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CORONAVÍRUS RN | Trabalhadora morre com suspeitas de COVID-19 no RN após UPA mandar ela para casa sem exame

Em Paranamirim, cidade próxima à capital potiguar, uma trabalhadora estava com sintomas de Coronavírus foi encaminhado a uma UPA, que não realizou um exame. Mandada para casa, a trabalhadora teve piora nos sintomas, com muita dificuldade de respiração, quando foi acionado o SAMU, mas não resistiu.

sexta-feira 20 de março de 2020 | Edição do dia

Maria Roberlândia de Carvalho Gomes procurou atendimento médico particular na terça-feira (17) pela manhã. Ela tinha febre, tosse seca e dificuldades de respirar. Era faxineira na Unidas, uma grande rede de locação de automóveis que funciona sob constante tráfego pessoas. Foi indicada pelo médico que estava suspeita de Covid-19 e foi encaminhada para atendimento hospitalar.

Chegando na UPA Nova Esperança, a trabalhadora e o acompanhante da família foram informados de que ela não seria testada para covid-19 porque não teve vínculo epidemiológico com estrangeiros, segundo relatos da família.

Foi então mandada para casa ficar em repouso. Já em casa, passou mal na noite de quarta-feira (18) pelo agravamento das dificuldades respiratórias, quando foi acionado o SAMU. Entretanto, a mulher não resistiu e faleceu nessa quinta-feira (19). Oficialmente, a causa da morte foi registrada como agravamento de uma pneumonia.

O caso revela a gravidade da situação do estado do Rio Grande do Norte para responder ao COVID-19. Já com 108 casos suspeitos, 22 deles descartados e apenas um confirmado, o estado está enfrentando a falta de exames para os pacientes, em especial nas UPAs, onde denúncias apontam falta de médicos em diversas cidades, e até mesmo de remédios básicos, como Dipirona.

Equipes de saúde médica com especialistas iniciaram investigação para saber se a causa da morte foi de fato o coronavírus. A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, se limitou a dizer que a secretaria de saúde estadual e de Parnamirim estão “conduzindo o processo de investigação para determinar a causa da morte” e que mais informações serão disponibilizadas ao público.

No estado, há apenas um laboratório público, o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) está realizando testes à população. O governo federal enviou menos de 100 testes ao estado.

Ontém, o único laboratório privado, terceirizado para a realização desses testes, suspendeu os exames pela for falta de reagente, gerando uma fila de 20 pessoas, que tem que pagar R$ 430 e coleta da amostra na própria casa do paciente.

Além disso, esses testes levam até 10 dias para terem resultado, de modo que eles só são aplicados apenas por determinação médica. Apesar da incorporação do Instituto de Medicina Tropical da UFRN na realização de testes, não serão suficientes para realizá-los massivamente, e não em casos com desenvolvimento avançado da doença. Vemos no caso de Roberlândia que mesmo em uma situação com diversos sintomas apresentados não é realizado o teste.

Nesse sentido que é absurdo que o governo Fátima não esteja buscando centralizar todo o sistema de saúde e tendo como medida a aplicação de testes massivos na população, como é indicado pela OMS como forma de prevenir que os casos se agudizem. Uma ausência que é a mesma com qual Bolsonaro, Guedes e o Congresso vem (não)adotando.

Orientou apenas que a população fique em casa, destinando cerca de R$ 35 milhões para a rede de saúde. Enquanto isso, empresários devem mais de R$ 7 bilhões para o estado, que poderiam ampliar leitos e contratar médicos, em falta em várias UPAs do estado, e trabalhadores para responder à demanda do coronavírus.

Por isso, que junto a exigir que se centralize todo o sistema de saúde e laboratórios químicos para produção de reagente e testes massivos, sejam eles públicos ou privados. Uma iniciativa que tem que ser controlada por comitês de trabalhadores da saúde, nos hospitais junto à população, para definir, rever e aprimorar as formas de combate e prevenção ao vírus, pois o governo seguirá sem tocar no lucro dos capitalistas e das empresas privadas farmacêuticas, que querem lucrar ainda mais com essa pandemia, colocando em risco a vida da população.

O momento é de guerra, e não é aceitável que os capitalistas sigam lucrando enquanto a população corre risco de vida, portanto é urgente que os trabalhadores tomem a frente de responder a essa crise, se organizando em cada local de trabalho para reorganizar a produção a serviço da produção de equipamentos, alcool gel, alimentos e itens que hoje são essenciais para a nossa sobrevivência.




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