Com as mulheres na linha de frente, as trabalhadoras terceirizadas responsáveis pela limpeza nas escolas municipais em Campinas protagonizam um ato em frente à prefeitura pelo pagamento dos seus salários e dos seus direitos.
quarta-feira 9 de fevereiro de 2022 | Edição do dia
Hoje (09/02) em Campinas, trabalhadoras terceirizadas da limpeza das escolas municipais em greve, fazem um ato em frente à prefeitura, para garantir o básico: o pagamento dos seus salários e o pagamento sem atrasos dos vale alimentação, refeição e transporte.
É escancarado que a precarização do trabalho e a terceirização atinge principalmente as mulheres, sobretudo as negras. Como o grupo de mulheres Pão e Rosas costuma dizer "A precarização tem rosto de mulher, e no Brasil, de mulher negra". Essa afirmação é importante para organizar a unidade das fileiras da classe trabalhadora, batalhar contra as reformas que retiram direito e pra chegar à conclusão que também defendemos: a luta também tem rosto de mulher e sobretudo, de mulheres negras.
A precarização tem rosto de mulher e no Brasil, de mulheres negras. Mas a luta contra a patronal e os governos, também tem esses rostos! Ato hoje em frente à prefeitura de Campinas exige o pagamento dos salários das trabalhadoras terceirizadas da limpeza das escolas municipais. pic.twitter.com/3R0LIxRW12
— Pão e Rosas (@Pao_e_Rosas) February 9, 2022
E são esses rostos que hoje protagonizando o ato em frente à prefeitura puderam ser vistas cantando "mulheres unidas, jamais serão vencidas" e fazendo falas emocionantes com a força de quem tem que enfrentar a patronal, o machismo, o racismo e o patriarcado todos os dias.
Com a força das mulheres na linha de frente, trabalhadoras terceirizadas da limpeza das escolas de Campinas protestam para receber seus salários e seus direitos! pic.twitter.com/v1CahslmxN
— Pão e Rosas (@Pao_e_Rosas) February 9, 2022
"Nós mulheres já trabalhamos de graça na nossa casa", diz outra trabalhadora, demonstrando o peso da dupla jornada e como o casamento entre patriarcado e capitalismo descarrega o trabalho não pago nas costas das mulheres.
Frente ao caso absurdo, em que a empresa terceirizada não paga os salários dos dias já trabalhados e atrasa todos os vales, as trabalhadoras diziam "não somos escravas", "se a empresa não paga, a prefeitura que assuma", exigindo da prefeitura o pagamento dos salários, já que ela também é responsável por essa situação.
“Não somos escravas”, “nós mulheres já trabalhamos de graça em casa”, “se a empresa não paga, a prefeitura que assuma”, “só voltamos às escolas com nosso salário no bolso” - são algumas das essenciais falas das trabalhadoras em greve no ato em frente à prefeitura de Campinas!
— Pão e Rosas (@Pao_e_Rosas) February 9, 2022
Contra a empresa e a prefeitura, que em tempos de pandemia, alta da inflação, aumento nos alimentos, no aluguel, nos remédios, deixam trabalhadoras sem os seus já insuficientes salários, as terceirizadas gritam: só voltamos às escolas, com o pagamento do nosso salário!
Especiality quer que as trabalhadoras voltem às escolas com a promessa que pagarão os salários amanhã. As terceirizadas dizem que só voltam com o pagamento no bolso! Todo apoio à luta dessas mulheres! pic.twitter.com/XgMPsR64fL
— Pão e Rosas (@Pao_e_Rosas) February 9, 2022
Todo apoio à luta das trabalhadoras terceirizadas das escolas municipais de Campinas! Nós mulheres do Pão e Rosas, junto ao Esquerda Diário, Juventude Faísca e professores do Nossa Classe, estamos à disposição para dar vazão a essa luta e colocar todas nossas forças ombro a ombro com a de vocês, e chamamos todas as organizações e parlamentares de esquerda, movimentos sociais e entidades estudantis a somarem forças nessa mobilização.
A terceirização precariza, divide e humilha e tem rosto de mulher negra. Nós do Pão e Rosas estamos juntos com as trabalhadoras terceirizada de Campinas na luta por salários e defendemos a efetivacao de todas sem necessidade de concurso para garantir todos os direitos.
— Flávia Telles (@FlaviaTellesED) February 9, 2022