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29M | Vice-presidente do PT ataca atos do 29M depois de articular alianças com bolsonaristas

sábado 29 de maio de 2021 | Edição do dia

Washington Quaquá, vice-presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, atacou as manifestações contra Bolsonaro que ocorrerão no dia de hoje em todo o país. O petista utilizou as páginas do jornal O Dia para dizer, nas suas palavras, que não era coerente a esquerda chamar manifestações contra o governo Bolsonaro, depois de atingida a marca de mais de 450 mil mortos pela covid-19. Segundo suas palavras, a esquerda estaria “dando os braços a Bolsonaro”, “aglomerando” nas ruas.

Quaquá é ninguém menos do que o organizador da frente entre o petismo e o bolsonarismo nas eleições municipais de Belford Roxo, o apoio ao bolsonarista Waguinho (MDB) foi oficializado pelo PT e as alianças foram todas costuradas pelo vice-presidente do PT. Quaquá foi prefeito de Maricá e presidente do PT-RJ, e é linha de frente do que há de mais de direita do PT no Estado, tendo também defendido que o PT apoiasse Arthur Lira para a presidência da Câmara, e ter defendido também a manutenção de aliança com Washington Reis, prefeito de Duque de Caxias e outro Bolsonarista de marca maior. Segundo Quaquá, Reis “viraria apoiador do PT” caso este elegesse presidente em 2022, e por isso não se deveria fazer oposição ao reacionário prefeito de Caxias. O apoio de Quaquá a Waguinho foi amplamente noticiado na mídia.

Apesar de todos os chamados para manifestações terem uma série de instruções sanitárias para manter a segurança de todos, Quaquá quis jogar com a política do “fica em casa”, que evidentemente mostrou seu fracasso no último período. Em plena CPI da covid-19, Bolsonaro tem lançado manifestações que constam até mesmo com generais da ativa, e nada acontece pois o governo de Bolsonaro está blindado pelo regime do golpe institucional.

Ao invés de combater o golpe, fica claro que a estratégia de Quaquá é negociar com golpistas e até inclusive Bolsonaristas, colocando o PT a serviço disso. E o faz com toda a autoridade de vice-presidente do PT. É mais uma passo na conciliação petista: Quaquá tenta restabelecer os laços com os políticos podres do regime que foram base de apoio das administrações petistas de Lula e Dilma, os mesmos políticos depois responsáveis pelo golpe institucional.

Quaquá não quer o povo na rua porque isso atrapalha suas negociatas com figurões, governadores, prefeitos, todos golpistas e também responsáveis pelas 450 mil mortes junto com Bolsonaro. Aliado aos que nos atacam, Quaquá tenta usar sua posição para “vender barato” o movimento de massas em suas negociatas espúrias com o MDB, DEM, e até PL.

A CPI da covid-19 tem se mostrado nada mais do que uma ferramenta do regime do golpe para tentar vender aos trabalhadores a impressão falsa de que este regime corrupto pode fazer justiça às mais de 450 mil mortes por responsabilidade de Bolsonaro e Mourão. Mas isso não pode ocorrer quando deputados, senadores e governadores também são responsáveis. A CPI virou um verdadeiro Big Brother Brasil, um “circo” no mal sentido, que ocorre enquanto trabalhadores se infectam diariamente nos transportes lotados, no trabalho, os leitos se ocupam e uma terceira onda se avizinha. E um impeachment eventualmente só ocorreria para tirar Bolsonaro e deixar Mourão, entregando os anéis para manter os dedos.

Por isso nós do Esquerda Diário e MRT estamos nas ruas defendendo Fora Bolsonaro, Mourão e os militares. Somente com trabalhadores e juventude nas ruas é possível arrancar as medidas de combate à crise da pandemia e a crise econômica: vacina para todos com quebra das patentes e reconversão da indústria, taxação das grandes fortunas para financiar um auxílio de no mínimo 1 salário, 2 para mulheres, contratação imediata para obras públicas e na indústria, sob controle dos trabalhadores para que se possam garantir hospitais, moradia, alimentação e insumos essenciais para sobreviver à pandemia da covid-19.

Continue lendo: Novos ares de mobilização e a adaptação à agenda da CPI: confiar nas forças da nossa classe e da juventude




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