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UNICAMP | UNICAMP se gaba de ser a melhor por cima dos contratos com VALE e a terceirização

O modelo seguido pela reitoria permite bons resultados nas duvidosas pesquisas do MEC, mas por baixo de tudo isso existem burocratas que vivem como executivos, a ligação duvidosa com empresas e o avanço da terceirização em vários níveis.

quarta-feira 23 de dezembro de 2015 | 00:45

“A melhor do Brasil”, não poderia haver título mais irônico para a universidade pública mais privatizada desse país. Uma universidade pública que desde sua fundação sempre caminhou de braços dados com as empresas que ajudaram a fundar seus cursos e hoje continuam a usufruir dos laboratórios e patentes ali criadas. Quando o reitor fala das “relações com a sociedade” parece que ela existe prioritariamente para as pessoas jurídicas, principalmente para aquelas com os maiores lucros do Brasil.

Uma universidade em que você não faz nada sem ter o cartão produzido pelo Santander, uma rede de bancos espanhol que hoje é responsável pela cobrança da dívida grega. Enquanto milhões de gregos sucumbem esse banco ganha bilhões da Grécia e alguns milhares da UNICAMP para controlar o registro de almoço e os empréstimos na biblioteca.

Não conseguimos saber exatamente quanto os contratos da universidade com essas empresas rendem pois existe a FUNCAMP, uma fundação que intermedeia todos os contratos e é controlada diretamente pela reitoria. Se por cinco anos seguidos a prestação de contas da universidade não é aprovada no Tribunal de Contas do Estado o que poderíamos dizer da fundação que intermedeia todas as patentes e todos os contratos que não conseguiriam ser feitos se fosse diretamente com a Unicamp? É necessário abrir todas as contas da UNICAMP eda FUNCAMP para sabermos nos detalhes o que a universidade serve.

Um contrato intermediado pela FUNCAMP é com a VALE, empresa que destruiu o Rio Doce e matou dezenas em Mariana, além de deixar todo um rastro de destruição para quem vive perto desse rio. Uma universidade que quisesse de fato servir ao Brasil deveria começar rompendo todos os contratos com qualquer empresa acusada de trabalho escravo, corrupção e todos os desserviços ambientais que hoje assistimos no Espírito Santo e Minas Gerais.

Por fim, a face mais cruel do que a “melhor do Brasil” consegue fazer, que é manter a qualidade ruim dos empregos terceirizados e subcontratados. Reforçar o que o Brasil herdou de pior de outras épocas, que sempre foi renegar ao povo negro os trabalhos mais precários. Parece que o “modelo inovador” é um discurso que não está interessado em resolver esse “problema”. Nisso devemos nos espelhar bastante no que os trabalhadores das universidades sul africanas conseguiram que foi a incorporação de todos os trabalhadores subcontratados pela universidade sem que houvesse concurso, seria um título que afetaria a vida de milhares de terceirizados se a UNICAMP fosse “a melhor do Brasil em condições de trabalho”.




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