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PREVIDÊNCIA E EDUCAÇÃO | UNE, CUT e CTB: parem de separar as nossas lutas, é preciso enfrentar a reforma da previdência e os ataques na educação!

O governo Bolsonaro travou uma guerra contra a juventude. Não apenas através dos cortes e ataques à educação pública, mas também com a reforma da previdência, que fará com que a juventude trabalhe até morrer. É urgente a unificação da juventude com a classe trabalhadora, para responder até o fim o conjunto de ataques de Bolsonaro.

quinta-feira 25 de julho de 2019 | Edição do dia

O governo Bolsonaro travou uma guerra contra a juventude. Não apenas através dos cortes e ataques à educação pública, mas também com a reforma da previdência, que fará com que a juventude trabalhe até morrer. É urgente a unificação da juventude com a classe trabalhadora, para responder até o fim o conjunto de ataques de Bolsonaro.

O governo Bolsonaro declarou guerra à juventude com os cortes e com a reforma da previdência, e seu projeto de governo evidencia que seu principal objetivo é aumentar a exploração e miséria da juventude, atacando o direito à educação e fazendo com que trabalhemos até morrer.

Bolsonaro, após a aprovação da reforma da previdência no primeiro turno da Câmara dos Deputados, voltou seus olhos novamente para a educação: em menos de 24 horas após a votação da reforma, anunciou ao lado de Weintraub e Guedes, um novo ataque brutal para avançar com a privatização das universidades públicas.

Denominado "Future-se", o programa do MEC para as universidades públicas, propõe utilizar verbas públicas para especular na bolsa de valores, consolidando um ataque à autonomia universitária, implementando a participação gestora e financeira de Organizações Sociais nas atividades de ensino, de pesquisa e de extensão nas Universidades e Institutos Federais de Educação. O novo projeto de Weintraub avança para marcos muitos superiores dos vistos: consolida uma perspectiva de entrega total da universidade à empresas e interesses dos capitalistas.

Além disso, o ministro da Educação avança para deixar a nomeação dos diretores das faculdades sob responsabilidade do governo Bolsonaro, atacando até mesmo as viagens de campos, que ficarão reféns de sua aprovação. Desta forma, o governo Bolsonaro avança para facilitar tanto a abertura para as empresas e o avanço da privatização, quanto a perseguição ideologica os estudantes, professores e trabalhadores das universidades.

Após ter anunciado 30% de cortes nas universidades em maio deste ano, Bolsonaro provou da força imparável da juventude, que nos dias 15 e 30 de maio, saiu em peso nas ruas do país contra os cortes, mostrando toda sua disposição de luta e repúdio a este governo reacionário.

A despeito das traições e da política divisionista e traidora levada pela UNE, dirigida pelo PT e pelo PCdoB, e pelas centrais sindicais como CUT (PT) e CTB (PCdoB), a juventude e a classe trabalhadora se mostraram vivas e dispostas à derrotar os ataques deste governo que querem fazer com que paguemos com nossas vidas pela crise capitalista.

No 15M contra Bolsonaro e os cortes, a juventude, apesar desta política, se colocou com toda a força nas ruas, porém sem unificar a demanda pelo direito à aposentadoria e à educação. Ainda que controlado pela burocracia, o 15M foi construído com assembleias massivas nas universidades e atos de milhares pelo Brasil. Contudo, no 30M, a atuação da burocracia estudantil se tornou ainda mais evidente: por não batalhar para unificar as lutas e construir uma aliança com os trabalhadores, o dia nacional de luta mostrou-se mais fraco comparado ao 15M, com assembleias esvaziadas e menos estudantes nas ruas. Além disso, no 30M, as entidades estudantis não batalharam para que as centrais sindicais compusessem o dia nacional de luta, que acabou declarando apenas um apoio simbólico, o que na prática se comprovou com um refluxo do levante observado anteriormente.

Veja também: Contra a Reforma da Previdência e os ataques à educação, precisamos construir uma saída antiburocrática

Na greve geral do dia 14 de junho, convocada pelas centrais sindicais, a traição se mostrou ainda mais concreta com atos consideravelmente mais esvaziados do que o primeiro dia de mobilização, não sendo capaz de colocar nas ruas a total força dos estudantes e dos trabalhadores. Assim, é desta forma que as burocracias estudantis e sindicais atuam de forma a separar os ataques de Bolsonaro, impedindo a aliança estudantil-operária que pode fazer recuar o projeto neoliberal de Bolsonaro.

Por outro lado, governadores do PT e do PCdoB no nordeste buscaram vias para negociar a reforma da previdência com Bolsonaro, em troca de verbas vindas da privatização do Pré-Sal para fazerem demagogia eleitoreira com a população. De braços dados com a CUT e a CTB, atuam como uma linha de frente para desmobilizar e enclausurar a força dos trabalhadores contra os ataques de Bolsonaro.

A reforma da previdência e os ataques à educação não se separam, ao contrário, são parte de um projeto neoliberal de governo para garantir o lucro dos patrões tirando toda e qualquer perspectiva de futuro da juventude.

A juventude irá sentir cada gota dos ataques de Bolsonaro: são hoje a maior parcela dos desempregados no Brasil, alcançando quase 30% na faixa etária de 18 a 24 anos. Ao lado da reforma trabalhista aprovada por Michel Temer em 2017, que arrancou direitos conquistados há quase cem anos e precarizou contratos de trabalho, a pejotização e uberização avançam a passos largos, tirando a vida da juventude brasileiro como o caso de Thiago Dias, quemorreu por um mal súbito enquanto fazia uma entrega pelo aplicativo Rappi.

Além da batalha diária para conseguir empregos precários e, com a reforma, trabalhar até morrer ou morrer trabalhando, Bolsonaro quer roubar o direito à educação pública, privatizando as universidades e criando um cerco ideológico, pois sabe que é na juventude que estão seus inimigos. Com um projeto de educação tecnicista, quer atacar o direito ao livre pensamento, criando mais mão de obra desqualificada, mais barata e servil ao nível de exploração que quer elevar no Brasil.

É neste cenário que se constrói que a UNE, bem como a CUT e a CTB, devem romper com as negociatas e tréguas com este governo reacionário, anti-juventude e anti-trabalhador, e unifiquem as fileiras de trabalhadores com os estudantes, para colocar de pé um plano de lutas capaz de combater o projeto de governo de Bolsonaro. Por isso, neste dia 13 de agosto, é necessário construir assembleias massivas em cada local de trabalho e estudo, para debate o projeto miserável que este governo tem para os trabalhadores e para a juventude, colocando então toda a força nas ruas contra este governo.

Nesta perspectiva, devemos batalhar pela construção de um polo-antiburocrático na UNE e neste sentido, chamamos a Oposição de Esquerda a construir uma força com os estudantes desde a base, buscando fomentar nos estudantes a auto-organização para que possamos decidir o conteúdo e o rumo das lutas que estão se impondo à juventude. Aliado à isso, construir ao lado dos trabalhadores uma intensa mobilização pelo direito a previdência e a educação.

Somente assim será possível derrotar Bolsonaro e seus aliados, e seu projeto de governo para que façamos com que sejam os capitalistas que arquem com os custos de sua própria crise.




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