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CRIVELLA ATACA ESTUDANTES | Usuários com bilhete único cortado sentem na pele a submissão de Crivella às empresas de ônibus

sexta-feira 23 de junho de 2017 | Edição do dia

Enquanto dá gordas isenções fiscais para as empresas de ônibus o corte aos usuários do bilhete único universitário é uma constante, dois pesos e duas medidas para um estado subordinado a máfia dos ônibus

Desde o inicio de seu mandato prefeito demonstrou ainda mais sua faceta subordinada a máfia dos ônibus no Rio de Janeiro. Isso já estava evidente desde sua campanha, quando sua ligação com o ex-secretário do Governo Paes e fiel companheiro de Cabral e da família Barata, Rodrigo Bethlem foi exposta por seu adversário, Marcelo Freixo.
A denuncia de Freixo não foi em vão, Bethlem não assumiu cargos, mas desde janeiro o prefeito vem implementando uma politica de exclusão da juventude e aliada a Fetranspor em nome de seus enormes lucros.

Nessa época cortou o Bilhete Único Universitário por alguns dias durante as férias dos alunos, sendo essa uma de suas primeiras politicas a serem implementadas, não durou muito, porém, logo depois, em março, milhares de estudantes receberam e-mails que explicavam que seus bilhetes seriam cortados temporariamente até o dia a ser marcado para o reagendamento, agora não mais anual, mas de seis em seis meses.
No mesmo dia do anúncio do corte Crivella deu isenções milionárias ás empresas de transporte que perpassarão todo o seu governo, não especificando, claro, as taxas a serem revogadas no ano de eleição em 2020. Os valores de isenção vão de R$71,7 milhões de reais em 2017, a R$75,6 milhões em 2018 para chegar ao estrondoso valor de R$79,6 milhões em 2019.

O covarde cancelamento dos bilhetes foi executado em nome de “um enorme número de fraudes” não divulgadas, nem provadas em nenhuma instancia e virou praxe durante os seis meses de governo Crivella, uma politica de estado destinada a transtornar a vida das pessoas, que muitas vezes estão inaptas a pagar pelas passagens, que seriam suas por direito, e são obrigadas a se endividar e/ou perder compromissos importantes e inadiáveis.

Esse corte anunciado nos e-mails não se concretizou a todos os estudantes, de fato, mas milhares sentiram na pele a implementação da politica excludente de Crivella, tendo seus bilhetes cortados sem aviso prévio, relatando um sistema feito para atrapalhar a vida das pessoas, pouco explicativo, demorado e com enorme carga de documentos necessários. Entrevistamos um estudante de ciências sociais da PUC-RIO, Vinicius Melo, que está com seu bilhete único cortado desde segunda-feira, dia 19, e está se virando desde então com a ajuda dos companheiros de curso do Centro Acadêmico, que estão arcando com os custos enquanto seu Bilhete não volta a funcionar.

Vinicius relatou inúmeras dificuldades impostas pela prefeitura nesse meio tempo em que está sem seu bilhete único: “Eu agendei duas vezes e não pude ir, essa é a terceira vez que eu agendo e eles cortaram duas semanas antes.” (...)

“O foda é que tu não sabe o prazo, a parada é ir o quanto antes para não ficar sem e agora a renovação é de 6 em 6 meses, antes era anual. A coleta de documentação e o atendimento são coisas cansativas, sempre tá cheio e você perde parte do dia indo lá. Quando não passa horas na fila e quando vai ser atendido descobre que falta documento e tem que reagendar para semanas depois porque os lugares disponíveis são distantes e não dá pra você ir em casa e voltar no mesmo dia, pelo tempo e pelo custo. Qualquer local que eles disponibilizam para mim são dois ônibus, eu gasto as quatro passagens para ir e voltar, se eu esquecer documento são mais 4 passagens que saem do meu bolso.”

“Quando você vai lá eles te explicam certo, o Caio, por exemplo, descobriu que tinha um documento faltando quando foi lá, porque no site não explica direito e não fica muito claro e ai o sistema é cruel. Tá faltando documento problema seu se o prazo está para acabar ou já acabou, reagenda para o prazo possível e leva os documentos certos. Se cancelar nesse meio período, se vira. É uma política do município, poderia ser do Estado, só funciona dentro do município, mas isso é ambíguo, essa parada de muita documentação e diminuição do prazo de renovação são para evitar fraudes, mas isso fode a nossa vida”

A impiedosa politica de Crivella, e mais recentemente reproduzida pelo estado ao tentar cortar 27 mil bilhetes únicos é um conluio explicito contra os trabalhadores e a juventude, é sorrateira e tenta arrancar migalhas de um péssimo serviço cortando dos direitos e das necessidades da população. Também entrevistamos Luana, estudante da PUC-RIO.

“No meu caso foi cortado naquela época em que todos foram cortados, mas na mesma semana voltou a funcionar (funcionou até a data marcada para recadastramento). No dia de recadastrar (3 de maio) ficou faltando um documento. Daí tive q reagendar, o problema que a data mais próxima q consegui foi dia 30 de junho, isso porque joguei pra Madureira. No Centro a data mais próxima era pro final de julho. Vejo como limitadora né... muita burocracia, tudo pra dificultar o acesso, mais lucro para as empresas de ônibus e a gente q se vire, né.”

O já limitado bilhete único universitário não é intermodal e nem intermunicipal, como comenta nosso entrevistado, Vinicius:

“Sempre temos que lidar com essas duas lógicas né, os caras querem diminuir fraudes para reduzir gastos. Os caras são gestores, a lógica deles é diminuir gastos o tempo todo. Mas nem por isso tô passando a mão, só tô levantando mesmo, continua escroto, O bilhete universitário só pega em ônibus e BRT, Não funciona em metrô nem trem, nem barca. A política do passe livre deveria abranger o Estado inteiro sem máximo de passagens por dia e em todos os meios de transporte, É uma mão na roda, mas poderia ser melhor.”

A Nossa proposta para a gestão dos transporte é a estatização das empresas de ônibus e o controle na mão dos trabalhadores e usuários, somente quem utiliza tais transportes pode decidir seu futuro. Através da construção de comitês de base e assembleias de base nos locais de trabalho e estudo podemos tomar a greve geral nas nossas mãos e ir além das burocracias sindicais, que já indicam trair a classe trabalhadora e através da auto-organização dos trabalhadores impor uma nova constituinte livre e soberana, que barre as reformas já passadas e que seja eleita enviando representantes diretos da massa de trabalhadores para garantir uma nova ordem que sirva aos trabalhadores, e não mais aos capitalistas.




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