×

CRISE GREGA | Tsipras oferece novas concessões esperando acordo rápido com a Tróika

Josefina L. MartínezMadrid | @josefinamar14

quinta-feira 4 de junho de 2015 | 22:47

“Grécia apresentou propostas concretas nas quais fizemos concessões, como é o normal em uma negociação, porém apresentamos um plano realista para tirar o país da crise” disse Tsipras.

As negociações entre o governo da Grécia e as instituições da Tróika já duram 5 meses, em que o Syriza realizou importantes concessões com o objetivo de alcançar um acordo e liberar o financiamento da UE, para poder seguir encarando os novos pagamentos da dívida.

Durante esses 5 meses, a Tróika se mostrou inflexível, mantendo chantagens e o ultimato sobre o povo grego.

O acordo de 20 de fevereiro significou uma tergiversação por parte do governo, Ao firmar a extensão do plano de resgate e aceitar a imposição não tomar nenhuma “medida unilateral”, deixou de lado uma das principais aspirações dos trabalhadores e dos setores populares que votaram no Syriza, que era romper com as políticas da Troika.

Depois de anos pagando a crise com demissões massivas, desemprego e precarização, milhões de trabalhadores votaram no Syriza com ilusões de recuperar o salário, o trabalho e a moradia.

No entanto, esta semana Tsipras já advertiu à população que esta deve se preparar para “tempos difíceis” uma vez que se conclua a negociação.

“O dia seguinte, depois do fim das negociações, trará dificuldades, porém o que o povo pede ao governo é enfrentar isso em condições de igualdade e justiça”, afirmou Tsipras.

Ainda assim, Tsip´ras se mostrou -novamente- “otimista” sobre a possibilidade de conseguir um “bom final” nas negociações. Esse fim de semana teve conversas telefônicas com François Hollande e Angela Merkel. E na terça se reuniu com os mandatários da França e Alemanha junto de representantes da Tróika (BCE, CE, FMI) para discutir uma nova proposta para Grécia.

O tema da reforma das pensões e do mercado de trabalho vem sendo as questões mais problemáticas para se encerrar as negociações, diante das pressões da Tróika para avançar em cortes e na liquidação dos convenios.

Na questão das pensões parece que teria se chegado a um acordo que não é público, todavia), enquanto que em outros temas como o sistema de arrecadação do imposto sobre o valor acrescentado (IVA), Tsipras já havia aceitado algumas das exigências das instituições européias.

O ministro do Interior, Nikos Vutsis, disse no sábado em uma entrevista para a televisão que o acordo poderia ser firmado nos próximos dias e que isso implicaria postergar por um largo tempo várias das promessas eleitorais do Syriza.

“Algumas partes de nosso programa poderiam se ver atrasadas em seis meses ou talvez um ano”, disse Vutsis.
O objetivo de Atenas é conseguiro desembolso dos 7,2 bilhões de euros do resgate, ou ao menos uma parte, para poder iniciar as “grandes” negociações onde pretende conseguir uma reestruturaão da dívida e ajuda européia.

Grécia tem que pagar nessa quinta 300 milhões de euros ao FMI e antes do fim do mês tem que devolver um total de 1 bilhão e 600 milhões.

Estes dias se contemplava a possibilidade que a Grécia unifique todos seus pagamentos no fim do mês, pulando o pagamento dessa quinta, no marco de um acordo com a Tróika. Na semana passada. O FMI havia desmentido essa possibilidade, enquanto seguiam pressionando pelos cortes nas pensões.

“Se um país falha na hora de pagar seus compromissos, é declarado em moratória, e sob nossa política não tem acesso a financiamento até que pague”, disse o porta-voz adjunto do FMI, William Murray.

De acordo com o Wall Street Journal, essa quarta os credores apresentaram um novo acordo de resgate à Grécia, um acordo “de tudo ou nada”, que busca romper o estancamento das negociações, mas que “corre o risco de a uma crise política que inclui o colapso do governo de Atenas”.

Como mostram as próprias declarações de TSIPRAS e seus ministros, a possibilidade de um “acordo” se baseia nas concessões à Tróika e ao adiamento do programa eleitoral do Syriza,

Nesses meses, o governo de Atenas já vem realizando pagamentos milionários ao FMI, fazendo uso das reservas dos municípios e organismos públicos, enquanto seguem congelados os salários e as pensões.

Para poder resolver as demandas mais sentidas dos trabalhadores e do povo grego é necessário retomar o caminho da mobilização operária e popular, com uma política independente do governo, que coloque o não pagamento da dívida e um programa operário e popular de saída da crise como uma questão urgente.




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias