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INVASÃO POLICIAL NA USP | Trabalhadores da USP manifestam repúdio à invasão policial do prédio de Letras

Reunidos em assembleia, os trabalhadores da USP aprovaram uma moção de repúdio à invasão de dezenas de policiais fortemente armados na manhã dessa quinta, 28, ao prédio da Letras a propósito de prender um estudante acusado de pedofilia.

quinta-feira 28 de março de 2019 | Edição do dia

Leia abaixo a moção aprovada pelos trabalhadores:

Moção de repúdio

Hoje, 28 de março pela manhã, funcionários alunos e professores do prédio de Letras da Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas (FFLCH) foram surpreendidos por quase vinte policiais civis do GARRA (Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos) altamente armados com fuzis e revolveres, invadindo salas de aula de forma truculenta intimidando estudantes, funcionários e professores que tentavam entender o que estava acontecendo.

A ação tinha como objetivo a prisão de um estudante. Professores tiveram suas aulas invadidas e interrompidas. Funcionários foram coagidos e acusados de acobertar criminosos por que não conseguiam acessar o sistema digital da USP, que estava fora do ar, para fornecer as informações que os policiais demandavam.

Consideramos absurda a ação policial na FFLCH. Questionamos a razão de realizar essa ação, em meio a aulas, colocando em risco a vida das pessoas que trabalham e estudam no prédio. Por que a polícia escolheu invadir a universidade e as salas de aulas e não cumpriu seu mandato na residência do acusado?

No momento em que o governo de extrema-direita de Bolsonaro e militares chegam a distorcer a história, negando o golpe de 64, e com celebrações a um dos momentos mais trágicos da nossa história recente, é escandalosa essa ação ostensiva na USP. Durante a ditadura militar a polícia invadia as universidades para perseguir, prender e impedir a liberdade de reuniões políticas. Por isso, foi expulsa das universidades! A reitoria da USP, em 2009, trouxe novamente a polícia para dentro da universidade para reprimir estudantes e trabalhadores e, em 2011 firmou um convênio com a PM, que passou a estar permanentemente no campus com o objetivo claro de reprimir o movimento estudantil e de trabalhadores. Desde então protagonizaram diversas de ações repressivas em greves, manifestações e eventos estudantis. Não podemos naturalizar a presença constante da PM no campus que cumpre o papel de reprimir ações que questionem a reitoria e os governos, como vimos em 2017, quando reprimiram com bombas, gás, balas de borracha, agressões e prisões arbitrárias uma manifestação pacífica contra a aprovação dos Parâmetros de Sustentabilidade da USP, que congelam contratações de funcionários e precarizam o ensino.

Exigimos que a reitoria rechace essa absurda ação policial no campus e anule o convênio com a PM!
Fora a polícia do campus!

Assembleia geral dos trabalhadores da USP
28/03/2019




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