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FRANÇA | Uma onda de greves e mobilizações percorre a França

A França viveu uma semana de mobilizações massivas, com paralisações e bloqueios contra a reforma trabalhista de Hollande. São esperaadas novas ações para essa quinta 26.

terça-feira 24 de maio de 2016 | Edição do dia

Esse informe é parte do programa La Izquierda Diario TV, que pode ser visto completo aqui

A França viveu essa semana de grandes jornadas de paralisações e mobilizações logo que o debilitado governo de Hollande impôs por decreto uma reforma trabalhista amplamente questionada.

Essa lei precariza as condições de trabalho com o aumento da jornada de trabalho, trabalhos flexibilizados, o que facilita demissões e elimina a negociação coletiva.

O rechaço à lei, por parte da oposição tanto de partidos de direita, que a questionam por ser insuficiente, como pela esquerda e 30 membros do Partido Socialista de Hollande, levou o governo a recorrer ao artigo 49.3 que permitiu implantar a reforma sem contar com os votos necessários da Assembleia Nacional, passando assim também por cima da vontade de 70% da população, que se manifestou contra.

A medida adotada não fez mais que levar à radicalização da forte resistência contra a reforma que há mais de dois meses impulsiona massivos setores de jovens e trabalhadores.

A dura repressão gerou uma grande indignação pelo violento sinal da política antidistúrbios, especialmente à juventude, um dos principais motores da primeira fase da mobilização. As cenas de violência e repressão contra os estudantes secundaristas e universitários são cotidianas, como também a utilização massiva de gás lacrimogêneo durante as mobilizações. Ocorreram mais de 1300 detenções desde o início das manifestações.

Diante do amplo repúdio social que gera a repressão, o sindicato policial se moveu na quarta culpando os manifestantes pela violência, na mesma linha do discurso oficial.

Na quinta foram bloqueadas refinarias, portos e vias ferroviárias na zona industrial de Marsella, Touluse, Rennes e Nantes. Controladores e técnicos foram obrigados a cancelar 15% dos voos do Aeroporto Paris-Orly. Em Le Havre, milhares de trabalhadores e ativistas fecharam os ingressos à zona portuária e industrial. Metade dos trens de média e larga distância foram paralisados.

Segundo os sindicatos, 400.000 pessoas marcharam na quinta em diferentes cidades do país.
A resposta do governo é aumentar a escala repressiva e a extensão do “estado de exceção”, que será votado na quinta na Assembleia Nacional.

Por ora, essas medidas não diminuirão, mas, por outro lado, tem aumentado as ações de resistência conjunta de milhares de jovens e trabalhadores, que há meses pressionam suas direções sindicais para ir à luta e se enfrentar nas ruas contra a brutalidade policial, pedindo a caída imediata da Lei de Trabalho do governo de Hollande.




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