Na última quarta-feira, dia 21/06, ocorreu o ato lançamento do Manifesto contra a terceirização e precarização do trabalho, que já conta com mais de 5 mil assinaturas de intelectuais, juristas e parlamentares. O lançamento contou com a presença do professor Jorge Luiz Souto Maior, Chavoso da USP, Carlos Giannazi, Magno de Carvalho, Michele Schultz, Atnágoras Lopes, Marcello Pablito e Maíra Machado.

O manifesto contra a terceirização e precarização do trabalho vem sendo impulsionado como um pequeno e importante passo na luta pela igualdade de direitos para as trabalhadoras e trabalhadores terceirizados e pela sua efetivação sem necessidade de concurso, pela igualdade salarial entre homens e mulheres, negros e brancos, pelo reconhecimento dos plenos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras em plataformas digitais, pela erradicação do trabalho escravo e pela revogação integral da "reforma" trabalhista. Confira alguns trechos dos convidados e o ato lançamento na íntegra:

Professora Michele Schultz: “Eu queria só relembrar as reformas da previdência, que afeta a classe trabalhadora como um todo e nos afeta enquanto funcionários e funcionárias públicos: a reforma da previdência de 1998 do FHC, de 2003 do Lula, que depois teve um desdobramento em 2013, e a de 2019 do Bolsonaro. São governos que em tese tem alinhamentos diferentes, mas que tem uma coisa em comum que é o ataque aos trabalhadores e às trabalhadoras.”

Andreia Pires: "O manifesto contra a terceirização e a precarização do trabalho ele não é só mais um manifesto, ele é um chamado a todos os trabalhadores terceirizados e efetivos do Brasil para que a gente enxergue que quem está na terceirização está sendo vítima da escravidão moderna no Brasil.[...] É a minha dor que eu quero que vocês enxerguem, é a dor da trabalhadora que até 22h vai estar trabalhando, é essa a dor que a gente tem que prestar atenção."

Professor Jorge Luiz Souto Maior: "Terceirização é um eufemismo, ela não existe em concreto: não existe um terceiro. Existe capital e trabalho. Esta figura intermediária é só para mascarar a realidade da exploração do trabalho pelo capital. [...] Somos todos classe trabalhadora, e por isso que temos que estar juntos com essas pessoas, mas não por simples solidariedade, mas porque isso diz respeito ao interesse de todos nós. A precarização de uns atinge e reforça a precarização de outros de uma forma crescente e recorrente, a precarização de uns vai puxar outros e assim tem sido sucessivamente, não há quem escape disso se não tiver um movimento de reversão, de união que começa por esse aspecto específico. Se não fizermos isso, não há outra saída, é mais precarização."