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RIO DE JANEIRO | Violência policial deixa cerca de 20 mil alunos sem aula nesta sexta no Rio de Janeiro

Dezenas de escolas e creches tiveram suas atividades suspensas hoje por causa da violência policial com a justificativa de “guerra ao crime organizado”

sexta-feira 18 de agosto de 2017 | Edição do dia

Mais uma vez, verdadeiras operações de guerra da polícia do Rio de Janeiro instalam o pânico e fecham escolas no Rio de Janeiro. Nessa sexta, 23 escolas, 16 creches e 16 Espaços de Desenvolvimento Infantil (EDIs) não funcionaram, deixando cerca de 20 mil alunos sem aula por causa da violência.

No Morro do Jacarezinho, escolas foram fechadas pelo oitavo dia seguido, deixando cerca de 1500 alunos sem aula após ação policial que conta com cenas de abusos e assassinato aos moradores da comunidade. O Colégio Clovis Monteiro está com as aulas suspensas até o dia 21/08 ao mesmo tempo que moradores relataram que já são cerca de 30 jovens desaparecidos.

Apesar de absurdo, casos como esses são recorrentes no Rio de Janeiro. Das 1537 escolas municipais, 379 fecharam pelo menos uma vez no ano por causa da violência. No ano passado, somente 43 dias do período letivo passaram sem ao menos uma escola fechada.

Ainda que o governo do Pezão dê a justificativa de “guerra ao crime organizado” para as ações policiais, o que vemos é o aumento da violência e dos assassinatos de moradores, dos quais muitos acabam sem julgamento. Desde 2010, são cerca de 4 mil assassinatos pelas mãos de policiais, contabilizando 55 mortes por mês sendo 4 em cada 5 investigações não concluídas.

Assassinatos de crianças e jovens também são bem comuns. Nos últimos anos foi assassinada uma criança por mês na cidade. Casos como o de Maria Eduarda, jovem de 13 anos assassinada dentro de sua escola, e de Vanessa dos Santos, morta aos 10 anos em sua própria casa, não são casos isolados. São resultados do que o governo do Pezão, que tem a polícia como seu braço forte, reserva para a juventude negra e pobre do Rio de Janeiro.

O Estado é totalmente responsável pela violência nas comunidades cariocas. O discurso hipócrita de “guerra às drogas” é, na verdade, uma desculpa para continuar lucrando com o tráfico de drogas, como a polícia e os grandes traficantes lucram, as custas da morte de Eduardas, Vanessas e Amarildos; para manter o controle social e continuar implementando reformas que vão destruir as nossas vidas e tirar qualquer perspectiva de futuro das nossas crianças, que hoje, não tem direito sequer de concluir seu ano letivo.

Fonte da foto: VEJA




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