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NOTAS MILITANTES | Uma verdadeira revolução na prática militante

quinta-feira 28 de julho de 2016 | Edição do dia

A nota (e a atividade militante do seu autor) sobre O massacre em Pabellón Séptimo, escrita por Alan Gerónimo, que não integra a redação do Esquerda Diário Argentino (La Izquierda Diario - LID), é um excelente exemplo da potencialidade que têm as mudanças que estamos encarando no LID e no PTS (Partido dos Trabalhadores Socialistas), se nos propomos a abordar temas que atingem amplamente o imaginário social e transcendem os habituais leitores da esquerda. Esta nota teve mais de 40 mil acessos e 13 mil curtidas.

Relata Alan: "a história chama atenção, por tratar de um tema comovente que é um massacre silenciado e também pelo fato do índio ter duas canções sobre esse tema, e fez com que as pessoas em seguida começassem a compartilhar com interesse por conhecer a história. Eu me encarreguei de publicá-la aproximadamente em sete grupos que aceitaram minha solicitação de entrada em seguida e em um grupo me aceitaram às 22:00. Em minha publicação eu não somente deixava a nota, mas também fazia uma apresentação do tipo ’olá, lhes deixo a nota do massacre do Pabellón Séptimo onde o índio perdeu um amigo e o imortalizou em Toxi Taxi e também cantou depois Pabellón Séptimo. Somos um meio de imprensa independente onde escrevemos trabalhadores, estudantes e juventude, nos ajude a difundir para que este massacre não seja silenciado’. A resposta foi imediata, as curtidas e os compartilhamentos chegavam a todo tempo (e ainda seguem chegando), assim como os comentários de indignação contra a polícia e o SPF. Muitos marcavam outros amigos para que lessem a nota e assim ele foi se espalhando (...) Depois a nota chegou sozinha a um sobrevivente do massacre e rapidamente entramos em contato. A nota em si, escrevi em menos de uma hora e meia. O que quero dizer com isso? Que todos temos a potencialidade de escrever sobre qualquer tema que saibamos, histórias, denúncias, ect., que podem pegar em cheio e gerar uma espécie de ’viralização’ (...) O importante é que todos temos essa possibilidade de contar algo que seja interessante, que atraia e que cause indignação e ódio contra um sistema falido ou simplesmente para distrair-se um pouco. Creio que o título da nota foi um acerto (se aproveitando em usar o nome da canção do índio Solari) e mais ainda o acerto de escolher a foto certa para ilustrar a nota. E a isso somados os dois temas que publicamos na nota, fez com que este relato fosse muito bem visto por pessoas de todas as idades”.

Essa iniciativa é um exemplo que queremos compartilhar com todos os companheiros e companheiras, tanto militantes como simpatizantes e "colaboradores", para destacar um aspecto essencial da resolução do XV Congresso Nacional do PTS de lançar uma "rede nacional de milhares de correspondentes": Não se trata de uma atividade rotineira mas sim de pensar: Qual tema entusiasma? A quem quero chegar? Que forma é melhor para encará-lo?...Até o título (que é decisivo) e que fotos e vídeos pode-se subir. Precisamos potencializar nossa imaginação.

Para as equipes de militantes, não é questão de fazer somente uma lista de possíveis colaboradores (nem de notas) mas sim de encontrar a forma de entusiasmar, e assumir o LID como parte de fazer (e fazer-se) mais sujeito, protagonista dessa grande empresa coletiva. Falamos de um desafio conjunto que tem a necessidade de que se assumam muitíssimos militantes, para mostrar com exemplos próprios aos simpatizantes e amigos como escrever e difundir. Por tudo isso afirmamos que estamos processando a verdadeira revolução na prática militante de todos os militantes do PTS.

Nessas poucas semanas desde o congresso, o LID vem avançando: passamos de 40 a 90 mil acessos diários como destacamos aqui. É só um primeiro passo já que nos propusemos a chegar a 4 ou 5 milhões de acessos mensais.

Como poderão apreciar os/as leitoras, em poucas semanas LID conta com atualizações "minuto a minuto" (depois de reorganizarmos e ampliarmos a redação), entrevistas com jornalistas dos grandes meios de comunicação que têm tido uma importante repercussão, mais notas sobre os diversos temas e as primeiras centenas de aportes de novos correspondentes que têm feito o diário mais atrativo e dinâmico. Em todas as regionais e nas equipes partidárias tem se discutido planos, trazendo à tona em cada lugar como podemos alcançar esse enorme desafio ao qual nos propusemos.

Acreditamos ser necessário que cada militante, como muitos já estão fazendo, tenham suas próprias ideias de nota de correspondentes, para elaborar e processar com sua própria cabeça e coletivamente, uma nova forma de conceber a prática militante onde todos e todas somos sujeitos de uma causa comum que queremos massificar.

Para avançar nesse sentido queremos socializar os exemplos destacados como os que indicamos no princípio deste texto, para que o uso do LID não se transforme em algo rotineiro mas sim em uma verdadeira atividade criativa e cooperativa, com notas sobre temas que não sejam só políticos ou de lutas, mas também de cultura, esporte, saúde, música ou que vejamos o que interessa em cada lugar, e onde os militantes ajudemos a quem pergunta como colaborar fazendo um trabalho conjunto com quem queira escrever.

Até agora temos dado bons exemplos de denúncias trabalhistas que têm tido um alcance enorme, como o do Easy Call em Rosario, a Carta de um trabalhador imigrante demitido do Supermercado Nini, de La Plata o Contra espionagem de Vidal a professores e estudantes nas redes sociais, porém, também há notas sobre outros temas que têm tido importante repercussão como a nota sobre Três trabalhadores feridos por uma tempestade no Aeroparque, ou sobre a trajetória de artistas reconhecidos como Amy Winehouse. Recentemente viralizou uma nota que tinha como protagonista Dolores Fonze exigindo liberdade pra Belém.

Cada regional, equipe e companheiro tem que assumir que contamos com um instrumento muito valioso para chegar a milhares, penetrar o território inimigo e superar adversários. As campanhas políticas centrais que lançamos desde o LID devem encontrar sua própria forma em cada lugar: como potencializamos a campanha contra o tarifaço e de exigência à paralisação e mobilização das centrais sindicais? Como fazer para que o LID nos sirva para nos estendermos ao conjunto de um grêmio ou de outros grêmios? Como chegamos com o LID aos setores precarizados e mais explorados? Que discussões devemos fazer contra patronais ou burocracias particulares? Qual luta politica central devemos dar com a esquerda e setores do sindicalismo combativos? Como está a base das distintas fábricas e setores?

De novo, a imaginação, a criatividade e o chamado a que os/as militantes e novos correspondentes tomem esta grande “empresa” em suas mãos.

Tomar as universidades de assalto

As universidades funcionam como “usina ideológica” onde historicamente os peronistas e os radicais, e agora o PRO, repartiram o poder. Entre os professores universitários é forte a adesão ao discurso kirchnerista, sobretudo nas faculdades humanísticas. Além disso, proliferam agrupações de todo tipo e cor, que vão desde a direita até distintas variantes do peronismo, populismo e a esquerda.

Em cada universidade há autoridades específicas e suas burocracias que tentam impedir o desenvolvimento de um forte movimento estudantil, ensinando desde os cursos ideias que nada têm a ver com uma perspectiva revolucionária nem emancipatória, algumas mais de direita, outras mais reformistas, porém, em última instância, todas de sustentação do capitalismo.

Por isso, já estão sendo discutidas múltiplas iniciativas para somar centenas de correspondentes de todas as universidades do país para colocar em questão os conteúdos das aulas e dos cursos, os debates políticos, ideológicos e científicos mais importantes, entrevistar professores e pesquisadores renomados. Também refletir sobre os conflitos universitários em grande escala, e discutir os destinos do movimento estudantil e as distintas estratégias de organização, questionando a adaptação das agrupações de esquerda ao regime universitário e a sua passividade.

Que o LID se transforme em um meio de expressão de milhares de estudantes que queiram lutar por centros democráticos, que impulsione a participação estudantil real e não termine decidindo tudo em “pequenas mesas” das direções, nem encerrem as paralisações pela televisão. Centros que resistam não com meras palavras, e lutem lado a lado com os trabalhadores como fizemos desde CEFYL quando da luta da Lear. Em todas as universidades do país, sejamos centenas que utilizando o LID fortaleçamos uma corrente que se proponha a ir da “crítica da universidade de classe à crítica da sociedade de classes” e que lute por um movimento estudantil auto-organizado, combativo, anti-imperialista, que lute ao lado dos trabalhadores e pelo direito das mulheres.

Tradução: Zuca Falcão e Clarissa Ramos


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