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GOVERNO BOLSONARO | Viés ideológico da posse de Bolsonaro explicita ainda maior submissão ao imperialismo

A posse de Bolsonaro atrai o menor número de delegações internacionais da história recente do Brasil, com destaque a lideres da extrema direita como o genocida Benjamin Netanyahu e do racista e xenófobo Viktor Órban, explicitando um viés ideológico de ainda maior submissão ao imperialismo.

terça-feira 1º de janeiro de 2019 | Edição do dia

Imagem: Agência O Globo

O Itamaraty confirmou 46 delegações internacionais na posse de Jair Bolsonaro e destes, apenas 10 eram chefes de estado ou de governo. Esse número é expressivamente menor do que o de Dilma Roussef, que teve 70 países com 14 chefes de estado e 130 com 20 chefes de estado no segundo e primeiro mandato respectivamente, do que o de Lula, que teve 117 países com 12 chefes de estado e Fernando Henrique que teve 114 com 10 chefes de estado, ambos no primeiro mandato, já que não houve convite para o comparecimento em ambos segundos mandatos.

No entanto essa diferença não é apenas quantitativa, mas também qualitativa. China e Estados Unidos, por exemplo, já chegaram a enviar seus vice-presidentes, como no caso da posse de Dilma. Desta vez os Estados Unidos enviou seu secretário de estado e a China o vice presidente do Parlamento. Na grande mídia, a leitura é de que há um tipo de encolhimento do Brasil na sua política externa, mas na verdade, a ideologização da política externa, que vetou Cuba, Venezuela e Nicarágua, além das constantes ameaças contra o mercado Chinês, mostram uma mais profunda submissão ao imperialismo norte-americano.

Nos governos anteriores, onde o rumo ideológico apontava a uma política de demagogia com as reivindicações das massas negras e das mulheres - que sabemos não ter se tornado transformação profunda da realidade social de subemprego, encarceramento em massa e miséria para esses setores - levando a que houvesse presença de países africanos, como no caso da posse de Dilma, que chegou a ter quatro chefes de estado da África. Já na de Bolsonaro havia a presença de líderes abertamente xenófobos como Viktor Orbán da Hungria e Benjamin Netanyahu de Israel. Essas imagens reforçam alguns dos conteúdos lembrados pelo novo presidente em seus discursos de posse dentro e fora do Congresso, nos quais se reafirmou a perseguição aos movimentos sociais - de mulheres, negros, moradia, indígenas, LGBT - em defesa dos ditos "valores da família".

Benjamin Netanyahu esteve pela primeira vez em uma posse presidencial brasileira, e está há anos a frente de um massacre continuo do povo palestino, e a aproximação de Bolsonaro com ele é tamanha, que já declarou a intenção de transferir a embaixada brasileira de Tel-Aviv para Jerusalém, em uma clara provocação as autoridades palestinas e amigado com os interesses imperialistas de Donald Trump.

Por outro lado, os presidentes da Venezuela, Cuba e Nicarágua anunciaram que não participariam, devido aos inúmeros ataques que estes países sofreram durante a campanha eleitoral de Bolsonaro e Cuba chegou mesmo a cortar o programa de cooperação na saúde “Mais Médicos”, o que está levando a uma desestruturação da rede de atendimento de diversos municípios pobres do norte do Brasil.

Enquanto Bolsonaro acusa seus opositores de se utilizarem da política exterior de forma "ideológica", esses números demonstram que quem quer ajustar o Brasil a uma ideologia é Bolsonaro. Um viés ideológico yanque pintado de verde e amarelo.




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