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RIO DE JANEIRO | Trabalhadores dos correios iniciam mobilização contra a privatização da empresa, no Rio

Trabalhadores dos correios do Rio de janeiro se reuniram em assembleia na “praça de guerra”, onde decidiram por entrar em estado de greve contra os ataques do governo golpista de Temer.

Ronaldo FilhoProfessor da rede estadual do RJ

quinta-feira 16 de fevereiro de 2017 | Edição do dia

No início da noite do dia 15/02 os trabalhadores dos correios do Rio de janeiro se reuniram em assembleia na “praça de guerra”, local histórico de reunião da categoria, atrás da cede da empresa no centro da cidade, onde decidiram por entrar em estado de greve, preparando a mobilização contra os ataques do governo golpista de Temer através do novo presidente da empresa, Guilherme Campos que iniciaram uma ofensiva de desmonte da empresa com PDV, PDI que pretendem eliminar 10 mil trabalhadores da empresa e fechar 200 agencias, ataque ao plano de saúde e precarização das condições de trabalho. A assembleia foi convocada pelo SINTECT-RJ (CTB) e segundo alguns trabalhadores que participaram, foi mal divulgada para a categoria, tanto em relação a data quanto a importância que teria, já que muitos só souberam no mesmo dia.

As falas iniciaram com uma saudação do SINTSAMA e manifestação dos ecetistas em apoio aos cedaeanos. As intervenções giraram entorno do ataque contra o plano de saúde que é um importante direito conquistado, principalmente diante da atual precariedade das condições de trabalho e cobre a todos os integrantes da família do trabalhador. A nova proposta é aumentar o valor pago de compartilhamento de 10% para 30%, mais uma mensalidade e retirar os pais dos trabalhadores como beneficiários. Ficou claro que a intenção é desmontar o Postal Saúde, fazendo os trabalhadores migrarem para o setor privado. Atualmente a sede do plano funciona no shopping Nova América e paga 100 mil reais de aluguel, quando a cede dos correios no centro, onde o plano funcionava anteriormente, conta com várias salas vazias. Também tiveram esclarecimentos sobre duas conquistas dos trabalhadores: o “diferencial de mercado” que é um valor extra nos salários dos trabalhadores que no Rio de Janeiro é de 60% se comparado a de outros Estados como São Paulo; e sobre o “ticket extra”, compromisso da empresa no acordo coletivo de 2011 que deveria ser pago em 2012 e não aconteceu. Outro informe foi sobre as visitas da justiça do trabalho aos centros de distribuição para constatar a precariedade dos locais e os ricos que correm os trabalhadores. A empresa foi notificada quanto a isso.

As propostas aprovadas foram entrar estado de greve; aderir à paralisação que CUT, CTB e CSP-Conlutas que estão chamando dia 15/03 para realiza um ato nacional contra os ataques do governo federal; uma nova assembleia ainda sem data após a paralização deste dia para avaliar os próximos passos; a indicação de uma nova assembleia unificada dos sindicatos dos correios desta vez chamada pela FENTECT (CUT) para o dia 07/03. Foi aprovado também uma manifestação de apoio à luta da CEDAE e dos servidores do Rio, porém não foi definido a data desta mobilização, lembrando que a CEDAE vai paralisar nos dias 20, 21 e 22 de fevereiro.

É fundamental que os trabalhadores participem massivamente das próximas ações e das assembleias para garantir uma forte mobilização contra os planos privatistas que recaem sobre os Correios. É hora de unificar as lutas com os trabalhadores da CEDAE e demais servidores do Rio. Por isso não se pode esperar muito tempo para iniciar a mobilização. A privatização da CEDAE pela ALERJ pode ser aprovada ainda na próxima semana, o que abriria ainda mais a possibilidade de acelerar o processo de privatização dos correios, pois seria uma vitória para Temer. Nós do Esquerda diário nos colocamos a disposição dos trabalhadores dos Correios, assim como já estamos ao lado dos trabalhadores da CEDAE para impedir que as privatizações aconteçam e superar o imobilismo da burocracia dos sindicatos que muitas vezes apresentam contradições que não somam na luta por garantir nossos direitos e manutenção dos serviços públicos gratuitos e de qualidade. As centrais sindicais, CUT, CTB, CSP-Conlutas mais do que um dia de paralisação e atos festivos deveriam mobilizar suas bases e parar o país, partindo para cima do governo golpista do PMDB a nível federal e estadual.




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