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Rio Grande do Norte | URGENTE: Teleperformance segue demitindo trabalhadores mesmo com lucros bilionários

As demissões dos trabalhadores da Teleperformance que prestavam serviço para a Uber Eats seguem, numa nítida intenção da empresa de não arcar com os holerites, mesmo com seus lucros bilionários. Essas demissões são continuação da centena de cortes sem aviso prévio que ocorreu nas últimas semanas em Parnamirim, Rio Grande do Norte.

sábado 21 de agosto de 2021 | Edição do dia

Há cerca de duas semanas, 3 grandes restaurantes - Burguer King, McDonalds e Giraffas -, que utilizavam do serviço de entrega da Uber Eats, romperam contrato com a Uber. Quem pagou essa conta foram os trabalhadores do telemarketing que prestavam serviço terceirizado de atendimento pela Teleperformance, com demissão de 100 trabalhadores, equipes inteiras da sede da Teleperformance de Parnamirim, sem aviso prévio.

Veja mais: Teleperformance demite 100 trabalhadores sem aviso prévio em Parnamirim, no RN

Nesta semana, relatos denunciam que os trabalhadores receberam orientação dos supervisores para a realização de provas e treinamento para que fossem realocados para outros setores de atendimento da empresa. Porém, na realidade, foram surpreendidos com avisos prévios de demissão, por parte da Teleperformance. Os relatos apontam que já são pelo menos 13 demissões.

Isso só comprova que a Teleperformance de Parnamirim está jogando mais de uma centena de trabalhadores na rua para continuar não arcando com os holerites dos mesmos e sobrecarregar os demais que continuam trabalhando, além de contratar menor quadro de funcionários em condições precárias em outros setores. Há também relatos de demissões na Teleperformance de São Gonçalo do Amarante, a segunda sede da empresa no Rio Grande do Norte, na prestação de serviço para o banco Itaú.

É um absurdo que esses trabalhadores sejam demitidos com ou sem aviso prévio, enquanto a receita da empresa em 2020 foi de mais de 5 bilhões de euros. São inúmeras as denúncias de más condições de trabalho presencial e home office, de agentes de atendimento que adquirem lesões por esforço repetitivo e até transtornos mentais, pela exaustão do trabalho. Ao mesmo tempo que mais de 100 trabalhadores são demitidos, outros seguem trabalhando extenuantemente, tendo que bater metas, sofrendo assédio, realizando pelo menos 100 atendimentos por dia. A quebra de contrato não justifica demissão, pelo contrário, corresponde à sede de superexplorar cada trabalhador, mantendo a sobrecarga aos que ficam.

Essas e outras demissões expressam também o quanto a Teleperformance, assim como todas as empresas de telemarketing, desprezam os trabalhadores. O telemarketing é um setor de empregos com maioria de jovens, marcado pela alta rotatividade, em que as empresas contratam e demitem como quiserem, assim como é alto o índice de pedidos de demissão devido aos baixos salários e péssimas condições de trabalho. Na pandemia, a rotatividade também é um problema em relação a alta possibilidade de contaminação nas PAs (Posição de Atendimento), ou seja, o local onde os atendentes realizam seu trabalho, compartilhando mesa, cadeira, headset, mouse e teclado com os demais. Trata-se de um serviço em que batalhões de milhares de trabalhadores pelo país tiveram que continuar a trabalhar, pelo negacionismo de Bolsonaro e pelos governadores, que não garantiram licença remunerada aos serviços não essenciais.

O governo Bolsonaro, a Câmara dos Deputados de Arthur Lira (PP) e o Senado de Rodrigo Pacheco (DEM) garantem terreno fértil para que empresas de telemarketing como a Teleperformance possam agora contratar trabalhadores muito mais precarizados com a Medida Provisória 1045, a chamada “mini” reforma trabalhista, que na realidade é um enorme ataque à maioria de jovens, porque legaliza a contratação de trabalhadores sem vínculo trabalhista, sem férias, FGTS e décimo terceiro. E ainda legaliza também a redução do valor da hora-extra de categorias como o telemarketing e dificulta a fiscalização do trabalho escravo. Hora-extra que já era utilizada para explorar ainda mais o trabalho.

Confira: Abaixo a MP1045 que tira férias, FGTS, 13º e vínculo trabalhista da juventude de vez

O que acontece na Teleperformance em Parnamirim-RN é mais um exemplo da lógica da exploração capitalista e das formas que se utiliza para nos dividir, pois sabe que a nossa força unificada, entre desempregados e empregados, entre homens e mulheres, entre brancos e negros, pode botar em xeque seus lucros extraordinários em meio a uma crise econômica e social cada vez mais feroz. É preciso dar um basta e dizer que nossas vidas valem mais que o lucro deles, basta de demissões e assédio, e que os capitalistas paguem pela crise. Diante do avanço de Bolsonaro, Mourão, militares e Congresso contra os direitos dos trabalhadores, com reformas e privatizações, nós do Esquerda Diário nos colocamos lado a lado de cada trabalhador e demitido pela Teleperformance, defendendo a unidade da nossa classe, com as mulheres, negros e LGBTs na linha de frente para dar uma saída anticapitalista para a crise!

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Veja também depoimentos dos trabalhadores da Ação Contact Center em greve em Minas Gerais por salário e alimentação

Se você foi demitido ou sofre com as metas e condições de trabalho, envie sua denúncia e seu depoimento: (84) 98730-0453

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