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REFUGIADOS PALESTINOS NA SÍRIA | Yarmuk: milhares de palestinos presos sob o fogo cruzado em campo de refugiados

Em 01 de abril de Estado milícias islâmicas lançaram uma ofensiva no campo de refugiados palestinos de Yarmouk, a 8 km da capital da Síria. Desde então, 18 mil refugiados palestinos estão presos, sem água ou comida, no fogo cruzado do Estado Islâmico e do regime de Al Asad.

Josefina L. MartínezMadrid | @josefinamar14

sábado 11 de abril de 2015 | 00:01

O campo de refugiados de Yarmuk é uma mega-cidade precária, localizado a 8 km de Damasco, capital da Síria. Antes do início da guerra civil em 2011, viveram ali mais de 150 mil palestinos. Hoje, há pouco mais de 18.000, incluindo 3.500 crianças.

Construído em 1957, Yarmouk já foi o maior acampamento de refugiados palestinos na Síria. Muitos moradores de campos de refugiados palestinos nasceram lá, filhos ou netos daqueles que foram expulsos de suas terras pelo exército de Israel, desde 1948. Agora, eles são forçados a um novo êxodo.

Durante dois anos, o campo é assediado por confrontos entre as forças rebeldes contra o regime, que avançou controlando o campo a partir do sul, e do exército de Al Assad, no norte do país. O campo tem uma localização estratégica, uma vez que é uma porta de entrada para Damasco, a capital.

Na galeria de fotos publicado pela UNRWA (agência da ONU para a ajuda aos refugiados palestinos) pode ser visto qual era a situação no final de janeiro, uma manhã em Yakmur com milhares de palestinos na fila para comida, cercado por escombros. Hoje esse pesadelo se tornou o inferno.

Quem combate em Yarmuk?

O exército sírio tem bloqueado desde 2013, a entrada de comida e ajuda humanitária, deixando o campo de refugiados em condições extremamente precárias. No dia 1 de Abril, as forças do Estado islâmico avançaram para ocupar 90% do Yarmuk. Do norte, o exército sírio começou a bombardear o campo para evitar que este fosse controlado pelo EI. O Observatório Sírio para os Direitos Humanos disse que os helicópteros do regime dispararam seis barris de explosivos nas ruas de Nuh, Mansura e Oruba, perto do Cemitério dos Mártires em Al Yarmuk.

Em meio aos bombardeios estavam milhares de palestinos presos no combate, sem água, elecricidade ou de comida, com muitas casas a escombros.

Vários ativistas palestinos e refugiados que escaparam acusaram a Frente Al Nusra, braço do Al Qaeda na Síria, de ter facilitado a entrada das forças do Estado islâmico no campo de Yarmuk.

No campo, o Estado Islâmico enfrenta resistência por parte das milícias de Aknaf Beit al-Maqdis, uma organização palestina opositora a Bashar al-Assad e também de grupos rebeldes e que vieram em sua defesa.

Nesta quarta-feira houve informação de que o Estado islâmico tem retrocedido nos últimos dias diante das milicias palestinas, que têm recuperado 45% do território, segundo declarações de um correspondente palestino das agências de notícias internacionais.

Por sua vez, o porta-voz na capital síria da Frente Popular para a Libertação da Palestina-Comando Geral (FPLP-CG), uma organização próxima ao governo sírio, disse à Agência Efe que as autoridades palestinas estão realizando contatos com as autoridades sírias para uma possível ofensiva militar no campo.

Durante estes dias, com a continuação dos combates, nenhum habitante da Al Yarmuk foi capaz de fugir para outros lugares, como Yalda, Beit Sahem e Babila, perto do campo, onde centenas de famílias fugiram; nem têm sido capazes de acessar ajuda de organizações humanitárias.

Em regiões próximas ao Crescente Vermelho sírio distribuiu ao longo dos últimos três dias cerca de 10.000 pacotes de alimentos entre os desabrigados, enquanto a Fundação Yafra distribuiu hoje 1.000 em Yalda.

Na segunda-feira, dezenas de palestinos em Gaza se mobilizaram em frente à sede da ONU, para exigir que se cessem os combates no campo de refugiados de Yarmouk e que seja atendida a emergência dos refugiados.




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