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MINAS GERAIS | Zema quer fechar centenas de salas de aula em pelo menos 225 escolas de MG

A medida causará centenas de demissões de trabalhadoras e trabalhadores e vai piorar a qualidade de ensino para os estudantes, com salas mais cheias.

quinta-feira 29 de agosto de 2019 | Edição do dia

O fechamento das salas de aula é parte do plano de ataques do governador Romeu Zema (NOVO) à educação e à saúde, que se soma ao atraso e parcelamento de salários e ao não pagamento do piso nacional do salário dos professores. Proposta pela Secretaria de Estado de Educação (SEE), usa como justificativa a “liberação de espaço para o reforço escolar de alunos que estavam em vias de abandonar a escola”.

O governo do Estado de MG, com a justificativa de “liberar espaço para outros alunos”, busca fundir turmas. Para os professores e estudantes, isso acarretará em salas superlotadas e precarização do trabalho dos professores. Ao invés de ampliar a rede, contratando novos professores, construindo novas escolas, o governo opta por fechar salas e sobrecarregar ainda mais os educadores já sobrecarregados.

A secretária de Estado de Educação, Julia Sant’Anna, afirmou que “É preciso apoio mais próximo nessas unidades [se referindo às mais de 200 escolas que passarão pela medida proposta] e, para isso, precisamos de professores e de espaço físico para atender esses estudantes”, disse. A secretária garante que o Estado não está ultrapassando o limite vigente em lei de máximo de 40 alunos do Ensino Médio por sala, ignorando completamente uma reivindicação histórica de professores e pedagogos por turmas menores, com bem menos de 40 alunos. Segundo os professores, hoje por hoje, o que está previsto em lei, do ponto de vista pedagógico, já é um absurdo completo.

Em resposta à medida do governo de Zema (Partido Novo), na última segunda-feira, alunos e professores protagonizaram uma importante paralisação em frente ao Instituto de Educação, na Região Centro-sul da capital. Os estudantes junto aos professores protestavam contra o fechamento de 14 turmas do ensino fundamental e médio na escola em sua escola.

A secretária, como forma de deslegitimar o movimento legítimo da comunidade escolar, apontou que as avaliações mineiras e nacionais vem caindo tanto no Instituto de Educação quanto na Escola Estadual Santos Dumont, em Venda Nova, onde também se registrou protestos nesta quarta-feira (21).

Chama atenção que a secretária que fala sobre os indicadores dessas duas escolas estarem caindo, é a mesma que propõe fechar dezenas de salas nessas escolas. Inclusive é a mesma secretária que, junto ao governador Zema, segue negando o pagamento de salário dos professores, como afirmou Flavia Valle, professora da rede e dirigente do MRT no estado “O governo de Romeu Zema, do Partido Novo, segue na inconstitucionalidade ao não pagar o salário devido aos professores, o que nos gera um prejuízo de ao menos 8 mil reais ao ano”.

Leia também: Flavia Valle: “temos que lutar ao lado da juventude contra o fechamento de salas por Zema”

Assista à fala de uma estudante em audiência publica realizada na Assembleia Legislativa de Minas Gerais:

Esse ataque é mais uma medida que faz parte do plano de sucateamento e privatização da educação e da saúde em Minas, objetivando a adesão ao regime de recuperação fiscal, que vai entregar dinheiro para os banqueiros e especuladores através do pagamento da dívida pública do estado. Para isso, Zema pretende privatizar a CEMIG e a COPASA, já privatizou as estradas, além de ser grande apoiador e entusiasta da Reforma da Previdência de Bolsonaro e Rodrigo Maia, querendo fazer, assim como Bolsonaro, os trabalhadores e o povo pobre pagarem as contas da crise.

É urgente enfrentar o governo de direita de Romeu Zema, que tenta aplicar um duríssimo ajuste em todo o estado, atingindo sobretudo os trabalhadores da educação e da saúde, o que afeta a população de conjunto. Somente a aliança entre os trabalhadores e a juventude, que hoje luta para que não se feche suas salas, pode impedir que Zema e o governo federal de Bolsonaro continuem avançando contra os direitos da população mineira.

Leia também: Governo Zema: 7 meses de favores aos grandes empresários e sacrifícios ao povo trabalhador




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