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ESTADOS UNIDOS | Trump, tanques e uma grande festa imperial

O presidente dos Estados Unidos celebrou o 4 de Julho com um desfile militar inspirado no Dia da Bastilha Francês, algo que não era visto em Washington desde a presidência de Nixon.

sexta-feira 5 de julho de 2019 | Edição do dia

O presidente Donald Trump adiantou na quarta-feira que o desfile militar pelo Dia da Independência seria “o espetáculo de nossas vidas”, tentando elevar o impacto de uma celebração de caráter não visto em Washington há quase três décadas.

“Nossa saudação aos Estados Unidos do 4 de Julho no monumento de Lincoln será muito grande. Será o espetáculo de nossas vidas. O custo da nossa grande saudação aos Estados Unidos amanhã será muito baixo comparado ao que isso significa. Nós temos os aviões, temos os pilotos, o aeroporto está ao lado, tudo o que precisamos é o combustível. Possuimos os tanques e tudo. Fogos de artifícios foram doados por dois dos grandes. Ótimo!”; ostentava Trump em sua conta do Twitter, carregando a celebração com significado imperial, que se deu a poucas quadras da Casa Branca.

O desfile organizado por Trump é uma celebração que não era vista desde os tempos de presidência de Richard Nixon. Mas, diferente de Nixon, que participou de um ato pelo Dia da Independência sem fazer uma fala, Trump planejou fazer um discurso para o público “VIP”.

Dentre esse público seleto não se encontrarão, como asseguraram os meios como o portal Político, uma parte importante da direção política e dos principais doadores do Partido Republicano, que se ausentaram da capital estadounidense.

O monumento a Abraham Lincoln é o lugar eleito por Trump para encabeçar a “Saudação aos Estados Unidos”. A escolha do lugar não é algo menor, pois o monumento foi protagonista de grandes mobilizações sociais nos EUA, como a dos direitos civis encabeçada por Martin Luther King em 1963, além de garantir imagens impressionantes.

Vários mídias estadounidenses dizem que Trump busca utilizar a massiva celebração comom uma ato de lançamento da sua corrida eleitoral para 2020. Também afirmam que a inspiração de Trump veio do desfile militar do Dia da Bastilha, que assistiu como convidado em 2017, após pedido do presidente francês, Emmanuel Macron.

Como acontece na França, o desfile terá um grande componente de ostentação imperialista com a marcha do poderia militar da principal potência mundial. Uma mensagem dirigida aos setores mais reacionários que apoiam ao presidente, e também para o exterior, para o qual Trump mantém várias frentes de conflitos abertas.

As imagens de tanques militares atravessando a capital estadounidense não são comuns há décadas, e os antecedentes destas são terríveis.

Em 1932, durante a Grande Depressão, o general Douglas McArthur reprimiu com tanques um grupo de veteranos da Primeira Guerra Mundial que reivindicavam ajudas do governo em Washington.

O último desfile militar massivo organizado pelo governo na capital foi há 28 anos, quando George Bush pai celebrou, com 8800 veteranos e 200 mil espectadores, a vitória na primeira invasão do Iraque.

Os opositores de Trump planejaram sua própria ação no National Mall, o gramado da explanada que vai do Monumento a Lincoln até o Capitólio. A organização “Code Pink” lançou seu “Baby Trump”, um boneco inflável que representa o presidente de fraldas, que apareceu nas manifestações ao redor do mundo contra o presidente dos Estados Unidos.




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