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RETOMADA DAS ATIVIDADES UFMG | UFMG: Estudantes de Filosofia e da Escola de Belas Artes votam por plebiscito para decidir sobre seus semestres

Enquanto Weintraub e Bolsonaro encaminham o projeto privatista "Future-se" ao Congresso, em suas assembleias virtuais, estudantes de filosofia (FAFICH) e dos 5 cursos que compõem a graduação da EBA discutiram proposições para decidir sobre o futuro de seus estudos e atividades em meio à pandemia e votam para que sejam realizados plebiscitos para que estudantes e trabalhadores tenham poder de decisão, enquanto a UFMG já sonda mecanismos para aplicar o ensino remoto.

Lina HamdanMestranda em Artes Visuais na UFMG

Elisa CamposFilosofia - UFMG

sábado 30 de maio de 2020 | Edição do dia

Foto: Eduardo Gontijo

Enquanto Weintraub e Bolsonaro encaminham o projeto privatista "Future-se" ao Congresso, em suas assembleias virtuais, estudantes de filosofia (FAFICH) e dos 5 cursos que compõem a graduação da EBA discutiram proposições para decidir sobre o futuro de seus estudos e atividades em meio à pandemia e votam para que sejam realizados plebiscitos para que estudantes e trabalhadores tenham poder de decisão, enquanto a UFMG já sonda mecanismos para aplicar o ensino remoto.

Mesmo que a reitoria da UFMG possa ter posicionamentos mais críticos ao governo, vem sendo e será ainda mais pressionada pelos setores ultra reacionários comandados pelos racistas Weintraub e Bolsonaro, que, aproveitando da pandemia, estão chantageando todas as federais com cortes de verbas caso não aprovem o EAD, com objetivo de baratear e precarizar o ensino, inclusive com o MEC diretamente colocando interventores em algumas para poder fazer essa decisão de maneira autoritária. E a estrutura de poder da universidade hoje permite isso.

Porém, os estudantes da Escola de Belas Artes da UFMG, em assembleia virtual realizada na noite de quinta-feira (28), discutiram e se posicionaram pelo direito dos estudantes, professores e trabalhadores da universidade de poder decidir sobre algo tão sério que está diretamente ligado a suas vidas. Eles se posicionaram contrariamente ao ensino remoto ou EAD e demandaram por um plebiscito para definir o futuro do semestre, por mais informações desde a diretoria, pela suspensão temporária dos múltiplos formulários que os departamentos estão enviando (pois estão confundindo os estudantes e, consequentemente, não mostrarão dados "confiáveis" na medida em que não garantem que todos os estudantes possam responder) e pela abertura da próxima reunião de congregação da escola.

Os estudantes do curso de filosofia da UFMG, um dia mais cedo, definiram em assembleia por semelhante proposta de plebiscito, que coloca que as decisões precisam estar na mão dos estudantes, dos professores e trabalhadores da UFMG, que são quem fazem de fato a universidade funcionar.

Tão grave decisão não pode estar restrita aos setores superiores da administração universitária, no caso atual, pelo CEPE (Conselho de Pesquisa e Extensão, que sequer tem responsabilidade sobre a assistência estudantil e as condições de trabalho da universidade). Mesmo que eles tentem nos consultar e adaptar o projeto a uma caricatura das condições de vida da comunidade acadêmica através de formulários online, ao final, chegarão com um projeto pronto, o qual teremos que meramente aceitar.

Na situação de suspensão dos cursos de graduação, as direções das unidades e dos curso se veem ainda mais fortalecidas para tomarem decisões a partir de cima, acatando determinações da reitoria através da canetada, sem qualquer poder de decisão daqueles que compõem a comunidade universitária, às vezes sem poder sequer opinar, através de uma determinação unilateral da congregação, órgão máximo de deliberação dos institutos, na qual os estudantes da EBA, por exemplo, não possuem sequer direito a voto.

Assim, na lógica oposta a este aspecto antidemocrático da estrutura universitária, os estudantes votaram pela realização de um plebiscito que sirva como poder de decisão sobre a retomada das atividades acadêmicas na UFMG, através de um voto por pessoa, com pesos iguais e garantindo que todos os estudantes, trabalhadores e professores possam participar.

No processo de consolidação do plebiscito deve-se garantir o debate e o acesso à todas as informações que a reitoria e a diretoria têm para possíveis soluções para o período da pandemia, por exemplo, a discussão sobre aprovação automática em todas as disciplinas com possibilidade de posterior repetição das matérias, garantia da permanência dos estudantes bolsistas, condições de segurança e higiene do trabalho e do estudo, além de debater sobre ao que a universidade vai servir em meio a pandemia.

Há um movimento de questionamento de como as decisões são tomadas dentro da universidade, sobretudo agora que mais do que nunca suas consequências impactam duramente a vida de todos da comunidade acadêmica que devem ter todo o direito de ter peso para votar e opinar nas decisões da universidade.

SAIBA MAIS: Sobre a retomada das atividades acadêmicas na UFMG. Por um Plebiscito para que a comunidade acadêmica decida

Nós da Faísca Revolucionária participamos de nossas assembleias colocando nossos posicionamento contrários ao Ensino à Distância, mas compreendendo que isso não deve significar o cancelamento do semestre ou à manutenção das universidades em atividade reduzida e sim que a UFMG deveria ser adaptada nesse momento para girar todas suas forças e estrutura para que sua produção artística, intelectual e material esteja completamente a serviço do combate à pandemia, em que o conhecimento científico se volte para pensar como minimizar os riscos aos quais estão expostos diversos setores de trabalhadores essenciais no combate à pandemia.

Acreditamos que a unidade da comunidade universitária com a classe trabalhadora é o caminho para se pensar não somente uma nova universidade frente à crise, mas também uma nova sociedade.

#PlebiscitoParaDecidir #EADNÃO

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"EAD ou cancelar o semestre: nenhum dos dois. Ficamos com a ciência contra o coronavírus"

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