quarta-feira 7 de dezembro de 2016 | Edição do dia
O prefeito de São Paulo, João Dória (PSDB), declarou nesta terça 6, que a virada cultural de SP, que existe desde 2005, vai mudar de local e se concentrar no autódromo de interlagos, usando argumentos de que a cidade se transforma num “lixo vivo”.
Com essa ação, Dória retira uma das poucas oportunidades da juventude em ocupar o espaço público do centro com lazer e cultura de forma gratuita, além de ser um espaço importante para a expressão de diversos artistas que não encontram estrutura para se apresentarem em outros espaços e da oportunidade do público ter acesso à shows de artistas renomados que se apresentam gratuitamente.
Na sua declaração, O prefeito chegou a dizer "A cidade é um lixo vivo. O pancadão é um cancro que destrói a sociedade. O pancadão é administrado pelo PCC ", mostrando que seu objetivo principal é criar limites para que a juventude periférica e negra tenha acesso às atividades culturais, e seu secretário de comunicação Fábio Santos, deixou isso muito evidente em sua declaração que diz que o problema da virada, que causou a mudança, é a “galera que vem da periferia”.
Além disso é claro que seu objetivo é entregar a virada nas mãos da iniciativa privada, apesar da prefeitura não pagar pelo espaço do autódromo, que deve ser privatizado em breve pelo prefeito, os lucros da venda de alimentos e bebidas vão para o concessionário que assumir o espaço.
Mas a juventude e os artistas já estão se organizando e criaram no Facebook o evento “Virada Cultural Clandestina de São Paulo 2017” com o objetivo de denunciar essa medida do prefeito e trazer a virada de volta ao centro, e se necessário, fazer uma virada autônoma da prefeitura como forma de protesto. O Prefeito mudou um pouco o discurso e chegou a dizer que algumas atividades ocorrerão no centro, em lugares como o Theatro Municipal e a Biblioteca Mário de Andrade, mas a concentração maior segue sendo no autódromo.
