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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO RIO DE JANEIRO | Dois meses após as canetadas de Vieralves e do DCE, a UERJ segue em crise

terça-feira 18 de agosto de 2015 | 00:00

17 de junho de 2015: há exatos dois meses, o reitor da UERJ, Ricardo Vieralves, acompanhado pelo DCE da Universidade, anunciava publicamente a “conquista de demandas históricas do estudantes da Universidade”: a abertura de edital para a construção de Restaurantes Universitários em seis campi externos, a autorização que permite aos alunos cotistas o acúmulo com bolsas acadêmicas oferecidas nas áreas de Graduação, Extensão e Pesquisa, e a delegação de competência à Faculdade de Educação para que coordene o projeto de creche a ser implantada na Universidade.

O Ato Executivo de Decisão Administrativa (AEDA 021/2015), relativo à implantação dos Restaurantes Universitários nos campi, determinava que, no prazo de 60 dias, fossem publicados os editais de licitação para a construção desses restaurantes. Segundo o documento, caberia à Diretoria de Administração Financeira a elaboração desses editais. Entretanto, não há qualquer informação referente aos editais no site da Diretoria (http://152.92.198.164/daf2015/), seja por não haver informação a ser publicada, ou por uma desagradável falta de transparência. A Diretoria informa que dados referentes a editais são publicados no site do Sistema Integrado de Gestão de Aquisições, do Governo do Estado do Rio de Janeiro. Também não foram encontradas informações a respeito.

O documento assinado pelo reitor ainda garantia a indicação de três membros do DCE, caso estes julgassem conveniente, para o acompanhamento dos processos licitatórios e do projeto básico. Certamente, os estudantes da Universidade estamos ansiosos por maiores informações sobre o processo, aguardando esclarecimentos.

O Ato Executivo (AE 020/2015) permitiu aos estudantes cotistas, que recebem a bolsa permanência, a possibilidade de acumular esta bolsa com as bolsas acadêmicas ofertadas pelas Sub-Reitorias de Graduação, Extensão e Pesquisa. Desde então, o pagamento das bolsas (quaisquer delas) encontra-se instável, sem prazos estabelecidos para recebimento, perpetuando uma desconfortável prática da reitoria nesses últimos anos. Atualmente, os estudantes ainda não receberam suas bolsas.

A Portaria nº 257/2015, também assinada por Vieralves há dois meses, delega competência à Diretora da Faculdade de Educação para coordenar o desenvolvimento do projeto de creche a ser implantada na Universidade. Segundo informações colhidas junto à Faculdade de Educação, está sendo iniciada agora a discussão do projeto de Creche Universitária. Foi montado um grupo de trabalho, composto de representantes de diferentes unidades acadêmicas, cuja primeira reunião acontecerá nesta semana (a informação, pelo que consta, ainda não foi divulgada nos órgãos oficiais da Universidade). Estudantes serão, posteriormente, convidados a participar. A decisão exclui do debate, por tempo indeterminado, as mães que protagonizaram os atos pela Creche que marcaram a mobilização estudantil.

A situação dos funcionários terceirizados da Universidade (aparentemente ignorada pelo diálogo entre reitoria e DCE) continua grave. Segundo informações, os trabalhadores, mais uma vez, não estão recebendo integralmente seus vencimentos. Até agora, os funcionários terceirizados receberam apenas metade do vale-transporte e metade do ticket alimentação, tendo seus pagamentos mensais divididos em 3 vezes.

Dois meses após a intensa mobilização na Universidade (independente do DCE), com 15 cursos paralisados, Assembleias com 800 alunos, entre jatos d’água e pedradas da segurança/reitoria contra os estudantes, analiso a situação atual da Universidade (salários atrasados, bolsas atrasadas, licitações não publicadas e propostas postergadas) e digo: parabéns pelas conquistas, DCE! A crise segue na Universidade, e o Movimento Estudantil precisa se reorganizar para responder. Enquanto o DCE está preocupado com a campanha para a eleição do sucessor de Vieralves, Ruy Garcia Marques, o Movimento Estudantil da UER deve se preocupar em dar respostas à crise da Universidade.




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