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TRUMP | Trump insinua envio de tropas ao México para “combater o narcotráfico”

Foi durante uma conversa telefônica mantida entre Trump e Peña Nieto. A jornalista Dolia Estévez quem divulgou no Proyecto Puente.

quinta-feira 2 de fevereiro de 2017 | Edição do dia

Depois do cancelamento da reunião entre ambos chefes de Estado, Peña e Trump mantiveram uma conversa telefônica.

Segundo a jornalista Dolia Estévez, durante a conversação, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, comunicou à Peña Nieto que não precisa do México e, em tom ameaçador, sugeriu que, se as forças armadas mexicanas são incapazes de combater o narcotráfico, talvez tenha que enviar tropas estadunidenses para que assumam a tarefa. A informação foi fornecida por fontes confidenciais.

O escritório da presidência mexicana se negou a dar detalhes da conversação mantida.

De acordo com Dolia Estévez, Trump disse a Peña Nieto: “Não preciso dos mexicanos, não preciso do México. Vamos construir o muro e vocês vão pagar queiram ou não, gostem ou não”.

Primeiro o presidente estadunidense ameaçou impor ao México o pagamento do muro, estabelecendo uma tarifa alfandegária de 10% para as exportações mexicanas e de 35% para aquelas exportações que sejam mais importantes para o país.

Por sua vez, no artigo “No necesitamos a México, dijo Trump a Pieña Nieto”, Estévez assinala que “Durante a conversação, Trump assinalou que os militares mexicanos não estão fazendo bem sua tarefa no combate ao narcotráfico, então sugeriu que tenha que enviar tropas estadunidenses para que assumam a tarefa de derrotar os cartéis”.

Citando suas fontes, a jornalista explicou que Trump afirmou “não vai permitir que as drogas procedentes do México sigam ‘massacrando’ nossas cidades e comunidades”.

O inflamado presidente estadunidense disse a Peña Nieto que “ele não queria viajar ao México em agosto passado quando ainda era candidato e recebeu convite dos Pinos para reunir-se com o priista, mas que Jared Kushner, seu genro, o convenceu”.

Agrega Estévez que a resposta de Peña Nieto ante a ofensiva de Trump foi débil: “Pelo contrário, segundo as versões coletadas, Peña Nieto balbuciou, enquanto que tratou de explicar para seu interlocutor que o México tem outra perspectiva, que consiste em continuar a relação de maneira construtiva”.

Na manhã de ontem Aristegui Noticas realizou uma entrevista com Estévez, na qual a jornalista afirmou que as versões colidas sobre o primeiro encontro entre Trump e Peña são totalmente coerentes com o desprezo do magnata pelo México.

Por sua vez, Estévez assinalou que “Durante a chamada Peña Nieto esteve acompanhado do chanceler Luis Videgaray e do subsecretário para América do Norte, Carlos Sada”. Enquanto isso, pelo lado estadunidense estiveram presentes Steven Bannon, considerado de grande influência sobre Trump e ligado a grupos de extrema direita, e Kushner, seu genro, com quem Videgaray marcou a reunião de Trump com Peña Nieto em 2016, quando ainda era candidato.
Contra a ingerência imperialista e a militarização

Trump tem realizado uma tormenta de ofensivas em todos os níveis contra o México. Ao se confirmar a ameaça de enviar tropas para “combater o narcotráfico”, será a mais brutal que já fez até agora.

Seria o cúmulo do cinismo imperialista. As administrações estadunidenses têm financiado a guerra contra o tráfico desde o sexênio de Felipe Calderón. Têm avalizado o tráfico de armas e de drogas através da fronteira. Há comprovações que agentes estadunidenses entregaram armas ao cartel de Sinaloa, liderado por Chapo Guzmán, hoje em meio à desgraça e preso nos Estados Unidos.

As forças armadas estadunidenses têm treinado os militares e a marinha mexicana para que executem, torturem e desapareçam pessoas. Por sua vez, os agentes estadunidenses andam livremente pelas ruas do México, portando armas e com permissão para disparar.

A militarização desatada com a desculpa da “guerra contra o tráfico” é parte da ingerência imperialista na região, para conter o descontentamento social. Não está funcionando. Desde setembro de 2014, com o massacre de Iguala e o desaparecimento forçado dos estudantes de Ayotzinapa, em distintos momentos o protesto toma as ruas. Se expressou a saturação contra Peña Nieto e seu governo uma ou outra vez, nestes dias, contra o gasolinaço e a reforma energética do governo mexicano, as transnacionais e o imperialismo estadunidense.

Agora, ante as ameaças de Trump, é de primeira ordem somar as demandas de que os agentes yanquis saiam do México e de toda América Latina, assim como o fim da militarização.




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