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CASAMENTO IGUALITÁRIO | Vaticano reafirma posicionamento da Igreja e diz que fala do Papa foi tirada de contexto

O Vaticano declarou que os comentários do Papa Francisco sobre a união civil de casais homoafetivos, parte do documentário Francesco, lançado em outubro, foram retiradas de contexto e não simbolizam mudanças na doutrina católica.

segunda-feira 2 de novembro de 2020 | Edição do dia

O documentário, lançado no festival de cinema de Roma no dia 21 de outubro, chamou a atenção em todo o mundo por incluir falas do papa defendendo o direito dos homossexuais de formarem família e ressaltando a necessidade de leis de união civil para casais do mesmo sexo. Os comentários agradaram aos liberais e suscitaram pedidos de esclarecimento por parte dos conservadores.

Na última semana, a Secretaria de Estado do Vaticano enviou um “comunicado explicativo” para seus embaixadores, que encaminharam a mensagem aos bispos. O comunicado diz que duas frases separadas, em resposta a duas perguntas distintas, foram editadas para parecer uma só, deixando o contexto e as perguntas de fora do vídeo.

A declaração diz que, na verdade, o Papa se referiu ao direito dos homossexuais de serem aceitos por suas famílias como filhos e irmãos. De acordo com a nota, o documentário cortou comentários em que o Papa expressou ser contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo e deixou claro que estava se referindo a leis de união civil, que alguns países legalizaram para regular benefícios como o acesso à saúde.

Entretanto, não é a primeira vez que o Papa reafirma que é contra o casamento de pessoas do mesmo sexo, tendo até mesmo feito declarações homofóbicas ao dizer que os pais deveriam levar seus filhos ao psiquiatra ao perceber uma tendência homossexual na infância. Uma conquista parcial ocorreu no dia 17 de maio de 1990, quando a Organização Mundial da Saúde eliminou a homossexualidade da lista de doenças mentais, depois de décadas em que foi considerada uma perversão possível de ser tratada. É por este tipo de declaração e comportamento que a separação da Igreja e do Estado é uma consigna necessária.

Além disso, ao mesmo tempo que ignora os incontáveis casos de pedofilia no estado, o Vaticano se posicionou, no mês do orgulho LGBT, ser a favor da promoção do ensino tradicional sobre diferenças biológicas intrínsecas entre homens e mulheres, alegando que a família tradicional estaria ameaçada. Este documento, além de destacar o papel reacionário da Igreja em reforçar um senso comum de ódio, deixa claro que na luta pela educação sexual integral em todas as escolas - demanda não apenas da comunidade LGBT, mas também do movimento das mulheres, o Vaticano é uma instituição a ser enfrentado pela luta das mulheres e LGBTs.




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