quartos lotados com leitos acima da capacidade projetada, e faltam leitos de UTI.
Na terça (01), o Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp suspendeu o encaminhamento de casos para o pronto socorro, devido superlotação.

sexta-feira 4 de junho de 2021 | Edição do dia

Na terça (01), o Hospital da Clínicas da Unicamp anunciou que suspendeu por 48 horas cirurgias eletivas e até mesmo o atendimento no pronto socorro devido à superlotação. Na terça, o HC atingiu 295% da capacidade operacional.

Esta não foi a primeira vez que o HC suspende parte de suas atividades desde o início da pandemia: em março do ano passado o HC adiou cirurgias eletivas como parte do plano de contingenciamento para combate ao Covid-19, e teve problemas com superlotação dos leitos de UTI desde lá. Houve momentos de estabilização na capacidade de atendimento, mas desde o começo do ano com o aumento do número de casos a situação é crítica.

Segundo o boletim epidemiológico de Campinas do dia 03/06/2021, os leitos de UTI do SUS municipal estão 98% lotados, possuindo apenas 3 leitos vagos, e o SUS estadual está 90% ocupado, com 4 leitos vagos. Os leitos particulares operam com 91% de sua capacidade ocupada, tendo 17 leitos disponíveis.

Essa realidade preocupante cobra seu preço principalmente nas famílias mais pobres: há até mesmo o caso de uma paciente que se recuperava do Covid, mas foi mandada para se recuperar em casa, devido à falta de vagas no hospital. Neusa Lopes Laurelino, de 57 anos, hoje se recupera em um barraco de madeira improvisado na ocupação Jardim Rosália 4, na Vila Padre Anchieta. O quarto de recuperação foi feito pelos próprios moradores, em solidariedade à situação.

Esse dramático caso, infelizmente se repete com outras famílias, haja visto a superlotação dos hospitais da região. O país inteiro enfrenta este desastre proveniente da política negacionista e reacionária de Bolsonaro, que desde o início da pandemia não garantiu medidas mínimas para conter o vírus, como a testagem massiva da população.

João Dória que se diz oposição ao Bolsonaro, também não garantiu medidas mínimas, ao contrário ajudou a atacar a populaçãoe faz com que todos os dias milhares de trabalhadores se aglomerem no transporte público, inclusive recentemente atacando os metroviários que lutavam por melhorias para atender a população na pandemia.

Assim como o governador de São Paulo, Dário Saadi, prefeito de Campinas, tenta se mostrar racional frente a essa situação, mas não nos engana: também está a serviço do empresariado tal qual seu partido, Republicanos. Dário responsabiliza a população devido a festas e aglomerações, mas não toma medidas mínimas, como aumentar as contratações de trabalhadores da saúde, ou expandir a frota do transporte público.

Campinas enfrenta uma situação alarmante há muito tempo, com alta ocupação dos leitos, falta de profissionais ou situações de trabalho muito precárias. Desde o início, o Esquerda Diário vem denunciando e dando voz para os trabalhadores que estão na linha de frente do combate à pandemia, que com o conjunto da classe trabalhadora e da juventude, sofre ataques dos diferentes governos que dizem se preocupar com as vidas, mas aproveitam o caos para piorar o nível de vida da população enquanto os ricos ficam mais ricos.

Só nossa luta pode ser uma saída para a pandemia que já matou quase meio milhão em todo o Brasil e na crise que vivemos. Uma luta que não pode canalizar nossa força para a espera passiva de 2022. Nossa luta é urgente diante do caos que vivemos e só a classe trabalhadora pode dar essa saída, confiando em suas próprias forças. É com essa perspectiva que fomos aos atos do dia 29 em Campinas e em todo o Brasil. Lutando pelo Fora Bolsonaro, Mourão e os Militares e sem depositar nenhuma confiança nos que se dizem oposição mas também nos atacam como o Congresso, o Senado e o STF.

Leia mais: Dois caminhos depois do #29M: atos de desgaste eleitoral pró-Lula ou radicalizar a luta?




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