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#28A NA UFMG | UFMG para no 28A e estudantes votam "lutar até derrubar Temer e as reformas"

A Greve Geral do dia 28 promete parar a UFMG nesta sexta-feira. Saiba como foram as últimas semanas de mobilização. Técnicos administrativos, professores e estudantes contarão com ônibus saindo do Campus Pampulha da UFMG e do Campus I do CEFET-MG para o ato na Praça da Estação às 09:00.

quinta-feira 27 de abril de 2017 | Edição do dia

A reitoria da UFMG deixou pra se pronunciar publicamente apenas no fim da tarde de hoje (27), um dia antes do chamado à Greve Geral. Em ofício circular, o reitor Jaime Ramiréz declarou suspensas as aulas no dia 28 "em decorrência da paralisação geral e a consequente ausência de transporte público na região metropolitana de Belo Horizonte". E deixou a cargo dos diretores de unidades acadêmicas e órgãos administrativos a decisão sobre "atividades acadêmicas já programadas e inadiáveis e os serviços considerados essenciais para o funcionamento administrativo". Esse ofício foi a única manifestação da reitoria sobre o chamado de Greve Geral para 28 de Abril, sem posicionamento sobre os ataques recentes do governo golpista de Michel Temer.

Os técnicos administrativos em educação decidiram por adesão à greve em assembleia convocada pelo seu sindicato (SINDIFES), que também disponibilizará ônibus para técnicos, estudantes, professores e terceirizados para ir à manifestação no centro de BH. Centros e diretórios acadêmicos como o D.A. Bio, o CAAP e o CACE anunciaram que os estudantes dos cursos de Ciências Biológicas, Direito e Ciências do Estado, respectivamente, decidiram por aderir à paralisação. Outros cursos como os da Faculdade de Educação tiveram assembleias autoconvocadas e também decidiram participar da paralisação.

A assembleia geral dos estudantes da UFMG aconteceu nessa terça-feira (25), tendo como deliberação consensual a adesão à greve. Além disso, foi deliberado um bloco unificado da UFMG com a consigna “UFMG na luta até derrubar Temer e seus ataques”, o que mostra que a luta não termina no dia 28 e que os estudantes não aceitam qualquer ataque de Temer, como a PEC 55 que desmonta a universidade, a finalização do Programa Ciência sem Fronteiras, a terceirização irrestrita que escraviza os trabalhadores responsáveis pelo funcionamento da universidade, e, agora, as reformas da previdência e trabalhista (esta última já aprovada ontem).

O quadro de estudantes e trabalhadores de base se organizando, apesar de seus diretórios e sindicatos, é excelente e mostra que não estão dispostos a aceitar as reformas de Temer. O coletivo de professores auto-organizados da UFMG, que decidiram adesão à greve em assembleia auto-convocada, e os estudantes da Faculdade de Educação são exemplos. Mas isso não isenta órgãos de representação da obrigação de construção da greve com assembleias e formação de comitês. O sindicato dos professores da UFMG (APUBH), por exemplo, convocou sua categoria a aderirem a greve e participar das manifestações mas, mesmo sob cobrança dos professores, se negou a construí-la convocando assembleias democráticas.

No curso de Biologia, por outro lado, o diretório acadêmico tem construído o dia 28 junto aos estudantes, realizou assembleias e uma votação por urna cujo resultado foi de 275 a favor da paralisação total, 15 contra e 20 abstenções. Além disso também foi votado um comitê de estudantes na assembleia do curso, contra a Reforma da Previdência e Trabalhista. A coordenadora-geral do D.A. Bio, Pammella Teixeira, explica como foi o processo e qual a importância dessa organização:

“É preciso construir pela base e organizar a juventude e a comunidade universitária para estar na luta com os trabalhadores parando tudo nesse dia histórico. E é assim que nós da Faísca atuamos também no D.A. Biologia, organizando junto aos estudantes rodas de conversa com trabalhadores e assembleias democráticas para buscar massificar a luta. Além disso também é preciso pensar como seguir a luta após o dia 28, por isso exigimos das centrais sindicais como a CUT e de entidades como a UNE um plano de luta para construir uma greve geral que siga até derrubar Temer e todas as reformas. Também defendemos uma saída da classe trabalhadora para a crise política, que questione o sistema dos políticos corruptos que servem aos empresários, impondo uma nova constituinte para discutir a democracia do país."




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