×

PARALISAÇÃO NACIONAL | Trabalhadores da USP vão paralisar dia 29/05 e propõem ato unificado com professores em greve

sexta-feira 22 de maio de 2015 | 00:00

Em meio à campanha salarial e ao maior ataque que as Universidades Públicas do Estado de São Paulo têm sofrido nos últimos anos, os trabalhadores da USP decidiram se dirigir ao conjunto do Fórum das Seis (o fórum das entidades sindicais das universidades estaduais de São Paulo) e à assembleia dos professores da rede estadual em greve a mais de dois meses e com salário cortado, propondo a incorporação ao Dia Nacional de Paralisação contra os ataques do governo federal, com um ato unificado em frente ao Palácio dos Bandeirantes em defesa de mais verbas para a educação e do atendimento das pautas dos trabalhadores da educação.

Sobre o plano de lutas aprovado em assembleia, Pablito Santos, Diretor do Sindicato dos Trabalhadoresda USP, o SINTUSP relembra que“os trabalhadores da USP iniciamos nosso plano de lutas antes mesmo da campanha salarial. Com o aprofundamento da política de desmonte da Universidade feita pelo Reitor Zago e apoiada pelo Conselho Universitário que tem afetado diretamente a Prefeitura, as Creches e os Bandejões, os trabalhadores da USP já efetuamos três paralisações e um trancaço de portões esse ano, com o apoio e participação de um importante setor de estudantes. A paralisação e o ato no dia 29/05 é parte de dar prosseguimento na luta para barrar esse desmonte, exigindo mais verbas para a educação e mais contratações de funcionários”.

Sobre a proposta de reajuste salarial escalonado, Pablito foi bem enfático “é totalmente insuficiente, além de representar um valor menor do que a inflação medida pelo DIEESE (8,31%) que exigimos como contraproposta, o Conselho de Reitores (CRUESP) propõe um escalonamento de 4% agora e 3,09% somente em outubro, o que significa que mesmo essa proposta rebaixada de reajuste salarial só será completada no mês de novembro, permanecendo arrochado até lá. Para completar o escândalo, o Reitor da USP submeteu essa proposta já essa semana ao Conselho Universitário da USP, concluindo, na prática, qualquer possibilidade de negociação e dissolvendo a autoridade do CRUESP nas negociações unificadas entre as três estaduais paulistas”. Além dessa decisão, o Conselho Universitário da USP aprovou um documento da Comissão de Orçamento e Patrimônio (COP) que propõe a utilização de medidas de novas medidas de contingenciamento de verbas no segundo semestre (leia-se aperto de cintos com cortes e ataques às conquistas dos trabalhadores e estudantes).

Essa semana, o governador Geraldo Alckminrecuou de seu projeto de lei que delimitava um ‘teto’ de repasse orçamentário para as Universidades de 9,57%, valor que permanece desde 1995 como ‘piso’ e sendo, desde aquela época, já insuficiente. Sobre isso Pablito diz “em primeiro lugar esse recuo do governador diz respeito a tentativa de evitar uma mobilização conjunta e unificada entre professores, funcionários e estudantes das universidades paulistas com os professores da rede em greve há dois meses e um questionamento mais profundo do projeto do PSDB para a educação no Estado. E por isso mesmo não podemos nos iludir de que essa não seja a meta do governador, logo no dia seguinte ele já anunciou que no segundo semestre deverá fazer cortes nas áreas sociais e a educação será uma delas. Além disso, aceitar 9,57% de repasse para a educação superior do Estado significa manter a crise financeira que hoje tem se revertido no argumento para o congelamento de contratação, corte de bolsas e permanência e paralisação da expansão do ensino superior público no Estado. Precisamos lutar por 11,6% como mínimo para as Universidades e 33% para toda a educação pública”.

Dia 29/05 esta sendo convocada uma paralisação nacional contra as medidas provisórias do governo federal que atacam os direitos dos trabalhadores mais vulneráveis e o projeto de lei 4330 que regulamenta e amplia a terceirização no país.

Sobre a incorporação dos trabalhadores da USP na paralisação, Pablito comenta que “o governo Dilma no início do ano cortou mais de 6 bilhões de reais da educação, além de estar costurando todo o tipo de aliança para garantir a aprovação das Medidas Provisórias e da regulamentação e expansão da terceirização. Pressionada pela base, as centrais governistas da CUT e da CTB estão sendo obrigadas a chamar um segundo dia nacional de paralisação, mas tentam envolver na pauta uma suposta ‘luta por democracia’, agitando o fantasma do fortalecimento de uma direita golpista no Congresso para esconder que Dilma e o PT são os principais responsáveis tanto desses ataques atuais quanto de fortalecer as figuras reacionárias em troca da governabilidade a favor dos banqueiros e patrões. No dia 29/05 levaremos nossas bandeiras bem claras denunciando a cumplicidade dessas centrais com o governo do PT e suas tentativas de manobra e defendendo uma posição dos trabalhadores independente tanto do governo Dilma quanto dos demais partidos da burguesia que tentam canalizar essa insatisfação popular para seus projetos também reacionários”.


Temas

PL 4330    Educação    USP



Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias