Flávia SilvaCampinas @FFerreiraFlavia
quinta-feira 13 de agosto de 2015 | 02:58
Foto: Antônio Cruz/ Agência Brasil
Na tarde de ontem (12), o Tribunal de Contas da União (TCU) adiou a votação das contas do governo para 15 dias para Dilma esclarecer novos fatos que indicam irregularidades nos gastos de 2014.
A decisão do TCU deu um respiro momentâneo para Dilma e o PT dias antes do primeiro ato organizado pela oposição de direita ao seu governo (dia 16) e na mesma semana em que Renan (PMDB, presidente do Senado) anuncia a nova agenda de ajustes em nome de um pacto pela governabilidade. As medidas de ajuste de Renan foram elogiadas por Dilma como a verdadeira “agenda positiva para o Brasil”. Hoje, foi a vez de Lula saudar o pacote de Renan e do Senado.
O governo, com o adiamento da votação das contas do governo de 2014, procura uma manobra na conjuntura da crise política, para desviar as atenções dos holofotes da mídia e isolar lideranças da oposição ao governo, como Eduardo Cunha (PMDB).
Esse desvio das atenções das apuração de irregularidades nas contas do governo, tenta afastar a agenda do impeachment e trazer a cena uma proposta de unificação dos setores da burguesia em direção aos esforços para aprofundar o ajuste fiscal contra os trabalhadores.
O adiamento do TCU está baseado também em “novos fatos” que indicam outras irregularidades nas contas do governo de 2014 , são decretos de Dilma que violariam a Lei de Responsabilidade Fiscal e as metas fiscais bimestrais. Dentre as irregularidades se encontram também as chamadas pedaladas fiscais que seriam créditos extras aprovados pelo governo para custear, por exemplo, gastos com seguro-desemprego.
O julgamento pelo Congresso, das contas do governo ficará para setembro. Se o TCU e o Congresso rejeitarem as contas do governo e a defesa de Dilma com relação as denúncias de irregularidades, pode ser dado início a processo criminal contra Dilma, abrindo as portas judicialmente para um impeachment.
As exigências do TCU com relação as contas do governo, é preciso lembrar, que não são feitas do ponto de vista dos interesses dos trabalhadores, a preocupação de um ministério como este, é, garantir o ajuste (ou cortes) nos gastos públicos para o pagamento dos juros da dívida pública e não os gastos os sociais. Por outro lado, o governo de Dilma e o PT estão junto dos capitalistas na aplicação dos ajustes fiscais contra os trabalhadores e o povo pobre e no desvio de verbas públicas, como no escândalo da Lava-Jato, em nome dos lucros dos empreiteiros e banqueiros.
Por isso, a saída para a crise política só pode ser dada a partir dos trabalhadores e da juventude, uma saída que seja uma terceira via, independente do governo e dos empresários, com independência de classe para que seja os ricos e os capitalistas que paguem pelo ônus da crise e para que lutemos por um governo dos trabalhadores e do povo pobre.
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