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Uma em cada cinco pessoas hospitalizadas morreu sem acesso a UTI

Uma a cada cinco pessoas hospitalizadas por complicações decorrentes do coronavírus morreu sem ter acesso a um leito de UTI no Brasil desde o início da pandemia, em março de 2020, até fevereiro deste ano, segundo pesquisa da Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz).

sexta-feira 12 de março de 2021 | Edição do dia

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O levantamento leva em consideração 219.040 mortes por Covid-19 ocorridas em hospitais públicos no Brasil durante quase um ano, dentre esse número 72,2 mil pessoas foram internadas e não chegaram a um leito de UTI, isso já dá um terço das mortes por Covid. A proporção de mortes de internados que não chegaram a um leito de UTI varia a cada estado e mostra a desigualdade no acesso a tratamentos intensivos em meio à pandemia. Em 10 estados, pelo menos 25% das pessoas internadas morreram sem ter acesso a UTI. A situação se agrava na região Norte, que tem menor rede hospitalar.

Os números foram reunidos no banco de dados abertos do Sistema Único de Saúde. O colapso no sistema de saúde também atrapalha a atualização dos números, face à grande quantidade de registros de internações e mortes no país neste 2021. O Brasil passa pelo maior número de internados por Covid e número de mortes por dia desde o começo da pandemia em 2020, os números ultrapassam os óbitos diários dos Estados Unidos. Em Taboão da Serra, na Grande São Paulo nove pacientes que estavam internados com Covid-19 morreram à espera de um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), sendo a primeira vez que alguma cidade da Grande São Paulo registra morte de pacientes á espera de leitos.

A gestão genocida do governo Bolsonaro, em conjunto com as manobras políticas de governadores como João Doria sobre a vacina e hospitais de campanha cai sobre os ombros da população brasileiras, especialmente a classe trabalhadora que morre enquanto os políticos praticam sua demagogia. Enquanto o presidente Jair Bolsonaro soltava declarações como da “gripezinha” e “não sou coveiro” o Brasil foi caminhando para ser o novo epicentro da pandemia do Coronavirus, ao mesmo tempo em que os governadores travam uma batalha política para boa aprovação popular, mas continuam corroboram para o sucateamento do SUS e a situação precária dos trabalhadores da saúde. A luta pelo sistema único de saúde deve ser também uma luta para o controle dos próprios trabalhadores do sistema de saúde do país, fora de um jogo político e de manobras da burguesia que recaem sobre a classe trabalhadora.




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