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ELETROBRAS | Trabalhadores da Eletrobras paralisam 24h contra a privatização

Os trabalhadores Eletrobras iniciaram hoje (17/07) uma paralisação de advertência de 24 horas, em protesto à privatização da empresa pelo governo.

terça-feira 17 de julho de 2018 | Edição do dia

Foi anunciada hoje pela Federação Nacional dos Urbanitários (FNU – CUT) uma paralização de um dia em protesto ao desmonte e venda da empresa de produção e fornecimento de energia por parte do governo Michel Temer. A categoria protesta, ainda, o pedido da Controladoria-Geral da União (CGU) de devolução de R$ 75 milhões das Participações no Lucro e Resultados (PLR), referentes aos anos de 2012 e 2013, e a suspensão do pagamento da PLR deste ano, considerados ilegais pela CGU. Outra paralização, de 48 horas, está marcada para 26/07, caso o governo prossiga com o desmonte da empresa, na forma do leilão das seis distribuidoras de energia das regiões Norte e Nordeste, além de pedir a saída do atual presidente da empresa, Wilson Ferreira Pinto Jr.

A Eletrobras, tal como a Petrobras, é uma empresa de capital misto, na qual o governo é acionista majoritário. Isso significa que embora seja gasto dinheiro público na empresa, parte de seus lucros é dado aos acionistas, que enriquecem com a (má) prestação desse serviço tão essencial aos trabalhadores e à população.

Isso, contudo, não é o bastante para o governo Temer, que vem, desde o golpe, movendo esforços para entregar a empresa totalmente para o capital privado, pagando, inclusive, dinheiro público para campanhas publicitárias de difamação, para piorar a reputação da empresa, preparando o caminho para sua completa privatização.

Esse desmonte sistemático vem tomando a forma do leilão a preço de banana de diversas distribuidoras e linhas de transmissão para a iniciativa privada, que o governo promove a toque de caixa, para que fique a cargo dos empresários, especialmente imperialistas, venderem para a população a energia elétrica da qual ela depende para levar sua vida. A energia privatizada, além de mais cara, sujeita aos desígnios dos especuladores do mercado, também tem sua área de serviço ditada pelos interesses dos capitalistas, e não as demandas da população; resultado de que um setor estratégico esteja entregue às mãos do capital, notavelmente transnacional, que tem os olhos na dependência dos trabalhadores nas empresas e no mercado financeiro internacionais.

A CUT, que dirige o sindicato dos trabalhadores da Eletrobras, chama esta paralisação de hoje como forma de mostrar que mobiliza os trabalhadores, mas sabe que, infelizmente, essa paralisação não tem o potencial de barrar o processo de privatização.

É vital a luta contra o desmonte e entrega promovidos pelo governo golpista, mas os trabalhadores não podem ficar só nisso. Para de fato derrotar essa investida capitalista contra os interesses da classe trabalhadora, é preciso organizar, desde baixo, lutas massivas entre todos os trabalhadores, a partir dos sindicatos (algo que a CUT teria força e tamanho para fazer, se o quisesse) para levar a classe trabalhadora em uma luta que não é só de uma categoria, mas uma luta de todos que batalham para que a produção e distribuição de energia estejam e serviço dos interesses do povo, e não dos lucros dos empresários. Uma luta por uma Eletrobras 100% estatal, gerida pelos próprios trabalhadores e com controle popular, para que a matriz energética e a rede de distribuição de energia sejam feitas por e para os trabalhadores e não para ampliar os lucros dos burgueses.




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